As Nossas Sugestões - Fevereiro 2008
Título: Breviário das más inclinações
Autor: José Riço Direitinho
O que se diz: Quando chegaram a Vilarinhos dos Loivos, trazendo cacetes nas mãos e cinco mastins presos por longas arreatas, e se encaminharam para o fundo da aldeia, ninguém se atreveu a sair de casa. Sabiam todos que o José de Risso iria morrer de um modo atroz: batido pelos tendeiros e despedaçado em seguida pelos cães. De maneira que quando ao fim de três horas os viram descer as escadas de pedra, agarrados uns aos outros e a chorarem, e atirarem os paus para cima do telhado de colmo do estábulo, ninguém conseguiu acreditar.
Relógio d’água; 196 p.
Oceanos; 655 p.
Autor: José Riço Direitinho
De quem se fala: José Riço Direitinho nasceu em Lisboa, em Julho de 1965, sendo licenciado em Agronomia nas especialidades de Economia Agrária e Sociologia Rural. O livro de contos "A Casa do Fim" marcou, em 1992, a sua estreia literária tendo publicado depois o "Breviário das Más Inclinações" (finalista do Grande Prémio de Romance e Novela APE, vencedor do Prémio Ramón Gomez de la Serna), "O Relógio do Cárcere" (Prémio Villa de Madrid, entre concorrentes de 26 países), "Histórias Com Cidades" e "Um sorriso Inesperado".
Com romances ou contos traduzidos na Alemanha, Holanda, Itália, Espanha, França, Inglaterra e Israel, a sua obra é hoje reconhecida como uma das mais representativas da nova geração europeia.
Com romances ou contos traduzidos na Alemanha, Holanda, Itália, Espanha, França, Inglaterra e Israel, a sua obra é hoje reconhecida como uma das mais representativas da nova geração europeia.
O que se diz: Quando chegaram a Vilarinhos dos Loivos, trazendo cacetes nas mãos e cinco mastins presos por longas arreatas, e se encaminharam para o fundo da aldeia, ninguém se atreveu a sair de casa. Sabiam todos que o José de Risso iria morrer de um modo atroz: batido pelos tendeiros e despedaçado em seguida pelos cães. De maneira que quando ao fim de três horas os viram descer as escadas de pedra, agarrados uns aos outros e a chorarem, e atirarem os paus para cima do telhado de colmo do estábulo, ninguém conseguiu acreditar.
Está dito: “Ao entrar na antiga casa do ferrador, o José de Risso pediu que aquecessem água. A viúva revolvia-se no catre, fazendo sair algumas penas pelos rasgões do colchão e envolvendo-se nos lençóis. Quando falava, chamando por Marín, começava a tossir. Marí Cármen Ventura estava sentada ao lado, a chorar, com uma manta de estamenha sobre os joelhos e um púcaro nas mãos”.
De quem se fala: Fernando Ribeiro tem 32 anos e vive em Lisboa. É um dos interlocutores destes diálogos. Observador atento das sombras e ouvinte vigilante dos seus murmúrios, acumula funções de vocalista, letrista e alma da banda heavy-metal Moonspell tendo publicado dois livros de poesia: "Como escavar um abismo" (Círculo de Abuso) em 2001 e "As Feridas Essenciais" em 2004. Contribui irregularmente com artigos e contos para as várias publicações. Encontra-se de momento a produzir o primeiro DVD de Moonspell e a ultimar o oitavo disco da banda. Prepara ainda um novo livro de poesia com o título provisório de Diálogo de Vultos e trabalha no seu primeiro romance O bairro das pessoas.
Está dito:
“Deita-te nua de ti
No mármore frio do meu corpo
Teus olhos fechados sobre o eclipse dos meu.
Seca os teus lábios
Nas feridas dos meus
E deixa-te estar quieta:
Até estas palavras passarem,
Até às sombras se calarem
E o nosso amor silenciar de vez
Este diálogo de vultos”.
