sábado, 29 de março de 2008

Caminhada de bloguistas bad & lis

A convite do Rato de Biblioteca, um grupo de bloguistas bad & lis* realiza este fim-de-semana uma caminhada pela linha do Douro. O encontro apresenta o objectivo de:

Com partida marcada para as 9h00, a viagem começou com o trajecto de comboio entre as estações de Porto Campanhã e Pocinho, prosseguindo com a caminhada em direcção a Vila Nova de Foz Côa, local destinado à tertúlia de final do dia - “olhares sobre os weblogues bad & lis”.

O domingo promete mais aventura, repartida entre o percurso de estrada (4 km) e linha-férrea (19 Km) com destino a Barca D’Alva, ponto de regresso a Pocinho, rumo ao Porto.

Uma grande viagem faz-se caminhando… e a ideia de programar uma viagem-encontro-caminhada de utilizadores desta tipologia de ferramenta Web 2.0 vem reforçar a importância que os weblogues assumem no domínio das ciências da informação, tanto na perspectiva dos profissionais, como também (e sobretudo) do ponto de vista do leitor.

A equipa do Blog Oeiras a Ler deseja a todos os participantes na rota de bloguistas um fim-de-semana pleno de comentários enriquecedores, partilha de informação, conhecimentos, vídeos e imagens, num ambiente de cauda longa e de hiperlinks de aprendizagens.

(* bad & lis) – biblioteconomia, arquivo e documentação e das bibliotecas e ciências da informação

sexta-feira, 28 de março de 2008

Pijama às Letras


Hoje, na Biblioteca Municipal de Oeiras, vamos viver mais uma noite de magia, entre histórias, contos, sonhos e livros de encantar, a bordo de um saco-cama que os levará a viajar pelo universo dos livros numa festa que comemora o aniversário de Hans Christian Andersen e o Dia Internacional do Livro Infantil.As Bibliotecas Municipais de Oeiras convidam as crianças e respectivos acompanhantes a passar uma noite nas instalações da Biblioteca. Basta trazer o pijama, um saco-cama, uma mochila e os livros favoritos. O resto… é surpresa!...Para crianças dos 3 aos 10 anos, acompanhadas por um ou dois adultos, numa proporção de 5 crianças para um adulto.À semelhança do ano passado, este ano o Pijama às Letras realizar-se-á nas três Bibliotecas Municipais em diferentes noites. Com início em Março na Biblioteca de Oeiras e terminando em Abril, nas Bibliotecas de Algés e Carnaxide.

Programa:
28, 29 de Março - Biblioteca Municipal de Oeiras
(28.Março - 21h15 até 10h00 de 29.Março)

21h15 - Espectáculo "O Livro Mágico", pelo Salto no EscuroA partir da ideia de que um livro, e o que este encerra, só ganha vida quando lido, temos como objectivo levar a criança a interagir com o actor
Público Familiar: 60 crianças dos 3 aos 10 anos, pais, avós e demais amigos
22h20 - Parabéns Anderson
23h00 - Noite Pijama às Letras & Convidado Surpresa
Público Familiar: 30 crianças dos 3 aos 10 anos, acompanhadas de 2 adultos

04, 05 de Abril - Biblioteca Municipal de Algés
(04.Abril - 21h30 até 10h00 de 05.Abril)

21h30 – Espectáculo “a história de Muitas Coisas”, pelo Gato que Ladra
Público Familiar: Crianças dos 3 aos 10 anos, pais, avós e demais amigos (Lotação máxima: 115)
22h45 – Parabéns Andersen
23h20 – Noite Pijama às Letras & Convidado Surpresa
Público Familiar: 20 crianças dos 3 aos 10 anos, acompanhadas até 2 adultos

11, 12 de Abril - Biblioteca Municipal de Carnaxide
(11.Abril - 20h30 até 9h30 de 12.Abril)

20h30 - Atelier de expressão plástica "Quem veio à biblioteca?", por Joana Ratão e Elisa Paulino
21h30 - Teatro "O Pequeno Polegar", pela Companhia Teatro Instável
Público Familiar: 50 crianças dos 3 aos 10 anos, acompanhadas de um adulto
Exposição de Ilustração - Na Sala Infantil irá estar presente a exposição das ilustrações originais de Carla Nazareth relativas ao livro "O Povo-Luz e os Homens-Sombra", de Ana Zanatti.
23h20 - Noite de Pijama às Letras & Serão de Contos
Público Familiar: 20 crianças dos 3 aos 10 anos acompanhadas até 2 adultos

Informações:
21.417.01.65 - B.M.Carnaxide
21.411.89.70 - B.M.Algés
21.440.63.42 - B.M.Oeiras
(Inscrições necessárias no Sector Infantil)

Ilustração: Madalena Ghira

quinta-feira, 27 de março de 2008

A Virgem e o Cigano

Autor: D. H. Lawrence



Não gostei. Li há muito o seu romance O Amante da Lady Chatterley, gostei, é surpreendente, porque é envolvente. Desconhecia este pequeno livro A Virgem e o Cigano ... quando o acabei de ler ... Senti-me defraudada, não consegui que a sua escrita e a história me envolvessem ... não consigo dizer mais nada.

Maria da Glória Lisboa, 78 anos, Escritora e Pintora
ver este título no catálogo da biblioteca
entrada n.º 0094

quarta-feira, 26 de março de 2008

Oeiras Alive 08

Depois do sucesso da primeira edição, o Optimus Alive!08 regressa dias 10, 11 e 12 de Julho ao Passeio Marítimo de Algés, em Oeiras. O Optimus Alive!08 regressa Maior e Melhor, confirmando a Arte e a Reciclagem como eixos centrais do festival, a par da melhor música, com a qualidade Everything is New.
Até ao momento estão confirmadas os seguintes artistas:
Três dias de música, arte e muita festa, num ambiente único que garante, a todo o público presente, muita diversão na companhia dos seus artistas favoritos.

Veja aqui a localização do evento.
Ver títulos dos Spiritualized no catálogo da biblioteca
Ver títulos de Bob Dylan no catálogo da biblioteca
Ver títulos de Neil Young no catálogo da biblioteca
Ver títulos de Ben Harper no catálogo da Biblioteca

terça-feira, 25 de março de 2008

«Vida, Escrita, Compromissos»


CICLOS DE DEBATES

**Centenário de Vida
Simone de Beauvoir
**Fábrica Braço de Prata
Sala EPC
**Dias 28 e 29 de Março
21h

Simone de Beauvoir, a mulher que fez escândalo e escola, impulsionando uma verdadeira mudança antropológica e influenciando o trabalho de gerações de críticos e escritores e a vida de muitos homens e mulheres, nasceu há 100 anos! No âmbito de um conjunto de iniciativas, a realizar ao longo deste ano, a Fábrica Braço de Prata, em parceria com o Instituto Franco-Português e o Centro de Filosofia das Ciências da Universidade de Lisboa, preparou um ciclo de debates inteiramente dedicados a esta filósofa e romancista francesa. Pretendemos recordar a mulher que dedicou a vida inteira ao projecto da escrita, onde o objecto da criação literária e da reflexão filosófica se confundiu com o próprio acto de existir. Pretendemos ainda evocar a advogada do feminismo; o ser sentimental que se protegia por detrás de uma frieza aparente; a intelectual que se lançou em vários combates de diversas frentes, tendo tido uma contribuição decisiva para a história do século XX. Em suma, propomos pensar a mulher, a filósofa e a romancista francesa que agarrou a vida com coragem e cuja liberdade foi sempre um elemento fundamental.
Participarão nestes debates a psicanalista Maria Belo, o professor Nuno Nabais, as professoras Luísa Ribeiro Ferreira, Manuela Tavares, Maria João Cabrita e Teresa Almeida, bem como a escritora Isabel Barreno.
Vanguardista ou radical, adorada ou contestada, intransigente ou manipuladora, ícone do feminismo ou espelho de Jean Paul Sartre, personagem mítica ou impulsionadora de uma verdadeira mudança antropológica, quem foi afinal Simone de Beauvoir - a mulher que nunca quis exercer a maternidade, mas que, 'numa mescla entre paradoxo e triunfo', continua a ser a ‘mãe espiritual’ de gerações inteiras de mulheres e homens? Estas e muitas outras questões vão ser debatidas aqui na Fábrica Braço de Prata.

in Fábrica Braço de Prata
Programação ? ! ...

