segunda-feira, 28 de julho de 2008

Prémio Camões atribuído a João Ubaldo Ribeiro

O escritor brasileiro João Ubaldo Ribeiro foi o eleito pelo júri da 20ª edição do Prémio Camões, o mais importante galardão atribuído a autores de língua portuguesa.
Autor de romances como “Sargento Getúlio”, “Viva o Povo Brasileiro" ou o mais recente “A Casa dos Budas Ditosos”, Ubaldo Ribeiro estendeu a sua produção literária aos contos infantis, ensaio, traduções e adaptações para cinema e televisão, a que se juntam as crónicas na imprensa brasileira.
O presidente do júri Ruy Espinheira Filho justificou a atribuição do galardão com "alto nível da obra literária" do escritor baiano, "especialmente densa das culturas portuguesa, africanas e dos habitantes originais do Brasil". Espinheira Filho explicou que, sem trair "o espírito" do prémio, o júri da 20 ª edição "decidiu que centraria a sua discussão em escritores brasileiros". "Esses é que foram trazidos para análise no concurso de hoje", adiantou o jornalista e escritor, sem revelar os outros nomes da lista. "Não foi fácil a decisão. Todos os candidatos discutidos eram à altura do prémio", reconheceu, sublinhando, porém, que João Ubaldo Ribeiro foi escolhido com uma "maioria significativa".
Instituído pelos governos português e brasileiro em 1988, o Prémio Camões distingue, anualmente, um autor que, pelo conjunto da sua obra, tenha contribuído para o enriquecimento do património literário e cultural da língua portuguesa. Miguel Torga foi o primeiro autor distinguido, em 1989, e desde então o galardão foi atribuído a nove portugueses - Lobo Antunes foi o vencedor da última edição - oito brasileiros, dois angolanos e um moçambicano.

sábado, 26 de julho de 2008

Está no ar Ciência Viva TV

Desde sexta-feira, 25 de Julho, 10h00: está no ar Ciência Viva TV, o novo canal online de divulgação da ciência e da tecnologia da Ciência Viva – Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica, desenvolvido em colaboração com o Centro de Investigação para Tecnologias Interactivas da Universidade Nova de Lisboa e a FCCN - Fundação para a Computação Científica Nacional.
A partir de ontem, o endereço www.cvtv.pt passa a ser um ponto de paragem obrigatório para todos os cibernautas com interesse nas áreas da ciência e da tecnologia. Reportagens, entrevistas, vídeos temáticos e notícias científicas irão preencher a programação deste novo meio de comunicação online, disponível 24 horas por dia.
Uma equipa de jornalistas profissionais assegurará o dinamismo do canal, que pretende dar voz e promover o debate entre cientistas, divulgar novos projectos de investigação e dar a conhecer as novas gerações de cientistas nacionais.
No site www.cvtv.pt será possível fazer upload de conteúdos, assistir a experiências científicas, ver a ciência em imagens, aprofundar conceitos no espaço reservado ao dicionário da ciência e pesquisar vídeos por áreas científicas. E porque a ciência também se pode trazer no bolso, os cibernautas vão poder descarregar para o seu telemóvel podcasts sobre alguns temas de ciência, com instruções práticas sobre turismo científico, observação do céu nocturno e outros.
Para o nono aniversário do Pavilhão do Conhecimento – Ciência Viva, o CVTV preparou uma emissão especial (que esteve no ar entre as 10h00 e as 18h00) que inclui reportagens em directo com os visitantes, vídeos sobre as missões a Marte, peças sobre os mitos científicos mais comuns e a transmissão de uma mesa-redonda sobre cozinha molecular que terá lugar hoje no Pavilhão do Conhecimento – Ciência Viva.
O CVTV é um projecto que abrange toda a Rede de Centros Ciência Viva, que neste momento conta com 17 centros em todo o território nacional.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Biblioteca de Arte no FLICKR

A Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian divulga, desde 22 de Julho, um conjunto de colecções de fotografias no FLICKR, a ferramenta 2.0 para partilha e organização de fotos na Internet.
Das 180 mil fotografias que compõem as 180 colecções da Biblioteca de Arte, estão disponíveis, nesta primeira fase, cerca de mil, as que se encontram no domínio público, relativas às colecções "A talha em Portugal" (seis álbuns do levantamento fotográfico realizado pelo historiador de arte americano Robert Chester Smith e pelo fotógrafo Marques de Abreu nos anos 60), Azulejaria Portuguesa (seis álbuns do inventário realizado por João Miguel dos Santos Simões entre 1960-1968) e Estúdio Mário Novais (que desde 1933 teve 50 anos de actividade e se especializou na fotografia de obras de arte e arquitectura).
A maioria das fotografias dizem respeito tematicamente aos mais variados aspectos das artes visuais em Portugal ao longo do tempo, constituindo importantes fontes para o estudo e conhecimento da cultura portuguesa.
Com esta iniciativa, a Biblioteca de Arte integra-se num movimento de divulgação do seu espólio através de novos canais (típicos das redes sociais) acompanhando esforços semelhantes de Bibliotecas como a Library of Congress, a Smithsonian Institution, a National Library of Australia ou a Bibliothèque de Toulouse.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Nossas Sugestões - Julho/ Agosto

Título: Selva
Autor: Ferreira de Castro

De quem se fala: José Maria Ferreira de Castro (Oliveira de Azeméis,1898
— Porto, 1974) foi um escritor português, que aos doze anos de idade emigrou para o Brasil, onde viria a publicar o seu primeiro romance Criminoso por ambição, em 1916. Durante quatro anos viveu no seringal Paraíso, em plena selva amazónica, junto à margem do rio Madeira. Depois de partir do seringal Paraíso, viveu em precárias condições, tendo de recorrer a trabalhos como, colar cartazes, embarcadiço em navios do Amazonas etc. Mais tarde, em Portugal, foi redactor do jornal "O Século" e director do jornal "O Diabo". Emigrante, homem do jornalismo, mas sobretudo ficcionista, é hoje em dia, ainda, um dos autores com maior obra traduzida em todo o mundo, podendo-se incluir a sua obra na categoria de literatura universal moderna, precursora do neorealismo, de escrita caracteristicamente identificada com a intervenção social e ideológica. A exemplo da sua ainda grande actualidade pode referir-se a recente adaptação ao cinema, com muito sucesso, da obra A Selva.

O que se diz:
Romance que aproveita a experiência pessoal do autor, quando jovem, numa fazenda brasileira. Nessa fazenda o autor aproveita para denunciar as condições de trabalho e de exploração dos respectivos trabalhadores.

Está dito: «Foi à uma hora da noite a noite densa, quente e húmida de 28 de Outubro de 1914, que parti do seringal onde decorre este livro, lá longe, nas margens escalavradas do Madeira, que nenhuma estrela, então, alumiava.
Nos dois barracões e três cabanas que constituíam os únicos abrigos humanos naquele rasgão da floresta, aberto, como um átrio, à beira do rio, os habitantes eram poucos e quase todos dormiam. Apenas dois adolescentes como eu, sonhando também com os horizontes que sabíamos existirem para além da selva, ao mesmo tempo desejados e temidos, vieram a bordo despedir-se de mim.»

Guimarães & Cª, 295 p. ;





Título:
O Coração dos Homens
Autor: Hugo Gonçalves

De quem se fala: Hugo Gonçalves nasceu em 1976. Fez parte da equipa que lançou a revista Focus e recebeu o Prémio Revelação do Clube Português de Imprensa. Em 2001 saiu de Portugal. Colaborou, entre outras publicações, com a Egoísta, Elle, e Visão. Escreveu sobre Lisboa para o Jornal de Notícias e sobre Nova Iorque para o Diário Económico. O Maior Espectáculo do Mundo é o seu primeiro romance.