Quasi; 80 p.
Está dito:
“Deita-te nua de ti
No mármore frio do meu corpo
Teus olhos fechados sobre o eclipse dos meu.
Seca os teus lábios
Nas feridas dos meus
E deixa-te estar quieta:
Até estas palavras passarem,
Até às sombras se calarem
E o nosso amor silenciar de vez
Este diálogo de vultos”.
Quasi; 80 p.
De quem se fala: Halldór Laxness nasce na Islândia em 1902 e torna-se lenda no seu próprio tempo. Em 1955 é galardoado com o Prémio Nobel da Literatura. Para além dos romances, Laxness escreveu também contos, ensaios, teatro, poesia e vários romances autobiográficos. A sua obra está traduzida em mais de 45 línguas e publicada em mais de 500 edições, com enorme sucesso em todo o mundo, nunca antes editada em Portugal. Halldór Laxness é um verdadeiro mágico com as palavras. Ele detém uma vasta gama de estilos e temas: nenhum dos seus romances se assemelha. Laxness consegue sempre surpreender o leitor, é detentor de uma imaginação e de recursos técnicos inesgotáveis. Laxness falece aos 96 anos, consagrado como um dos maiores escritores de sempre.
O que se diz: Este romance tem lugar na Islândia, no início do século xx, numa sociedade de servidão e num país com uma natureza inclemente. É a saga de Bjärtur, um homem obstinado, inquebrável e inesquecível.Bjärtur vive no limiar da auto-suficiência e conta apenas com a sua obstinação e força interior, rejeitando qualquer caridade. Vive num vale com reputação de assombrado, só confia no seu rebanho, no seu cão e no seu cavalo. Se alguém toca o seu coração é Asta, a sua filha, mas tudo muda quando ela o desilude e magoa os seus enraizados princípios de honra…A determinação de Bjärtur e a sua luta pela independência são genuinamente heróicas, assustadoras e chegam a ser cómicas.
Está dito: “[…] Era como se de repente tivesse ficado com medo; como se alguém a tivesse espancado com força; por um momento parecia que a estavam a perseguir, corria apavorada de um canto para o outro; parou por duas vezes e bateu com o pé, soprou na cara de alguém. De quem? Oxalá de ninguém”.
Cavalo de Ferro; 488 p.
Cavalo de Ferro; 488 p.
De quem se fala: Enrico Brizzi escreveu este romance aos dezanove anos. Hoje, com vinte e três, vive e estuda em Bolonha, tendo escrito um segundo romance: Bastogne.
O que se diz: Alex, adolescente de Bolonha, estuda o menos possível, voa na sua bicicleta ao encontro de Aidi que deve partir em breve para a América e, entretanto, partilha ressacas, alegrias e álcool com os amigos e interroga um futuro demasiado previsível… O resultado é um romance que se tornou um livro de culto em Itália e noutros países.
Está dito: "em breve acabaria aqueles estúpido Fevereiro e o velho Alex sentia-se profundamente infeliz mas de uma forma alheada, como se a sua vida pertencesse – sensação por demais típica e dura, convenhamos – a outra pessoa qualquer. Mas não riam, por favor, pois na época o velho Alex ainda não tinha completado dezoito anos e naqueles dias o céu de Bolonha era tão expressivo como um bloco de ferro surdo e de semelhante expressividade não se podia esperar nada de exaltante, nem sequer um desses belos temporais definitivos que lavam as ruas e há quase duas semanas que a cidade jazia desmaiada sob uma exangue chuva sem nome.”
O que se diz: Alex, adolescente de Bolonha, estuda o menos possível, voa na sua bicicleta ao encontro de Aidi que deve partir em breve para a América e, entretanto, partilha ressacas, alegrias e álcool com os amigos e interroga um futuro demasiado previsível… O resultado é um romance que se tornou um livro de culto em Itália e noutros países.