Fernando Campos, próximo convidado do Café com Letras

Amanhã terá lugar mais uma sessão do projecto Café com Letras. Dando seguimento à orientação instituida para o projecto no ano em curso, o pretexto que serve de mote a esta sessão é, justamente, a publicação do último romance do autor "O Lago Azul", da responsabilidade da Difel.
Fernando Campos estudou em Coimbra, licenciando-se em Filologia Clássica. Foi professor no Liceu Pedro Nunes, em Lisboa, onde a sua erudição e admirável personalidade humanística lhe conferiram prestígio entre alunos e colegas. Para além de algumas obras didáticas e pequenas monografias de investigação etimológica e literária, é autor do romance histórico "A Casa do Pó", a sua primeira obra de fôlego a ser publicada e que o colocou entre os grandes escritores portugueses. Seguir-se-iam outros livros, outras publicações que atestam sobre a vitalidade e dinamismo da sua produção literária.
Vai estar à conversa com Carlos Vaz Marques na Biblioteca Municipal de Carnaxide, a partir das 21H30.




Prémio Literário Agustina Bessa-Luís

Prémio Literário Agustina Bessa-Luís tem candidaturas até 30 de Abril, instituído pela Estoril-Sol em parceria com a Gradiva Publicações, S.A.

Termina no próximo dia 30 de Abril o prazo de recepção das obras concorrentes à primeira edição do Prémio Literário Revelação Agustina Bessa-Luís, em homenagem à grande escritora. Com o valor do Prémio fixado em 25 mil euros, a Estoril Sol escolheu um prestigiado júri que será presidido por Vasco Graça Moura.
Este Prémio Literário Revelação destina-se a distinguir, anualmente, um romance inédito de autor português, sem qualquer obra publicada no género e com idade não superior a 35 anos.
Mário Assis Ferreira, presidente da Empresa, considera que este novo Prémio “constitui um verdadeiro desafio para jovens escritores com potencialidades, e ainda desconhecidos, que poderão, assim, encontrar uma oportunidade única de verem o seu trabalho reconhecido publicamente, uma vez que está, à partida, assegurada a edição do romance vencedor”.
A edição do romance premiado, sob a égide de Agustina Bessa-Luís, resulta de um acordo entre a Estoril Sol e a Gradiva, que celebraram uma parceria para viabilizar este projecto.
O Prémio Literário Revelação Agustina Bessa-Luís representa para Mário Assis Ferreira “mais um contributo, na linha de tantos outros eventos culturais, artísticos e literários, com os quais nos identificamos, reforçando uma vocação que temos vindo a aprofundar e que ganha especial significado na oportunidade em que se celebram os “50 Anos da Estoril Sol”.
Este contributo, com o objectivo de dinamizar as Letras portuguesas, será lançado a par do Prémio Literário Fernando Namora, instituído regularmente desde 1988, e cujo Júri foi presidido, nos últimos anos, por Agustina Bessa-Luís.

Para mais informações contactar:
Helena Rafael
Gradiva Publicações, Lda.
Rua Almeida e Sousa, nº 21 - r/c Esqº
1399-041 LISBOA - PORTUGAL
Telf. (+351) 213 93 37 61
hrafael@gradiva.mail.pt

segunda-feira, 24 de março de 2008

O Eterno Marido

Autor: Fiódor Dostoiévski


Tendo como ponto de partida o reencontro do " eterno marido ", Pável Pávlovitch, com o ex-amante da falecida mulher, assistimos ao desenrolar perturbante e inquietante de um relacionamento sadomasoquista, marcado por grandes tensões, emoções e ódios !
Esta relação dúbia, com um sem saber se o outro saberia ou não a verdade sobre o facto, mantem-nos incondicionalmente presos ao livro, incapazes de o deixar até ao virar da última página.
Sempre numa atmosfera de suspense embriagador, e através de uma escrita profunda e de personagens psicologicamente densas, protagonistas de diálogos fortes e inteligentes, vemo-nos confrontados com aquilo que realmente possa existir na essência mais profunda de cada um de nós!

Paula Alexandra Silva, 29 anos, Socióloga
ver este título no catálogo da biblioteca
entrada n.º 0093

quinta-feira, 20 de março de 2008

Aviso: Encerramento das Bibliotecas Municipais de Oeiras

As Bibliotecas Municipais de Oeiras estarão encerradas ao público nos dias 20 (a partir das 12:30), 21 e 22 de Março, reabrindo na segunda-feira, dia 24 de Março.

Aproveitamos para desejar a todos os nossos leitores uma Páscoa Feliz!


Pedimos desculpa pelo incómodo causado.

quarta-feira, 19 de março de 2008

IGUARIA DE LETRAS E VIAGEM »»» SABORES DE PÁSCOA ...

Pequeno Escrito De 1 Nobilíssimo Livro a ser Lançado... Também a Vós 1 Surpresa nesta Páscoa...


« Fotografia de São Francisco
São Francisco és tu e são as tardes que passávamos
no sofá, sentados ou deitados de todas as formas,
em todas as direcções. Não guardo ressentimentos
de São Francisco e chegará um tempo em que,
de novo, seremos capazes de passar um fim-de-semana
entre chapéus de sol a sol. A Califórnia não é eterna,
mas há um certo tipo de silêncio que se procura
sempre e que se encontra apenas muito raramente.
Esse é o teu brilho, São francisco. Vais ver, teremos
camisas de flores coloridas e saberemos rir-nos
de tudo. E, contra todas as expectativas, quando
um de nós estiver a morrer, o outro estará lá. »

José Luís Peixoto,
pré-publicação
in Revista Os Meus Livros,
n.º 61,
Março 2008;

Arthur C. Clarke 1917-2008

O escritor inglês Arthur C. Clarke faleceu terça-feira, no Sri Lanka. Era considerado um dos grandes mestres da ficção científica. Uma das suas obras deu origem a 2001:Odisseia no espaço, realizado por Stanley Kubrick em 1968. Além de ficção científica, Clarke escreveu mais de 100 obras científicas e filosóficas nas quais procurou determinar o lugar do Homem no Universo. Nascido a 16 de Dezembro de 1917 em Minehead, Inglaterra, Clarke foi desde criança um apaixonado pela astronomia. Muitas das obras científicas de Clarke introduziram conceitos que são actualmente moeda corrente no mundo da tecnologia. Em Can Rocket Stations Give Worldwide Radio Coverage? (1945), por exemplo, o escritor lançou pela primeira vez a ideia de que os satélites geostacionários poderiam ser excelentes centros das telecomunicações. Em 1969 Clarke, através da cadeia televisiva norte-americana CBS descreveu, juntamente com o astronauta Wally Schirra, a chegada da Apolo à lua. Embora fosse conhecido pelas suas obras técnicas e de ficção científica, Clarke interessava-se também pelos fenómenos paranormais.