O que se diz: Numa cidade sem mulheres, os homens revelam a sua verdadeira natureza. Todas as mulheres são expulsas de uma Cidade-Estado, as suas memórias apagadas. Um grupo de amigos - Ele, Mau e Grande - cresce nesse universo exclusivo de homens em que o pugilismo se tornou no desporto nacional, a força física uma qualidade e as emoções um sinal de fraqueza. Eles atravessam a decadência da Cidade nas suas motos, procurando o perigo e as lutas de rua. Mas um dia enfrentarão o resto do mundo, as mulheres, e terão de confrontar-se com a brutalidade da sua própria natureza. O coração dos Homens vai ao fundo da amizade masculina, fala da contenção dos sentimentos, da solidão, dos impulsos sexuais e do corpo como único instrumento de prazer.

Está dito:
«É a primeira vez que faz chorar uma mulher. O corpo dela quebra com os soluços, as frases são cortadas ao meio. Ele pensa que talvez um beijo, uma derradeira tarde de sexo, possam anestesiar a aflição feminina. Nunca sentiu este desconforto, esta maldade, mesmo quando, num ringue, na rua, infligiu dor a outros homens. Ele gosta desta mulher. Mas terá sempre de considerar a dimensão do mundo e todas as outras mulheres.»

Oficina do livro, 229 p.;


Título:
Sinais de Fogo
Autor: Jorge de Sena

De quem se fala: Jorge (Cândido) de Sena (Lisboa, 1919Califórnia, 1978) foi poeta, crítico, ensaísta, ficcionista, dramaturgo, tradutor e professor universitário português. Licenciado em engenharia civil, dedicou-se à carreira de escritor, actuando como intervencionista político-pedagógico-cultural. A sua obra de ficção mais famosa é o romance autobiográfico Sinais de Fogo, adaptado ao cinema em 1995 por Luís Filipe Rocha. Recebeu o Prémio Internacional de Poesia Etna-Taormina, pelo conjunto da sua obra poética, e foi condecorado com a Ordem do Infante D. Henrique, por serviços prestados à comunidade portuguesa. Recebeu, postumamente, a Grã-Cruz da Ordem de Santiago. Em 1980, foi inaugurado o Jorge de Sena Center for Portuguese Studies, na Universidade da Califórnia em Santa Barbara.

O que se diz: Sinais de fogo, romance publicado postumamente em 1979 e escrito maioritariamente entre 1964 e 1965, constituindo o primeiro volume de um ciclo romancesco intitulado Monte Cativo, planeado mas inconclusivo, retrata as vivências de Jorge, o seu protagonista, desde os seus últimos tempos de liceu, passando pelo início dos seus estudos como estudante universitário, até às férias de Verão que se seguem a esse primeiro ano no ensino superior. É à Figueira da Foz que o jovem se dirige para mais umas semanas de descanso na companhia dos amigos de outras tantas férias.O que começa por ser uma narrativa simples das vivências de vários jovens, das suas aventuras de adolescência, da sua sexualidade, da relação que mantêm com a família e com o mundo transforma-se em algo mais complexo. Estes jovens não sabem nem sonham que este não é um verão igual a tantos outros, que os acontecimentos os vão obrigar a tomar decisões difíceis e que essas decisões e os acontecimentos a que conduzem vão ficar firmemente cravados nas suas memórias.
Foi a primeira e única obra que li de Jorge se Sena. Confesso que fiquei surpreendida pela positiva. Não esperava de um escritor português tão aclamado tanta falta de pudor como a que constatei nesta obra. Mas, mais que isso, foi uma leitura rápida e surpreendente. Considero que é exemplar a interligação entre os personagens; as reflexões que cobrem as páginas desta obra, apesar de, na minha opinião, por vezes demasiado obscuras; o retrato de uma época de crise marcada pelo início da Guerra Civil Espanhola e; a fabulosa aparição da poesia, como acto espontâneo e exteriorização do subconsciente do protagonista.

