segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Boas Festas!


quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Literatura e Gastronomia - Carlos Paião

Vinho do Porto
Primeiro a serra semeada terra a terra
Nas vertentes da promessa
Nas vertentes da promessa
Depois o verde que se ganha ou que se perde
Quando a chuva cai depressa
Quando a chuva cai depressa

E nasce o fruto quantas vezes diminuto
Como as uvas da alegria
Como as uvas da alegria
E na vindima vão as cestas até cima
Com o pão de cada dia
Com o pão de cada dia

Suor do rosto p’ra pisar e ver o mosto
Nos lagares do bom caminho
Nos lagares do bom caminho
Assim cuidado faz-se o sonho fermentado
Generoso como o vinho
Generoso como o vinho

E pelo rio vai dourado o nosso brio
Nos rabelos duma vida
Nos rabelos duma vida
E para o mundo vão garrafas cá do fundo
De uma gente envaidecida
De uma gente envaidecida

Vinho do Porto
Vinho de Portugal
E vai à nossa
À nossa beira-mar
À beira Porto
Há vinho Porto mar
Há-de haver Porto
Para o nosso mar

Vinho do Porto
Vinho de Portugal
E vai à nossa
À nossa beira-mar
À beira Porto
Há vinho Porto mar
Há-de haver Porto
Para o desconforto
Para o que anda torto
Neste navegar

Por isso há festa não há gente como esta
Quando a vida nos empresta uns foguetes de ilusão
                       

Vem a fanfarra e os miúdos, a algazarra
Vai-se o povo que se agarra p’ra passar a procissão
E são atletas, corredores de bicicletas
E palavras indiscretas na boca de algum rapaz
E as barracas mais os cortes nas casacas
Os conjuntos, as ressacas e outro brinde que se faz

Vinho do Porto vou servi-lo neste cálice
Alicerce da amizade em Portugal
É o conforto de um amor tomado aos tragos
Que trazemos por vontade em Portugal

Se nós quisermos entornar a pequenez
Se nós soubermos ser amigos desta vez
Não há champanhe que nos ganhe
Nem ninguém que nos apanhe
Porque o vinho é português


Carlos Paião
Pudim de Ovos com Vinho do Porto

7 ovos
250 gramas de açúcar
raspa de 1 laranja
5 dl leite
1 cálice de vinho do Porto
1 colher de sopa cheia de farinha Maizena
Preparação:

Numa tijela juntar o açúcar com a farinha. De seguida, juntar os ovos, um a um, e bater bem.
Depois, juntar o leite, o vinho do Porto e a raspa da laranja, e mexer bem.
Coar e deitar em forma previamente caramelizada.
Cozer em banho-maria em forno aquecido (180º) durante cerca de 70 minutos.
Retirar do forno e deixar arrefecer.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Nuno Camarneiro vence Prémio Leya 2012


Nuno Camarneiro, autor seleccionado este ano pelas Bibliotecas Municipais de Oeiras, para representar Portugal no Festival du Premier Roman de Chambéry, venceu a quinta edição do Prémio Leya com o livro Debaixo de Algum Céu. Um romance que é uma "exploração da ideia de purgatório" segundo o seu autor.

Camarneiro tinha já uma obra publicada com a Leya, intitulada No Meu Peito Não Cabem Pássaros. A obra vencedora deverá ser publicada em Março e foi escolhida “por maioria” por um júri presidido por Manuel Alegre.

O júri "apreciou no romance Debaixo de Algum Céu a qualidade literária com que, delimitando intensivamente a figura fulcral do 'romance de espaço' e do 'romance urbano', faz de um prédio de apartamentos à beira-mar o tecido conjuntivo da vida quotidiana de várias personagens - saídas da gente comum da nossa actualidade, mas também por isso carregadas de potencial significativo".

O romance, continua o júri, que é um "retrato de uma microsociedade unida pelo espaço em que vivem os personagens", organiza-se a partir de um conjunto de vozes que dão conta de vidas e destinos que o acaso cruzou num período de tempo delimitado entre um Natal e um  Fim do Ano".

"Estou num estado de euforia: o meu objectivo para hoje é tentar não ter um ataque cardíaco", disse ao PÚBLICO, Nuno Camarneiro, que concorreu ao prémio com aquele que é o seu segundo romance mas não o escreveu a pensar no prémio. "Só decidi concorrer ao prémio depois de o ter escrito", confessou o autor.

Este livro é, para Nuno Camarneiro, "uma exploração da ideia de purgatório": "Quase todo passado dentro de um prédio e em oito dias, entre o Natal e o Ano Novo, e cada inquilino atravessa durante esse período o seu purgatório pessoal", explica.