Poderá encontrar mais de 20 títulos deste autor nas Bibliotecas Municiais de Oeiras (aqui).
adaptado de notícia rtp aqui
foto aqui

terça-feira, 18 de março de 2008

O Príncipe com Orelhas de Burro

Autor: José Régio



Acredito que a escrita de José Régio consegue seduzir-nos tanto quanto a veracidade do seu Príncipe. Ele nos transporta às florestas encantadas onde a Rainha concebe o seu Príncipe.
É um livro actual que nos guia nos debates da verdade da vida e no discernimento próprio do modo de tomar decisões; mesmo assim, com tão grande defeito, o amor tem o seu lugar próprio impondo-se e prevalecendo indelével.

Augusto Freire, 65 anos, Técnico Superior da Telecom

ver este título no catálogo da biblioteca
entrada n.º 0092

segunda-feira, 17 de março de 2008

"O Segredo de um coração traído"

"No ano de 1975 o mundo ficou de pernas para o ar. Naqueles trezentos e sessenta e cinco dias aconteceu de tudo, prelúdio do apocalipse ou o fim da História."

Na passada terça-feira reuniu-se o grupo de leitores da Biblioteca Municipal de Oeiras para falarmos sobre o livro de Jorge Araújo e Pedro Sousa Pereira - Paralelo 75 ou O Segredo de um Coração Traído.
O livro conta a história do senhor engenheiro que no meio da Revolução teve de deixar a sua fazenda em África para se refugiar de tudo e de todos no Metrópole. Trinta anos após se recusar em pensar num regresso, o diagnóstico de uma doença grave muda-lhe os planos.
Em mais uma conversa informal mas muito agradável falamos de vida e de morte, de passado e de presente, de acções, emoções e decisões que podem mudar as nossas vidas.
O facto de alguns dos participantes do Grupo terem vivido em África e experiênciado as dificuldades das descolonização, trouxe especial emoção à conversa e permitiu conhecer este período na primeira pessoa.
Nas palavras dos autores este não é um livro sobre a morte, mas é antes a história de um homem que se reconciliou com a vida.

Informações sobre os autores aqui.
Ver livros destes autores no catálogo da biblioteca.

Em louvor das Bibliotecas

Porque são as bibliotecas públicas tão importantes? Porque, tal como as escolas, são espaços de inclusão

Escrevo de Nova Orleães, no Sul da América do Norte. Foi aqui que vivi em 1990-1991 ao tempo da guerra do Golfo. Lembro-me da excitação que era ler o Público, na altura recém-nascido (parabéns Público pelos 18 anos!), apesar de demorar cinco dias a chegar. À época não havia World Wide Web (a Internet era muito primitiva, com e-mails só de texto). Nem portáteis ultraleves. Nem wireless. Hoje escrevo de uma esplanada à beira do imponente Mississípi, num laptop de onde posso consultar sem fios, em fracções de segundo, o Público on-line. O progresso da tecnologia sempre foi um bom indicador da passagem do tempo.

Ao ler o New York Times (o melhor jornal do mundo, o Público que me perdoe) de terça-feira, encontro o assunto para esta crónica. Não, não é a notícia da recusa de Obama em ser o número dois da senhora Clinton (...). Também não é o título, infelizmente banal, de mais mortos na guerra do Iraque. E também não é a caixa da primeira página sobre o governador do estado de Nova Iorque: o "Cliente 9" de uma rede de prostituição de luxo era ele. De facto, não sei como casos desses ainda são notícia, depois de tantas notícias parecidas (neste caso, o mais picante é que o governador se tenha distinguido a perseguir redes desse tipo...). A minha atenção ficou presa num outro destaque, que aqui destaco: o anúncio da dádiva de cem milhões de dólares à Biblioteca Pública de Nova Iorque por Stephen Schwarzman, um magnate que fez fortuna na Wall Street. Esta grande biblioteca, com sede num prédio histórico da Quinta Avenida, tem um ambicioso projecto de mil milhões de dólares, o "billion" americano, para ampliar e renovar completamente as suas instalações, estando a recolher donativos individuais. Cem milhões de dólares de um só indivíduo, mesmo com o euro alto, são muitos euros! Mas esse valor mostra o prestígio que o mecenato de uma biblioteca pública dá a uma pessoa rica, no país mais rico do mundo. Que as bibliotecas são dos bens mais estimados nos EUA mostra-o o facto de os ex-presidentes serem honrados com uma biblioteca com o seu nome. Hillary quer, justamente, uma biblioteca com o seu nome, tal como tem o marido. E Obama não quer ser segundo bibliotecário.Com o progresso das tecnologias da informação, as bibliotecas mudaram muito nos últimos 18 anos. Agora são também virtuais.
Daqui consigo entrar não só nos catálogos da Biblioteca de Nova Iorque como também dentro de muitas das suas obras. Mas as bibliotecas não deixaram por isso de ser reais: palácios à espera de quem entre neles para descobrir os seus tesouros. Hoje como ontem as bibliotecas são indispensáveis ao nosso enriquecimento. As melhores universidades americanas distinguem-se precisamente por terem as maiores e melhores bibliotecas. Tendo sobrevivido à fúria do Katrina, a Howard-Tilton Library (o nome é de dois dos seus maiores beneméritos) da Tulane University continua aqui, hoje como ontem, a fazer-me feliz.

Um outro bom indicador da passagem do tempo é o aumento do número de livros publicados. A Biblioteca de Nova Iorque quer, por isso, "soterrar" uma porção das suas enormíssimas colecções, em parte acessíveis sob forma digital, e abrir mais espaços ao público. Como biblioteca da cidade, quer servir melhor um número maior de cidadãos. Combinando o real e o virtual, quer ser um sítio agradável para toda a comunidade, a começar pelas crianças e jovens. Porque são as bibliotecas públicas tão importantes? Porque são tão louváveis? Porque, tal como as escolas, são espaços de inclusão. São sítios onde se cresce intelectual, académica e profissionalmente. Por exemplo, 60 por cento do público de um dos ramos da Biblioteca de Nova Iorque, no Bronx, são afro-americanos desfavorecidos. Declarou Schwarzman ao jornal: "A biblioteca ajuda pessoas de baixo e médio rendimento - emigrantes - a realizar o sonho americano." Uma lição para todos!
Carlos Fiolhais, Professor universitário [tcarlos@teor.fis.uc.pt]

Fonte: Público (14.Mar.2008)

sexta-feira, 14 de março de 2008

Maria G. LLansol SENTIDA na Byblos

»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»
14 Março
19h00
In Byblos

Maria Gabriela Llansol
Ler em comunidade, a várias vozes: Amar um Cão,
uma ‘relação de alma crescendo’
Organização: Maria da Conceição Caleiro / Byblos
Com Hélia Correia, João Barrento, Jaime Rocha,
José Tolentino de Mendonça, Isabel Allegro de Magalhães,
Manuel Rosa & ...

Paralelo 75 ou O Segredo de um Coração Traído

Autor: Jorge Araújo e Pedro Sousa Pereira

Gostei muito. É um livro que descreve factos reais sem extremar os acontecimentos que os constituem. O decurso de mudanças de vida; as circunstâncias em que acontecem; as doenças; as emoções; os afectos, são descritos de uma forma natural sem arrebatamentos, embora sentida.
Até as partes supostamente mais dramáticas são descritas de modo a que o leitor as apreenda sem sobressaltos e demasiada intensidade (embora muito bem descritas), até sinta uma certa paz e serenidade.