Está dito: «Quando acordei do que não era um sono, a brancura do dia tomara tons de estanho sujo, e o horizonte marinho estava de uma negrura maciça em que o céu e o mar se destacavam por uma linha prateada. Debrucei-me da balaustrada, e vi que a água ondulava gordurosa e baça, desci para a praia deserta como se fosse já o fim do Verão.»

Asa, 540 p.;


Título: Finita
Autor: Maria Gabriela Llansol

De quem se fala: Maria Gabriela Llansol (1931) é um caso ímpar na ficção contemporânea, de jorrante, inesperada e original criatividade.
A sua forte personalidade e o seu estilo muito próprio afirmaram-se desde 1957, com as narrativas de Os Pregos na Erva, consolidando-se com O Livro das Comunidades, 1978, e com todas as suas obras posteriores, de que salientamos: A Restante Vida, 1978, Um Beijo Dado mais Tarde, 1990, e Lisboaleipzig, 1994 e 1995. Aliando a subjectividade enunciativa a um forte pendor mítico de implicação lírica, que funda numa visão da vida e do mundo de tipo religioso herético, sensualista e naturalista, a sua ficção caracteriza-se por uma hibridez de registos e de convocação, temporal e espacial de entidades, que no entanto assume uma coesão que lhe é dada por uma marca discursiva persistente e inconfundível.

O que se diz: «Finita» é […] a narrativa dos próprios inconfortos da autora, do seu deslumbramento, do desejo que na sua própria vida o poeta e o ladrão façam a obra prometida, de que o seu texto (no caso vertente, «A Restante Vida») seja obra do mútuo e factor deste. […] Se não temesse ser mal compreendido, eu diria que «Finita» é uma espécie de «correio do coração» espinozista: um Mestre Eckhart que tivesse inspirado um Espinoza, tocado pelos fulgores de Hamman. (posfácio, excertos)

Está dito: «… Somos fenómenos atmosféricos:
nuvens sonoras pairando …».

Rolim, 201 p.;




Título: O Lado Selvagem
Autor: Jon Krakauer

De quem se fala: John Krakauer, nasceu em Brookline, Massachusetts. Mudou-se para Corvallis - Oregon, aos dois anos. Competiu no tênis em Corvallis High School e graduou- se em 1972. Em 1972 estudou no Hampshire College, em Massachusetts, e em 1976 recebe seu diploma em Estudos Ambientais. Krakauer, sempre foi um aluno exemplar e amante dos livros. Grande admirador de Truman Capote de quem recebeu forte influência no estilo jornalístico. Em 1977, conhece a jovem, Linda Mariam Moore, com quem se casa em 1980. Em 1983, abandona o trabalho de carpinteiro e pescador para tornar-se escritor. Vive em Seattle, Washington. Vencedor do Prémio do Clube Alpino Americano de literatura sobre montanhismo, foi finalista no Nacional Magazine Award. Krakauer alcançou popularidade escrevendo para a revista Outsider, da qual também é editor. Colabora ainda com várias revista entre elas a National Geogarfic e a GEO. Em 1999 recebeu da American Academy Of Arts And Letters, um Prémio pelo conjunto de sua obra jornalística.

O que se diz: Baseado no caso real de Christopher McCandless, um jovem de vinte e dois anos que, ao terminar a faculdade, doou todo o seu dinheiro a uma instituição de caridade, mudou de identidade e partiu em busca de uma experiência genuína que transcendesse o materialismo do quotidiano. Começando a sua viagem pelo Oeste americano, Christopher dá igualmente início a uma aventura que mais tarde viria a encher as páginas dos jornais e que termina com a sua morte no Alasca. Uma morte misteriosa… Acidental ou propositada? Um livro comovente que cativa o leitor pela forma como é retratada a força indomável de um espírito rebelde e lírico.