Está dito: "em breve acabaria aqueles estúpido Fevereiro e o velho Alex sentia-se profundamente infeliz mas de uma forma alheada, como se a sua vida pertencesse – sensação por demais típica e dura, convenhamos – a outra pessoa qualquer. Mas não riam, por favor, pois na época o velho Alex ainda não tinha completado dezoito anos e naqueles dias o céu de Bolonha era tão expressivo como um bloco de ferro surdo e de semelhante expressividade não se podia esperar nada de exaltante, nem sequer um desses belos temporais definitivos que lavam as ruas e há quase duas semanas que a cidade jazia desmaiada sob uma exangue chuva sem nome.”
Relógio d’água; 196 p.
De quem se fala: Richard Zimler nasceu em Nova Iorque em 1956. Licenciou-se em Religião Comparada pela Universidade de Duke e fez o Mestrado de Comunicação da Universidade de Stanford. Tendo trabalhado como jornalista durante oito anos na zona de São Francisco, mudou-se para o Porto em 1990.
Embora já tivesse escrito diversos contos e merecido em 1994 o prestigiado prémio Fellowship in Fiction da U.S. National Endowment for the Arts, O Último Cabalista de Lisboa (1996) é o seu primeiro romance. Faz parte do “Ciclo Sefardita” e foi traduzido em mais de dez idiomas, tendo sido best seller em dez países.
Para além de romancista, é também professor de Comunicação na Universidade do Porto e tradutor de autores de língua portuguesa, como Al Berto, António Botto, Ilse Losa, Nuno Júdice, Pedro Tamen, e Pepetela.
Embora já tivesse escrito diversos contos e merecido em 1994 o prestigiado prémio Fellowship in Fiction da U.S. National Endowment for the Arts, O Último Cabalista de Lisboa (1996) é o seu primeiro romance. Faz parte do “Ciclo Sefardita” e foi traduzido em mais de dez idiomas, tendo sido best seller em dez países.
Para além de romancista, é também professor de Comunicação na Universidade do Porto e tradutor de autores de língua portuguesa, como Al Berto, António Botto, Ilse Losa, Nuno Júdice, Pedro Tamen, e Pepetela.
O que se diz: Em Berlim, na década de Trinta, o descendente de Berequias Zarco, Isaac Zarco, está determinado a descobri-lo. Está convencido que o pacto entre Hitler e Estaline – para além de outros «sinais» - anuncia que uma profecia apocalíptica feita pelo seu antepassado está prestes a concretizar-se. Acredita também que, se conseguir descodificar esses textos cabalísticos medievais, pode salvar o mundo.
Passado durante a subida ao poder de Hitler e a guerra que os nazis moveram contra os deficientes, A Sétima Porta junta Sophie Riedesel - uma jovem espirituosa, artística e sexualmente ousada – com um grupo clandestino de activistas judeus e antigos fenómenos de circo liderados por Isaac Zarco. Quando uma série de esterilizações forçadas, estranhos crimes e deportações para campos de concentração dizimam o grupo, Sophie, agora já adulta, tem de lutar com todo o seu engenho para salvar tudo o que ama na Alemanha – a qualquer preço.
Passado durante a subida ao poder de Hitler e a guerra que os nazis moveram contra os deficientes, A Sétima Porta junta Sophie Riedesel - uma jovem espirituosa, artística e sexualmente ousada – com um grupo clandestino de activistas judeus e antigos fenómenos de circo liderados por Isaac Zarco. Quando uma série de esterilizações forçadas, estranhos crimes e deportações para campos de concentração dizimam o grupo, Sophie, agora já adulta, tem de lutar com todo o seu engenho para salvar tudo o que ama na Alemanha – a qualquer preço.
Está dito: “A Tia Sophie é aquela figura esquelética de faces cavadas, vestida com uma camisa do hospital cheia de nódoas, que, com os seus olhos avermelhados semicerrados, me olha fixamente da sua cama de hospital, como se eu fosse uma alucinação.”
Oceanos; 655 p.
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