M.ª José Gomes, 70 anos, Bancária aposentada

entrada nº 0091

quinta-feira, 13 de março de 2008

SHOAH

E se um pai, uma mãe, um irmão, um amigo nosso pactuasse com um assassínio? E se, em lugar de um, fossem vários? Centenas, milhares, milhões de vítimas, seleccionadas criteriosamente em função da religião professada, etnia, orientação sexual, malformação física, opção política? Haveria lugar ao perdão, à compreensão, ao amparo? Bernhard Schlink aborda o tema na obra O Leitor, que esteve sob o olhar do Grupo de Leitores de Algés.

Michael é um adolescente na Alemanha dos anos sessenta e apaixona-se por Hanna, de 35 anos. Desta relação de ternura e afecto um ritual se destaca: o banho conjunto, a subsequente leitura em voz alta – d’ele para ela – e, por fim, a união dos corpos. Um dia Hanna desaparece sem deixar rasto. Anos mais tarde o protagonista – já na pele de estudante de Direito – encontrá-la-á em tribunal, a ser julgada por crimes de guerra por pertencer às Waffen SS, destacada em Auschwitz. Do desgosto de Michael não fica apenas um amor mal resolvido, que afectará toda a sua vida; fica, também, a vergonha, a inquietação, a intranquilidade de espírito de um jovem que, como tantos outros, sobre si viu arcar a responsabilidade de julgar a geração anterior pelo mais hediondo dos crimes: o Holocausto. E esta é, indubitavelmente, a grande questão deste romance: como lida a geração do autor (e as posteriores) com os crimes cometidos e/ou tolerados pelos seus pais? Outro tema, igualmente relevante, é chamado à colação: até que ponto a iliteracia nos condiciona (ou até que ponto alguém se condiciona em função da iliteracia - leia-se vergonha da sua…)?

As opiniões divergiram, no Grupo. Da importância dos assuntos não houve desacordo, mas nem todos estiveram em sintonia quanto à abordagem: houve quem a achasse demasiado fugaz, quem apreciasse mais os episódios de paixão em detrimento dos de reflexão histórica e quem preferisse precisamente o inverso, houve quem se desiludisse com o final e quem gostasse da obra toda. Certo, certo, é que ninguém lhe ficou indiferente. Com o desenrolar da discussão outro tema surgiu: a nossa própria História recente e o ensino desse mesmo período nas salas de aulas. De outros livros se falou, como Austerlitz, de W. G. Sebald, ou Estrelas da Memória, de Pierre Guéno e Jérome Pecnard e coordenação de Esther Mucznik.

A pretexto d’O Leitor a segunda sessão foi aproveitada para visionar um documentário inédito em Portugal: Some who lived, incluído no DVD Broken Silence, regista relatos de judeus durante a II Grande Guerra e as suas amargas recordações (nomeadamente a forma como foram tratados, não só pelo militares, mas também pela população civil). Acabamos a falar de acontecimentos semelhantes, mas desta feita com uma consciência redobrada: a título de exemplo, os massacres no Ruanda foram em 1994. Morreram 800.000 pessoas em três meses e o mundo assistiu, impávido e sereno. O Holocausto está assim tão distante?
*SHOAH - Termo em hebreu para Holocausto
foto aqui

Projectos para o público adolescente

No dia 9 de Fevereiro a BMO deu início ao projecto de trabalho com os adolescentes.
A MÁQUINA DO MUNDO, título de um poema de António Gedeão, foi usado, pela actriz Cristina Paiva da
ANDANTE, neste ATELIER DE LEITURA EM VOZ ALTA, dirigido a adolescentes dos 11 aos 14 anos, que interpretaram e deram significado a esta expressão “A MÁQUINA DO MUNDO” – Estes 15 jovens analisaram a mecânica deste mundo através das palavras do poeta e indo um pouco mais longe, o grupo pode descobrir como ler e escrever nos pode ajudar a decifrar o funcionamento do que nos rodeia.



Os CONTOS SAÍDOS DA CASCA tiveram início a 21 de Fevereiro e contam com a participação de 13 adolescentes. Esta oficina, que terá uma duração de 20 sessões, pretende sensibilizar e promover a leitura através da comunicação corporal e vocal, da exploração pessoal e da dinâmica de grupo, com a finalidade de produzir uma comunicação dirigida a um público, baseada na narrativa oral. Os adolescentes terão a possibilidade de experimentar a linguagem teatral para comunicarem e exprimirem-se.
As sessões funcionam na sala “Histórias à Lareira” todas as 2ªs feiras das 18H às 19H horário que foi combinado entre os participantes e a formadora Antonella Gilardi.

No dia 17 e 18 de Março, à tarde, pela mão da Conceição Garcia estes jovens vão realizar uma OFICINA DE ESCRITA CRIATIVA que perspectivamos que seja também um espaço de trabalho e de encontro divertido para todos.
Partindo da produção de textos e da criação de personagens, esta oficina visa aproximar os jovens dos livros, através de exercícios, trabalhando a observação, a imaginação, a expressão escrita e a leitura em voz alta.

quarta-feira, 12 de março de 2008

Encerramento da Estafeta de Contos “Palavras Andarilhas”

A estafeta de contos Palavras Andarilhas é uma iniciativa da Biblioteca Municipal de Beja que tem por objectivo divulgar a arte de contar contos por todo o território nacional. Desde o dia 12 de Outubro de 2007, dezenas de instituições (onde se incluem 51 bibliotecas), transmitiram o testemunho dos contos entre si.
Na próxima sexta-feira, dia 14 de Março às 21:30h, a Biblioteca Municipal de Oeiras recebe a final da Estafeta das Palavras Andarilhas onde participarão os seguintes contadores:
- Ilda Coelho, contadora visitante da Ass. de Paralisia Cerebral de Évora;
- Cristina Taquelim e Luzia do Rosário da Biblioteca Municipal de Beja;
- M.ª Dolores Tavares da Biblioteca Municipal de Tábua;
- Miguel Horta da Ass. Cultural Moinho da Juventude;
- Contadores do projecto Histórias de Ida e Volta da Biblioteca Municipal de Oeiras.

Até sexta!!! A todos os andarilhos um grande A_BRAÇO com CONTOS!

terça-feira, 11 de março de 2008

Grupo de Leitores - excertos do livro Paralelo 75

Na última sessão do Grupo de Leitores da Biblioteca Municipal de Oeiras abordamos o livro de Jorge Araújo e Pedro Sousa Pereira, Paralelo 75 ou O Segredo de um Coração Traído.
Muito embora toda a história agarre facilmente o leitor, dois momentos prendem a atenção e a emoção de quem lê. Por terem sido referidos durante o encontro do Grupo e e pela forma como descrevem as emoções deixamos aqui essas duas passagens:

"Tinha trinta anos de cartas na cabeça. Escrevera milhares de palavras, amarrotara frases e mais frases, evitara vírgulas mal colocadas, adjectivos mais ousados. Umas cartas mais longas, normalmente escritas à noite quando a saudade aperta, a aguardente destila os sentimentos mais recalcados, outras, mais curtas, arrancadas a ferros à luz do dia, com palavras esculpidas a régua e esquadro, certinhas, sem qualquer chama. Mas eram cartas imaginárias, que, quando passadas para o papel, nunca eram enviadas ao destinatário."
pp. 63