Está dito: «O sol nasceu. Enquanto desciam as arribas arborizadas por cima do rio Tanana, Alex entreteve-se a contemplar a grande extensão desabrigada de muskeg (área pantanosa na região de tundra do Alasca) que se alongava para sul. Galien perguntava-se se ele teria sido influenciado por um dos malucos de estado mais abaixo que vinham para norte a fim de reviver as fantasias irreflectidas de Jack London. Há muito que o Alasca constitui uma atracção para sonhadores e excluídos, pessoas que julgam que a grandeza imaculada da Última Fronteira irá resolver todas as dificuldades das suas vidas. Todavia, a floresta é um local implacável que não se compadece com esperanças ou desejos.»

Presença, 224 p.;

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Bolsas Científicas de Oeiras Professor Doutor António Xavier


Atenta à relevância nacional e internacional da investigação científica conduzida no Concelho de Oeiras, que muito tem contribuído para o prestígio e imagem de dinamismo e modernidade do Município, foi aprovado alargar o projecto de atribuição de Bolsas de Excelência Científica, que teve a sua primeira edição no ano de 2005, a uma nova acção que visa incentivar o desenvolvimento da Investigação Científica em Oeiras.
O Programa de Bolsas Científicas de Oeiras – Professor Doutor António Xavier – assim designado como forma de homenagear o cientista e grande promotor do desenvolvimento da investigação científica em Portugal, fundador do Instituto de Tecnologia Química e Biológica (ITQB), recentemente desaparecido – propõe a atribuição das seguintes Bolsas: Bolsa de Excelência Científica e Bolsa de Instalação para Jovens Cientistas – “Começar em Oeiras”. Esta iniciativa representa uma inovação significativa no panorama nacional, contribuindo para o reforço da imagem de modernidade e liderança da autarquia no nosso país.
Além da Bolsa de Excelência Científica, dirigida a cientistas visitantes de grande prestígio internacional, é disponibilizada também uma Bolsa de Instalação para Jovens Cientistas – “Começar em Oeiras”, destinada a investigadores principais que pretendam instalar-se e criar um novo grupo de trabalho em instituições de investigação científica sedeadas no concelho. Esta Bolsa tem o valor de trinta mil euros, partilhado em partes iguais pela autarquia e pela instituição onde o candidato seleccionado se instale.
Com o valor de 36 mil euros por ano, a Bolsa de Excelência Científica será atribuída ao melhor candidato proposto pelas diversas instituições de investigação científica sedeadas no concelho, entre as quais se destacam o IGC (Instituto Gulbenkian de Ciência), IBET (Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica), o ITQB (Instituto de Tecnologia Química e Biológica), a EAN (Estação Agronómica Nacional), a EFN (Estação Florestal Nacional), ISQ (Instituto de Soldadura e Qualidade) e o Centro de Investigação das Ferrugens do Cafeeiro (CIFC), entre outras.
Mais informações no site da CMO

sexta-feira, 18 de julho de 2008

ABERTURA DE CURSO DE FILOSOFIA











Está aberta a Licenciatura em Filosofia
para o ano lectivo de 2008-2009
- pela Área [de] Científica de Filosofia
da Faculdade de Ciências Humanas
da Universidade Católica Portuguesa
,
ministrado em regime diurno e nocturno.

UCP/ FCH - Palma de Cima - 1649-023 Lisboa-Portugal
Tel. +351217265692; +351217214202; FAX - +351217271700
Email: direccaotch@fch.ucp.pt; www.ucp.pt/fch;

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Top das Bibliotecas Municipais de Oeiras

Fique a conhecer quais os livros de ficção mais procurados nas Bibliotecas Municipais de Oeiras em ABRIL, MAIO E JUNHO de 2008.
Este TOP tem uma actualização trimestral.