O prémio, no valor de 100 mil euros, é dado pela Leya, um dos maiores grupos editoriais portugueses que reúne mais de uma dezenas de editoras e chancelas de Portugal, Angola, Moçambique e Brasil. O objectivo do prémio é distinguir um romance inédito escrito em português.

Além de escritor, Camarneiro, que nasceu na Figueira da Foz, é investigador e professor. Foi membro do GEFAC (Grupo de Etnografia e Folclore da Academia de Coimbra) e do grupo musical Diabo a Sete, tendo ainda integrado a companhia teatral Bonifrates. Trabalhou no CERN (Organização Europeia para a Investigação Nuclear) em Genebra e concluiu o doutoramento em Ciência Aplicada ao Património Cultural em Florença.

Em 2010 regressou a Portugal, sendo actualmente investigador na Universidade de Aveiro e professor do curso de Restauro na Universidade Portucalense do Porto. Começou por se dedicar à micronarrativa, tendo alguns dos seus contos sido publicados em colectâneas e revistas. No Meu Peito não Cabem Pássaros foi a sua estreia no romance. O júri diz ainda que a escrita "é precisa e flui sem ceder à facilidade, mas reflectindo a consciência de um jogo entre o desejo de chegar ao seu destinatário, o leitor, e um recurso mínimo a artifícios retóricos em que só uma sensibilidade poética eleva e salva a banalidade e os limites do quotidiano".

O prémio, de 100 mil euros e que é o maior em valor pecuniário no domínio da literatura de expressão portuguesa, foi criado em 2008 e nas duas primeiras edições foi conquistado pelo brasileiro Murilo Carvalho e pelo moçambicano João Paulo Borges Coelho. Na terceira edição não foi atribuído.

O júri do Prémio LeYa 2012, presidido por Manuel Alegre, é ainda constituído pelos escritores Nuno Júdice, Pepetela e José Castello, por José Carlos Seabra Pereira, professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Lourenço do Rosário, reitor do Instituto Superior Politécnico e Universitário de Maputo, e Rita Chaves, crítica literária e professora da Universidade de São Paulo.

Fonte: Público

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Prova de Livros - Amor por Amar, de Teresa Lage

No sábado, 15 de dezembro, pelas 16h00, realiza-se na Biblioteca Municipal de Carnaxide o lançamento do livro «Amor por Amar» de Teresa Lage, com apresentação a cargo de Aida Sousa Dias, Rosa Machado e Cecilia Melo e Castro.
 
Desde muito cedo que a poesia começou a fazer parte da sua vida. Colaborou em algumas revistas e ganhou o 1º Prémio Nacional de Literatura Juvenil “Ferreira de Castro”. Em 2011, Teresa Lage editou o seu primeiro livro “Reflexos d’Alma”, ao qual se vem juntar esta sua segunda obra de poesia «Amor por Amar» da Chiado Editora.
 

Ana Sofia Fonseca (" Como Carne em Pedra Quente")


No dia 6 de Dezembro, Ana Sofia Fonseca autora do livro " Como Carne em Pedra Quente" esteve à conversa com os Leitores da Biblioteca Municipal de Algés. 

No âmbito do Festival do Primeiro Romance os Grupos de Leitores têm convidado os autores incluídos na lista de Pré-selecção portuguesa.





 Ana Sofia Fonseca falou de si, do seu livro, das histórias acerca deste e do seu universo literário.

 A sua editora do Clube do Autor comentou que não esperava um livro tão triste e nesse sentido tão denso.

 A escritora falou do seu processo criativo. Começou a escrever este livro porque surgiu-lhe uma imagem estranhíssima de uma menina, das suas pernas, dos joelhos para baixo, os soquetes de renda branca e os sapatos de verniz a balouçar".
A história acabou por ficar vários anos na gaveta como uma história só dela.
Acerca do título conta-nos que surgiu muito naturalmente. Escolheu a expressão forte dentro da obra. Admite que é um título que causa impacto.
Conta-nos que não tem um método contínuo de escrita. Gosta de viver a liberdade criativa da escrita ficcional.
Enquanto jornalista e durante as entrevistas para as suas reportagens ouviu muitas histórias e fica com algumas dessas pessoas depois personagens na cabeça. "Gosta de dar corpo às suas personagens e depois deixar-se surpreender por elas" no seu universo literário.

 Aqui fica uma frase do livro:

"Tudo aconteceu fora do meu alcance, são assim os momentos importantes. A primeira vez que me senti viva foi quando me disseram que estava morta."

 Aqui ficam algumas frases da autora durante a sessão:

"Gosto de passar 15 dias numa casa, por exemplo no Douro. Levanto-me cedo, escrevo, faço uma caminhada e volto a escrever."