“Chorou naquele dia e nos dias seguintes. Chorou nos dias dos anos seguintes sempre que se lembrava daquele dia. Mesmo assim, não queria apagar aquela imagem do pensamento. Era a dose de ódio que lhe permitia continuar a caminhar, a injecção de rancor que lhe dava energia, a lufada de ressentimento que lhe alimentava a ilusão. A ilusão de que, um dia, ela regressaria, arrependida, e ele a faria pagar pelo dia, os dias de todos os anos, em que sofreu por ela."
pp. 187

Conversas na Aldeia Global com Mónica Bettencourt Dias

Na próxima quinta-feira dia 13 de Março, pelas 21h30m, terá lugar a segunda sessão das "Conversas na Aldeia Global" que, em novo horário (2ª 5ª feira de cada mês), retomam o ciclo de debates dedicado à "Ciência & Tecnologia em Oeiras".
Mónica Bettencourt Dias é doutorada em Bioquímica e Biologia Molecular pela Universidade de Londres e desenvolve a sua actividade como investigadora principal no Instituto Gulbenkian Ciência. Ao aderir ao convite das BMO para participar nas Conversas na Aldeia Global, propôs-se transmitir algumas das suas experiências e relatar o dia-a-dia no laboratório de um cientista.
Esta sessão de divulgação científica, moderada pelo jornalista Vasco Trigo, procurará dar a conhecer alguns dos resultados obtidos com os estudos na área da Biomedicina (multiplicação das células), nomeadamente, sobre a sua participação activa em investigações que conduziram à descoberta do funcionamento do centrossoma, órgão da célula que regula a multiplicação celular. A resposta a uma questão que tem mais de cem anos e cuja descoberta nos colocará no caminho da explicação quanto à formação do centrossoma e de novos métodos de diagnóstico no combate ao cancro, tem constituído uma das suas principais áreas de investigação.
Os estudos desenvolvidos pela jovem cientista, mereceram, pela sua reconhecida importância no meio cientifico, publicação nas mais conceituadas revistas internacionais da especialidade, como a "Nature", a "Science" e a "Current Biology", tendo também contribuído para que fosse a primeira cientista da Península Ibérica a receber o “Prémio Europeu Eppendorf” e, mais recentemente, uma das primeiras agraciadas com o “Prémio Seeds of Science/ Sementes de Ciência”.
As Conversas na Aldeia Global mantêm a temática "Ciência e Tecnologia em Oeiras" até ao final do mês de Julho, como um espaço de debate, onde o público tem voz e sempre um lugar reservado. Contamos consigo!

Mapa "Conversas na Aldeia Global"


Exibir mapa ampliado

Mais informações sobre a investigadora:

segunda-feira, 10 de março de 2008

Uma lufada de ar fresco nos blogs


Num mundo completamente invadido pelo "fabricar" de espaços virtuais, a minha amiga Helena Gil enviou-me uma sugestão de leitura de um blog diferente e criativo, o fworld, que aqui partilho com todos os leitores.

Para navegar (na parte inferior do blog), ler, apreciar e contestar (se for o caso) ...


sábado, 8 de março de 2008

Quando um autor “se despe” na praça pública

No mês em que se comemora o dia mundial da poesia, o Grupo de Leitores de Carnaxide escolheu o livro Poemas da Vida, de Marques Farinha.
Em sessão alargada com a presença do autor, mais uma vez, contámos com a inestimável intervenção do Prof. Dr. Alberto de Carvalho, que principiou por nos dizer que “o autor despiu-se (corajosamente) na praça pública”, e por ser um livro “autobiográfico” era “uma poesia carregada de inquietação”, “mas também de esperança”, retorquiu a nossa colega Elisabete Oliveira.
O Prof. realçou a crítica “carregada de bom senso” da revista Brotéria, que concedeu ao livro Poemas da Vida, entre outras palavras,

“Em corajoso testemunho e com autenticidade assumida à Luz de Deus e da Mãe Natureza, um advogado – poeta canta”,

“no mesmo hino,
de um lado a montanha,
e, de outro, o Divino”,

“Em louvável reconhecimento à aldeia e ao claustro que o ajudaram a ser o homem de acção e contemplação que neste livro se manifesta através de “poesias…de mim para mim”, mas perante o “Criador, o Universo e os homens quando são homens”

Na segunda sessão, dia 11 de Março, vamos enriquecê-la, trazendo o nosso poema favorito de Poemas da Vida, traga, também, o seu!

sexta-feira, 7 de março de 2008

Grupos de Leitores em Algés, Carnaxide e Oeiras

No mês de Março os Grupos de Leitores das Bibliotecas Municipais de Oeiras voltam a reunir-se para num ambiente informal, descontraído mas muito enriquecedor falarem sobre os livros e as suas leituras.

Este mês estamos a ler:


Biblioteca Municipal de Algés







Autor: Bernhard Schlink
Título: O Leitor


Biblioteca Municipal de Carnaxide








Autor: Marques Farinha
Título: Poemas da minha vida



Biblioteca Municipal de Oeiras









Autor: Jorge Araujo/Pedro Sousa Pereira
Título: Paralelo 75

O livro, esse grande objecto

Para este fim-de-semana, e não só, deixamos a sugestão de leitura do artigo publicado na Revista Atlântico, da autoria da amiga e colega Isabel Goulão (ou Miss Pearls).
Este texto vem confirmar o seu gosto especial pelos livros, a leitura e a profissão de bibliotecária, surpreendendo-nos também com a vertente humorística que lhe confere uma leveza especial. Aprecie!...

Um artigo publicado recentemente na edição em linha da BBC News, colocava a questão: “Ler livros torna-nos mais espertos?(1)”, a propósito da iniciativa “Ano Nacional de Leitura” lançada a passada semana pelo Primeiro Ministro britânico.
Pois é sobre livros que esta coluna trata neste número, mas nada de crítica literária, pois isso fica para quem sabe. Mas até (me) soa bem poder afirmar que os livros são parte fundamental na minha vida, o que é uma boa verdade. Apesar desta coluna se chamar “Geração Vinil”, esclareço desde já que não usa chinó, lentes grossas nem fatos mal amanhados, estereotipo estafado da figura de bibliotecária, também conhecida por “the shhh people” expressão engraçada pela qual são (ou foram) chamados estes técnicos do livro. Falo de livros enquanto objectos e não necessariamente de leitura. Como poderão imaginar, os processos de tratamento de que os livros são alvo, nada têm de romântico: uma secretária cheia de obras à espera de serem classificadas, catalogadas e cotadas não se compadece com os prazeres da leitura nem com obras primas literárias. Dito de outra forma, um livro do Philip Roth leva exactamente o mesmo tratamento que um livro de receitas de sushi. Pode parecer injusto, mas é assim.
Estamos bem longe da ideia romântica da imagem da bibliotecária a namoriscar entre estantes de madeira, como Spencer Tracy e Katharine Hepburn no filme "Desk Set”, a loura Carole Lombard enroscada nos braços do Clark Gable em “No man of her own” ou uma Betty Davis destemida, no filme “Storm center” em pleno “mccarthismo”. Coisas de filmes a preto e branco, como os microfilmes. Porque uma bibliotecária, a cores e na vida real, rodeada de códices, obras de botânica, estampas, mapas, romances ou de bases de dados em linha, com cheiro a livros de tinta fresca ou amarelados do tempo, procura, acima de tudo, fazer chegar o seu trabalho junto dos leitores o mais breve possível. Em vez da fantasia das metáforas, da sintaxe apurada da obra e da beleza da escrita, o bibliotecário suspira por um índice bem construído que lhe há-de ser de grande utilidade quando tiver que a classificar.
Para além dos livros que estão à nossa guarda, existem também aqueles que nos oferecem e não lemos, aqueles que vamos comprando e os nunca abrimos, aqueles que damos porque gostaríamos de os ler, aqueles que gostaríamos de ter e nunca compramos por serem caros, aqueles que começamos a ler duas, três vezes e nunca os acabamos, porque entretanto dois ou três outros vão entrando e têm os mesmo destino(2). Sem esquecer os livros que se compram com gula, por causa da capa, pelo retrato que lá está ou seduzidos pela badana, mesmo que o recheio seja, (e é tantas vezes) uma enorme desilusão. Como costuma dizer um amigo, com especial acerto, basta colocar as fotografias ou as imagens certas numa qualquer compilação de receitas de pudins em banho-maria para se tornar um estoiro de vendas.
Para além do seu valor literário, patrimonial ou estético, pouco se fala do livro enquanto objecto. Por mim, parece-me bem que cada um fale do que conhece e “classifique” como sabe.
Isabel Goulão
(2) "Se Numa Noite de Inverno Um Viajante", de Italo Calvino

Desk Set (1957)

quinta-feira, 6 de março de 2008

"Senhora de uma escrita intensa e sublime" que "levou a literatura portuguesa a campos nunca antes percorridos".