1
Título: Rio das flores
Autor: Miguel Sousa Tavares

Sinopse: Sevilha, 1915 - Vale do Paraíba, 1945: trinta anos da história do século XX correm ao longo das páginas deste romance, com cenário no Alentejo, Espanha e Brasil. Através da saga dos Ribera Flores, proprietários rurais alentejanos, somos transportados para os anos tumultuosos da primeira metade de um século marcado por ditaduras e confrontos sangrentos, onde o caminho que conduz à liberdade parece demasiado estreito e o preço a pagar demasiado alto. Entre o amor comum à terra que os viu nascer e o apelo pelo novo e desconhecido, entre os amores e desamores de uma vida e o confronto de ideias que os separam, dois irmãos seguem percursos diferentes, cada um deles buscando à sua maneira o lugar da coerência e da felicidade.

2
Título: O Segredo
Autor: Rhonda Byrne


Sinopse: A autora descobriu que a maioria das pessoas que têm ou tiveram sucesso conheciam um Grande Segredo, e dá exemplos que vão desde Einstein a Galileu Galilei. A partir dessa descoberta, ela foi procurar pessoas que actualmente conhecessem o Segredo e vivessem de acordo com ele. Falou com elas, entrevistou-as, e através do testemunho delas vai explicando no livro a “lei da atracção”: nós atraímos aquilo que queremos atrair e, se queremos atrair o sucesso, conseguimos atrair o sucesso.


3
Título: A Dama Negra
Autor: Nora Roberts


Sinopse: O ar estava frio quando a Dra. Miranda Jones chegou a casa depois de uma longa semana de trabalho. Mas o seu sangue gelou quando sentiu encostarem-lhe uma faca ao pescoço. Depois de roubarem tudo o que trazia, os assaltantes desapareceram. Profundamente abalada, Miranda decide esquecer aquela experiência assustadora. E, para isso, nada como aceitar o convite para ir a Itália confirmar a autenticidade de A Dama Negra, um bronze renascentista representando uma cortesã dos Medici. Mas, em vez de cimentar a sua posição como a maior perita mundial nesse campo, a viagem a Itália quase que lhe destrói a reputação.

4
Título: Os Pilares da Terra
Autor: Ken Follet


Sinopse: Do mesmo autor do thriller “A Ameaça”, chega-nos o primeiro um arrebatador romance histórico que se revelou ser uma obra-prima aclamada pela comunidade de leitores de vários países que num verdadeiro fenómeno de passa-palavra a catapultaram para a ribalta. Originalmente publicado em 1989, veio para o nosso país em 1995. A trama centra-se no séc. XII, em Inglaterra, onde um pedreiro persegue o sonho de edificar uma catedral gótica, digna de tocar os céus. Em redor desta ambição soberba, o leitor vai acompanhando um quadro composto por várias personagens, colorido e rico em acção e descrição de um período da Idade Média a que não faltou emotividade, poder, vingança e traição.


5
Título: A Chave da Coragem
Autor: Nora Roberts


Sinopse: Zoe conhece na pele as dificuldades da vida. É a mais velha de quatro irmãos, e logo aos doze anos viu o pai fugir com a mulher de outro homem, enquanto a mãe afogava as mágoas na bebida. Agora ela própria se tornou mãe solteira e, habituada que está a fazer tudo sozinha, nenhuma tarefa, por mais complicada que seja, lhe causa medo. Apesar de dispensar a ajuda de qualquer homem, alguém aparece disposto a dar-lhe uma mãozinha. A Chave da Coragem marca o fim da trilogia iniciada por Nora Roberts com A Chave da Luz, a que se seguiu a Chave do Saber, fechando o círculo de mais um empolgante best-seller.