"África é o lugar das histórias e de grandes escritores como o Mia Couto e o José Eduardo Agualusa."

Em nome do Grupo de Leitores da Biblioteca Municipal de Algés agradeço a sua vinda à Ana Sofia Fonseca.





quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Apresentação do livro de poesia "Antes de Sermos Dia", de Sofia Barros



No próximo dia 14 de Dezembro, sexta, às 21H30 terá lugar na Galeria do Palácio Ribamar, em Algés a apresentação do livro de poesia Antes de Sermos Dia, de Sofia Barros. A apresentação ficará cargo de José Fanha e Rogério Charraz.

Sofia Barros nasceu em Lisboa a 21 de Agosto de 1972

Sofia fala pouco de si ou do mundo. Situa o seu discurso poético na expressão do amor pleno, da espera e da saudade.
Em geral, os poemas de Sofia parecem nascer de um impulso, de um cântico ao momento vivido e assume-se como partilha intensa prolongada no tempo que a palavra cristaliza. In prefácio de José Fanha.

Apareça. A poesia anda por aqui!

Informações
Biblioteca Municipal de Oeiras, Tel 21 440 63 30, ana.jardim@cm-oeiras.pt

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

O Natal está a chegar à Biblioteca Municipal de Algés...

O espaço Infantil da Biblioteca Municipal de Algés já está vestido com as cores de Natal!
Vem descobrir todas as surpresas que temos reservadas para ti...

 

 
Boas Festas!
Oh Oh Oh....


    PRELÚDIO DE NATAL

 
 
                                                    
       Tudo principiava
       pela cúmplice neblina
       que vinha perfumada
       de lenha e tangerinas
       Só depois se rasgava
       a primeira cortina
       E dispersa e dourada
       no palco das vitrinas
       a festa começava
       entre odor a resina
       e gosto a noz-moscada
       e vozes femininas
       A cidade ficava
       sob a luz vespertina
       pelas montras cercada
       de paisagens alpinas
       David Mourão-Ferreira

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Poeta do Mês - Herberto Helder



Herberto Helder nasceu na Madeira em 1930 e virou costas à ilha para partir à aventura pela Europa. Passou pela Universidade de Coimbra mas desistiu por achar que isso não acrescentava nada à sua formação. Andou à deriva por vários países da Europa onde teve profissões tão variadas como guia de marinheiros em bairros de prostitutas, cortador de legumes, empregado de restaurante, empacotador de aparas de papel e estivador. Deu largas à sua imaginação nas retretes privadas de Paris. Viveu momentos de precariedade e chegou a passar fome. Regressou a Lisboa, passando a viver da própria escrita. 

Reconhecido como um dos maiores poetas portugueses contemporâneos, Herberto Helder é mesmo apontado como uma referência na poesia portuguesa depois de Fernando Pessoa. O universo enigmático e metafórico que consegue criar com a sua poesia invocam muitas vezes uma dimensão cósmica que se aproxima das grandes leis que regem os movimentos da natureza.

Tal como a sua poesia, Herberto Helder é para o público uma personalidade enigmática. Recusou o Prémio Pessoa e com ele mais de 35 mil euros. Este ano foi proposto pelo Pen Clube de Portugal como português candidato ao Prémio Nobel da Literatura. 

Fonte:CITI

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Jerónimo Pizarro no "Café com Letras"

5.Dez.2012 - 21h30
Biblioteca Municipal de Oeiras

Carlos Vaz Marques conversa com Jerónimo Pizarro

Jerónimo Pizarro nasceu em Bogotá, capital da Colômbia. Descobriu a obra de Fernando Pessoa ainda no seu país através do “Livro do Desassossego” ao qual se seguiu “O Guardador de Rebanhos”. Em 2000, logo após se ter licenciado na Universidad de los Andes, chega a Portugal para estudar Linguística na Universidade Nova de Lisboa sem nunca imaginar que passaria os anos seguintes dedicado à obra pessoana. Posteriormente doutorou-se pelas Universidades de Harvard (2008) e de Lisboa (2006), em Literaturas Hispânicas e Linguística Portuguesa, respetivamente.
Editou, organizou e colaborou em diversas obras sobre literatura hispânica, literatura de expressão portuguesa e principalmente sobre a obra de Fernando Pessoa , como a primeira edição crítica do “Livro do Desassossego” ou “Portuguese Modernisms in Literature and the Visual Arts”.
Em 2013 será comissário da Feira Internacional do Livro de Bogotá na qual Portugal será o país tema.
Dia 5 de Dezembro, às 21h30, vai estar à conversa, na Biblioteca Municipal de Oeiras, com Carlos Vaz Marques e com todos aqueles que com eles quiserem partilhar um serão à volta dos livros.

Entrada Livre.