Maria Gabriela Llansol, escritora portuguesa de ascendência espanhola, nascida em Campo de Ourique, Lisboa, a 24 de Novembro de 1931 e falecida dia 3 de Março aos 76 anos (2008). Licenciou-se em Direito e em Ciências Pedagógicas e em 1965 exilou-se na Bélgica durante 20 anos. Foi na Bélgica que escreveu aquela que é considerada uma das suas mais importantes obras: "O livro das Comunidades", de 1977. Quando regressou a Portugal, nos anos 1980, foi viver para Sintra, onde, por opção, se isolou.
Maria Gabriela Llansol é um caso ímpar na ficção contemporânea, de jorrante, inesperada e original criatividade. A sua forte personalidade e o seu estilo muito próprio afirmaram-se desde 1957, com as narrativas de Os Pregos na Erva, consolidando-se com O Livro das Comunidades, 1978, e com todas as suas obras posteriores, de que salientamos: A Restante Vida, 1978, Um Beijo Dado mais Tarde, 1990, e Lisboaleipzig, 1994 e 1995.
Aliando a subjectividade enunciativa a um forte pendor mítico de implicação lírica, que funda numa visão da vida e do mundo de tipo religioso herético, sensualista e naturalista, a sua ficção caracteriza-se por uma hibridez de registos e de convocação, temporal e espacial de entidades, que no entanto, assume uma coesão que lhe é dada por uma marca discursiva persistente e inconfundível. Entre as distinções recebidas contam-se, por duas vezes, o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritora - em 1990 Um beijo dado mais tarde e em 2006 Amigo e Amiga.

"Senhora de uma escrita intensa e sublime onde estão reflectidas algumas belíssimas imagens da Europa, de Portugal à Bélgica, de Pessoa a Espinosa, de Bach a Holderlin e S. João da Cruz, Maria Gabriela Llansol afirmou-se com uma escrita radicalmente inovadora que levou a literatura portuguesa a campos nunca antes percorridos", sublinha ainda Durão Barroso.
A autora excepcional deixa cerca de trinta obras marcadas por uma escrita inovadora e à margem da literatura, tal como a própria autora escolheu viver, em Portugal e na Bélgica; deixa contos, romances e dezenas de cadernos de diários, tendo ainda traduzido autores como Rilke, Rimbaud, Baudelaire e Paul Éluard. A escritora é "um dos grandes nomes" e "provavelmente a grande prosadora" da literatura portuguesa do século XX, na opinião do poeta, romancista e crítico literário Eduardo Pitta. Ainda a este propósito, Pitta insistiu em que Gabriela Llansol "não era uma romancista no sentido tradicional", "a sua morte é, sem dúvida, uma enormíssima perda", disse ainda.
O espólio literário de Maria Gabriela Llansol, foi doado à Associação de Estudos Llansolianos, criada em 2006 para estudar a obra da escritora. "Estamos a começar a tratar as dezenas de cadernos manuscritos, dos diários que Maria Gabriela escreveu desde os tempos em que viveu na Bélgica", disse à Lusa - João Barrento, que integra a direcção do Espaço Llansol - Associação de Estudos Llansolianos. A associação, de que também fazem parte Hélia Correia, Manuel Gusmão e Maria Etelvina Santos, está a digitalizar e a transcrever esses cadernos, um processo que pode ser acompanhado através do blogue do Espaço Llansol. Os cadernos, que contêm quinze a vinte mil páginas e papéis manuscritos, apresentam textos, desenhos e colagens da autora. "Até hoje, a autora nunca deixou de acompanhar a escrita dos seus mais de trinta livros com a destes cadernos, que, apresentando paralelos e convergências com as obras editadas, vão muito para além delas e constituirão um instrumento fundamental para a investigação e o esclarecimento da Obra desta autora singular da nossa literatura contemporânea", escreveu João Barrento no blogue em dezembro último.
Compilação de textos de:
Espaço M.G LLansol,
Lusa, Notícias Público, Sic,
Correio da Manhã - on-line;

terça-feira, 4 de março de 2008

Infoliteracia: Reestruturação das Acções de Formação

Ao longo dos últimos dois anos, a Câmara Municipal de Oeiras, através das suas Bibliotecas Municipais, desenvolve o Projecto Infoliteracia com a finalidade de promover as literacias de informação nas suas diversas modalidades e junto de públicos distintos. Com base num leque diversificado de acções e serviços, pretende-se promover metodologias que permitam melhorar a capacidade de identificar, pesquisar, seleccionar, avaliar, usar e organizar a informação, com recurso às diferentes fontes disponíveis na biblioteca ou na Web.
Durante este período foram realizadas sessões que abrangeram desde a Pesquisa Básica e Avançada na Web; a Pesquisa no Google: 5 regras básicas; o Blog @ Tardinha; a Pesquisa no Catálogo das BMO e uma acção destinada ao público escolar, No Trilho da Suspeita.
Nesta fase, contamos com cerca de 1.300 participantes e asseguramos a recolha de dados fundamentais e úteis à reestruturação do projecto: desde a identificação e afectação de recursos materiais e humanos, a definição de um método de formação, o estabelecimento do sistema de calendarização, de horários, duração e a adopção de instrumentos de avaliação, a adopção de métodos de gestão de inscrições, de meios de divulgação do projecto e o conhecimento do perfil de participantes mais frequentes e respectivas necessidades de formação.
Durante o mês de Março vamos dar início ao processo de reestruturação das formações Infoliteracia de modo a valorizar a componente de aprendizagem ao longo da vida e a garantir, no cômputo geral das competências, o apoio à obtenção de conhecimentos necessários ao exercício da cidadania activa e eficiente.
A nova oferta de acções de formação procurará abranger a resolução de problemas do quotidiano (desde oficinas dedicadas à utilização eficaz do correio electrónico, a sessões relacionadas com a pesquisa de emprego na Web, compras e negócios na Web, entre outras) assim como o conhecimento e manuseio de ferramentas tecnológicas que permitem a edição e organização de informação (produtos e serviços do Google ou Wikis), enquadrados sempre em casos práticos e ambientes reais direccionados para temas de apoio à cidadania.
O novo modelo a seguir implica a estruturação das acções de formação segundo uma organização modular: Módulo 1 – Acesso à Informação; Módulo 2 – Avaliação de Informação e Módulo 3 – Uso e Organização de Informação, de modo a assegurar a certificação nestas áreas.
Retomaremos brevemente a programação das sessões de Infoliteracia. Fique atento à nossa oferta de novas oportunidades de aprendizagens!

segunda-feira, 3 de março de 2008

'Riscos & Rabiscos' apresenta:




"OS LUGARES DE MARIA"




Maria tem seis anos. Desenhar e pintar é o que Maria mais gosta de fazer. Mas as folhas de papel são demasiado pequenas para ela: cores, formas, linhas e pontos saem do papel e prolongam-se por mesas, livros, candeeiros, vestidos, enfim, pelo que estiver mais próximo.
Um dia Maria descobriu que podia viajar com a ajuda de pincéis e tubos de tinta. Os ‘lugares’ por onde Maria viaja começam a ser longínquos e numerosos (mais de oitenta e seis!) e, para nãos os perder, Maria começa a guardá-los em caixas; assim pode lá voltar sempre que quiser. As viagens nunca podiam durar muito tempo, porque cada um dos lugares ficava triste e cheio de saudades quando as visitas terminavam…

Margarida Botelho cria “Os Lugares de Maria” utilizando a técnica da colagem de objectos conjuntamente com a colagem de imagens; as páginas do livro sugerem assim espaços tridimensionais onde a narrativa flúi.


Uma Exposição de Ilustração a não perder!



Na Sala Infantil da Biblioteca Municipal de Carnaxide até dia 27 de Março.

O Grupo de Leitores da Biblioteca Municipal de Carnaxide convida…

O Grupo de Leitores da Biblioteca Municipal de Carnaxide escolheu para o mês de Março o livro POEMAS DA VIDA, do autor Marques Farinha.
As sessões, a realizar em 4 e 11 de Março, pelas 19h, vão ser enriquecidas com a presença do autor.
Recordo o poema,

SOU O PROFETA

“Eu sou o Profeta
Dos tempos que hão-de vir.
Sou a voz de Abraão
De Isaac e de Jacob.

Sou a voz de Cristo e de Maomé
Sou Pompeia e o Vesúvio
Sou a sombra do Dilúvio
E da Arca de Noé.

Sou a Trombeta
Na voz dos tempos
Sem Profeta.

Sou a voz e a trombeta
Que há-de ressoar
No ouvido dos mortos a ressuscitar.

Sou o relâmpago
Que há-de brilhar
Na escuridão final.

Sou a voz e a trombeta
De todos
No Juízo Final!

Sei que sou
E serei a voz a retumbar
Pela Eternidade sem fim.

Sou a voz do Profeta
Que há dentro de mim!”

Apesar dos Grupos de Leitores serem uma actividade limitada a 15 pessoas, que duas vez por mês conversam, de uma forma informal, sobre um livro previamente escolhido, vimos convidá-lo a juntar-se a nós, numa mesa mais alargada, para conhecer melhor ou ficar a conhecer o autor Marques Farinha.
Destacamos a apresentação do livro que o jornal O DIA, de 22 de Maio de 1991, fez na sua página de Cultura e Espectáculos:
“Autodefinindo-se como a «Síntese entre o Torga e o Régio», Marques Farinha dá à estampa os seus «Poemas da Vida» como mostra viva do que é o português gerado em plena guerra e que teve por origem a montanha, balizado entre a vida terrestre e a dimensão divina.
Estes «Poemas da Vida» são o retrato de um homem que, abrindo a sua obra com um Poema intitulado «Eu Sou Louco», mesmo assim afirma que a sua loucura é «a procura do carreiro definido que a formiga segue sempre sem perder o sentido». Um sentido indelével e marcado pela afirmação de quem «se habituou a amar o Criador do Universo e os homens, quando são Homens».

Para a sessão de 11 de Março, e atendendo a que, se comemora a 21 de Março o Dia Mundial da Poesia, convidamos, quem quiser a juntar-se a nós, para a leitura do poema que considera favorito do livro POEMAS DA VIDA.

As Nossas Sugestões - Março 2008

Título:O casamento de Cathy e Irving
Autor: Cathy Guisewite

De quem se fala: Cathy Guisewite lançou a série Cathy nos jornais em 1976, tornando-se uma das poucas cartonistas femininas a alcançar um sucesso de dimensão mundial. Trinta anos depois, a sua criação é presença assídua em mais de 1400 jornais de todo o mundo, chegando a um público ainda mais vasto através dos vários álbuns e antologias temáticas da série. Entre os muitos prémios que recebeu, contam-se o Reuben Award de 1993 e um Emmy para o programa de animação Cathy, produzido pela CBS.

O que se diz: O casamento de Cathy e Irving oferece toda a confusão, toda a magia e todo o humor que têm caracterizado as anteriores aventuras da Cathy, relatando o turbulento ano de noivado e o dia do grande acontecimento.

Está dito: - Queres casar comigo?
- Sim!

Gardiva, 191 p.



Título:A Flor Oculta
Autor: Pearl Buck


De quem se fala: PEARL BUCK, tornou-se a primeira mulher norte-americana a ser galardoada com o Prémio Nobel da Literatura.
Nasceu a 26 de Junho de 1892, em Hillsboro no Estado da Virgínia Ocidental, filha de um Missionário que dedicou muitos anos de vida à tradução da Bíblia da língua grega para a chinesa. Em consequência deste facto, Pearl Buck aos três meses de idade foi viver para a China com seus pais.
Fundou a Welcome House, a primeira instituição internacional de Adopção em todo o mundo, destinada principalmente para ajudar as crianças “Amerasian”, abandonadas pelos seus pais Americanos estacionados no Extremo Oriente. A sua própria família, além da filha biológica fora constituída por 9 filhos adoptados
Através da sua escrita, actos e exemplo de vida conseguiu sensibilizar e modificar o Pensamento Americano sobre assuntos sociais, raciais e as relações internacionais em geral. Influenciou ainda, a forma como os Americanos viam a China.
In: http://www.english.upenn.edu/Projects/Buck/


O que se diz: Josui, rapariga chinesa educada na América, regressa à China. Só conhece um oficial americano por quem se apaixona. Ailen Kennedy tenta seduzi-la. Josui, chocada, acede à vontade do pai e aceita o noivo chinês que este lhe propõe, Korobi. Kennedy, reconhecendo que Josui não é rapariga para uma aventura, resolve casar com ela. Josui não hesita em desgostar o pai e o noivo e acaba com o seu curto noivado. Entretanto o comandante das forças americanas, sabedor do facto, manda Kennedy para a América. Kennedy e Josui casam à pressa, segundo o ritual chinês. Dois dias depois Kennedy parte. Na sua terra, a mãe do rapaz afecta não ligar importância ao caso e quando Josui vai ter com o marido, a sogra não a quer receber nem ver. Kennedy ao princípio rebela-se mas a pouco e pouco vai cedendo e acaba por deixar Josui sozinha, para ir passar o Natal com a mãe. Josui, que espera um filho sem que o marido sequer o suspeite, foge de casa acolhendo-se a uma maternidade e aí abandona o filho para ir com Kobori para a China. Casos destes fazem-se crer que, não obstante a boa vontade de Pearl Buck, ele não consegue conciliar a raça branca e a amarela. A rapariga normal, virtuosa, que naturalmente abandona o filho, entre nós seria tudo menos normal e virtuosa. Bem escrito, não é, no entanto, um grande livro.


Está dito: Nova Iorque é o lugar indicado para nós, uma grande cidade onde vive gente de toda a espécie.


Livros do Brasil - Coleccção Dois Mundos; 284 p.

Ver este título no catálogo da biblioteca




Título: O Brincador
Autor: Álvaro Magalhães

De quem se fala: Álvaro Magalhães nasceu no Porto, em 1951. A sua obra para crianças e jovens integra poesia, conto, ficção e textos dramáticos, que já cativaram quase dois milhões de leitores. Ela caracteriza-se sobretudo pela originalidade e invenção, quer na escolha dos temas quer no seu tratamento.
Foi várias vezes premiado pela Associação Portuguesa de Escritores e Ministério da Cultura. Em 2002 foi integrado na “Honour List” do Prémio Hans Christian Andersen e recebeu o Grande Prémio Calouste Gulbenkian.


O que se diz: O livro O Brincador, constitui uma edição comemorativa dos 25 anos de vida literária do escritor Álvaro Magalhães. Esta obra, com ilustrações do pintor José de Guimarães, inclui alguns dos textos poéticos mais representativos da actividade literária do escritor, ao lado de composições inéditas, preferencialmente destinados aos leitores mais pequenos, mas passíveis de serem lidos saboreados em qualquer idade.
In Casa da Leitura


Está dito: “Quando for grande, não quero ser médico, engenheiro ou professor. Não quero trabalhar à noite, seja no que for. Quero brincar de manhã à noite, seja com o que for. Quando for grande, quero ser um brincador”.

Edições ASA; 63 p.

Ver este título no catálogo da biblioteca



Título: Chiquinho
Autor: Baltasar Lopes

De quem se fala: Baltasar Lopes, filólogo, poeta e ficcionista cabo-verdiano, Baltasar Lopes da Silva nasceu em 1907, na Vila da Ribeira Brava (ilha de S. Nicolau), em Cabo Verde, e iniciou, no seminário da mesma localidade, os estudos secundários, que terminou em S. Vicente. Licenciado em Direito e Filologia Românica pela Universidade de Lisboa, voltou para Cabo Verde e ingressou como professor no Liceu Gil Eanes, de S. Vicente, sendo mais tarde nomeado reitor do mesmo estabelecimento.Em 1936, fundou, juntamente com outros intelectuais cabo-verdianos, a revista literária Claridade.
Filólogo, poeta, professor, novelista e ensaísta, Baltasar Lopes, além de ter diversos contos publicados em várias revistas, publicou também muitos poemas sob o pseudónimo de Osvaldo Alcântara. Esta produção poética está justamente representada em várias antologias.
Em 1947, publicou o seu primeiro romance, Chiquinho, considerada uma obra de profunda densidade poética cujas melhores páginas identificam Baltasar Lopes com alguns dos maiores escritores de língua portuguesa, tais como Graciliano Ramos, José Lins do Rego ou mesmo Jorge Amado.
Sendo um escritor crioulo e consciente da sua posição de homem posto perante os grandes problemas da nossa época, organizou uma Antologia da Ficção Cabo-Verdiana. Em 1956, publicou o folheto polémico Cabo Verde visto por Gilberto Freire e, em 1957, O Dialecto Crioulo de Cabo Verde.
Baltasar Lopes faleceu em 1990, em Cabo Verde.


O que se diz: Um dos melhores romances da literatura cabo-verdiana. Descrevendo Cabo Verde dos anos 30, o seu interesse resulta não somente do facto de estar apoiado numa realidade que até esta altura tinha sido deixada de lado pelos escritores do arquipélago, mas sobretudo da demanda da personalidade cultural do povo de Cabo Verde. Chiquinho é também uma forte denúncia: do abandono a que foram votadas as pessoas de Cabo Verde. As secas destruíam colheitas, a fome estendia as suas garras sobre uma população indefesa e desesperada. No entanto, as personagens desta história alimentam um sonho, uma esperança, todos poderiam ser outra pessoa que não são, se ao menos a terra não fosse madrasta. É aqui que entra o mar, a miragem da América, os baleeiros para correr sete mundos, o futuro prometido para lá da fome, das secas e do sofrimento. Chiquinho é o fio condutor por onde passam todas estas personagens. É através das tribulações deste jovem, de origem modesta, mas livre num mundo desconhecido, que Baltasar Lopes se impõe como um dos principais fundadores da literatura cabo-verdiana.
http://www.novavega.pt/Book.aspx?id=36

Está dito: É ele mesmo quem, na voz do narrador de Chiquinho nos diz: «Como quem ouve uma melodia muito triste, recordo a casinha em que nasci, no Caleijão.

O destino fez-me conhecer casas bem maiores…, mas nenhuma eu trocaria pela nossa morada coberta de telha francesa e rebocada de cal por fora, que meu avô construiu com dinheiro ganho de riba da água do mar».

http://www.governo.cv/index.php?option=com_content&task=view&id=260

Nova Veja; 209 p.



Ver este título no catálogo da biblioteca


Título: A Maior Flor do Mundo

Autor: José Saramago
Ilustrador: João Caetano

De quem se fala: José Saramago nasceu no Ribatejo, na aldeia de Azinhaga, no dia 16 de Novembro de 1922. Por dificuldades económicas não lhe foi possível continuar os estudos para além do ensino liceal e técnico. Foi serralheiro mecânico, desenhador, tradutor, editor e jornalista. Em 1947 foi publicado o seu primeiro livro. Colaborou como crítico literário na revista Seara Nova, foi comentador político no jornal Diário de Lisboa, fez parte da primeira direcção da Associação Portuguesa de Escritores, presidiu a Assembleia Geral da Sociedade Portuguesa de Autores e foi director-adjunto do jornal Diário de Notícias. A partir de 1976 passou a viver unicamente do seu trabalho literário. Em 1993 passou a residir não só em Lisboa, mas também na ilha de Lanzarote, nas Canárias. Em 1998 recebeu o Prémio Nobel de Literatura. Os livros de José Saramago encontram-se publicados em mais de 50 países, em cerca de 40 idiomas.
João Caetano recebeu, pelas ilustrações de A Maior Flor do Mundo, o Prémio Nacional de Ilustração para livros infantis publicados em 2001, atribuído pelo Instituto Português do Livro e das Bibliotecas e pela Associação Portuguesa para a Promoção do Livro Infantil e Juvenil – Secção Portuguesa do IBBY (International Board on Books for Young People); ao conceder-lhe este prémio, o Júri sublinhou “a criatividade, a força e o estilo pessoal destas ilustrações que, pela forma e técnicas utilizadas tornam a obra numa peça coerente e única em articulação com o primeiro texto que José Saramago escreve especificamente para crianças”.

O que se diz: Este Álbum ilustrado conta-nos a história de um menino que transpõe um dia os fundos do seu quintal e “ (…)de árvore em árvore, como um pintassilgo, desce ao rio e depois por ele abaixo (…) ” até uma encosta no cimo da qual vê uma flor, apenas uma flor solitária, cansada e murcha. Água, não havia por ali, só muito longe, depois da montanha e do mundo todo. Para salvá-la o menino atravessa esse mundo, e volta com três gotas na concha da mão, e torna a ir e a voltar até ela crescer e dar sombra. Então aí adormece esquecido do tempo. Pais família e vizinhos procuram-no, inquietos, mas não o encontram. O sol a pôr-se e ao longe uma flor enorme, antes nunca vista, a indicar-lhes o caminho. Subida a colina lá estava o menino; uma pétala com as cores do arco-íris servia-lhe de resguardo. E depois…


Está dito: “ Este era o conto que eu queria contar. Tenho muita pena de não saber histórias para crianças. Mas ao menos ficam sabendo como a história seria, e poderão contá-la doutra maneira, com palavras mais simples do que as minhas, e talvez mais tarde venham a saber escrever histórias para as crianças…”.


Caminho; 36 p.