SUPRA-Visão final de «O Problema de Ser Norte»

{Em Continuação}
Destacamos a noite, mas não esquecemos o indagar pela alba da palavra e do ser, bem como a tarde passada com a criança vinda do mar, depois do rio e do verde matinais, criança-aparição de Teve nessa tarde uma criança (p.16), e que, no milagre do infinitesimal durar antes e depois da ausência, inviabiliza a linguagem, a possibilidade do poema e, sobretudo, a criança anterior do poeta que habita na memória da casa antiga perto do lago (p.14). Breve instante em que a mão da criança conquista um território único na mão da escrita. A suspeita paterna provocada por aquela mão estranha na mão da criança sobrepõe-se, porém, ao perigo da mão vazia, do território vazio da criança vista no interior da tarde, “quando ia caindo/o sol” (p.16). E abrem-se fendas de medo no muro caiado que rodeia a infância, medo que a mão que segurou a da criança descobriu e inscreve agora no seu caminhar pela linha fonética da tentativa de poema.
Na poesia de Filipa Leal há igualmente livros que flutuam no entendimento (p. 12), lidos de frente para o mar. E neles lemos as andorinhas que precisam de ser avisadas quando o amor se esvaziou de palavras e de sentido (pp. 38-39); lemos os caminhos de terra, na geografia da legenda da infância (pp. 14 e 16); a cidade com uma aldeia no centro, aldeia construída na efemeridade dos sonhos da palavra do dia seguinte em papel de jornal (p.32); os mapas estranhos dos prédios habitados (p.33), e das ruas que violam as arquitecturas da alma (p. 34). Mas não lemos nunca a traição ao poema, como ironicamente anuncia Filipa Leal em Traindo o poema:

Juro:
eu tinha prometido não escrever este poema.
Não gosto de supermercados,
nem de poetas de supermercado,
mas hoje enchi a casa de manteiga e
não pude evitar uma sensação de metáfora,
uma ironia a escorregar-me nos dedos
como anúncio de contemporaneidade. (…)
E juro: apesar da traição,
sinto-me hoje mais contemporânea do que nunca. (p. 24)

No sorriso da metáfora, escutamos aqui, intertextualmente, a confissão de Horácio a Augustus no livro segundo das epístolas: “Mas este povo superficial mudou de gosto e hoje só se apaixona pelo furor da escrita. Todos, Romanos, crianças, graves pais de família, sentam-se à mesa, com a cabeça coroada de louros e recitam versos. Eu próprio, que afirmo não fazer versos, apresento-me mais falso do que os Partos, e de pé antes do nascer do sol, exijo penas, papel, a caixinha dos manuscritos. (…) mas todos indistintamente, sábios e ignorantes, fazemos versos.”
E como permanecem mudos os velhos teatros sagrados (Hölderlin), indiferentes à nossa competitividade, recebemos mensagens como aquele SMS (simbólico poema de um só verso), de Filipa Leal, à hora do princípio da noite na cidade: Porto. 20h. Ninguém canta. (p. 35)
E como ainda não descobrimos os vestígios dos deuses foragidos, no tempo da noite do mundo (Heidegger), necessitamos da Poesia e de tempo para fruir a indizível alegria do poema em tempos de indigência, porque a “melancolia é uma questão de falta de tempo” (p. 19). Posto tudo isto, a ontologia poética de O Problema de Ser Norte revelou-nos o lugar de uma voz única na – chamemos assim e para abreviar – nova poesia portuguesa.

IN
"FILIPA LEAL – “O PROBLEMA DE SER NORTE”,
UMA ONTOLOGIA POÉTICA."
Texto do colaborador «das Artes das Letras»
- Jorge Costa Lopes;

O Pavilhão do Conhecimento - Ciência Viva faz 9 anos

Dia 25 de Julho é dia de Festa: sopre as velas e comemore quase uma década de divulgação da ciência e tecnologia.
A partir das 10h: início da transmissão do CVTV-Canal Online, reportagens com os visitantes e a equipa do Pavilhão do Conhecimento - Ciência Viva, ateliers A Cozinha é um Laboratório, entrevistas com cientistas.

Às 18 horas: lançamento oficial do CVTV e bolo de aniversário.

A Agência Ciência Viva espera a sua visita!

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Dê uma nova vida aos seus livros escolares usados

Ajude o ambiente e entregue os livros escolares de que já não necessita num livrão. Se os livros estiverem em bom estado e puderem ser reutilizados, receberá 20% do seu valor.
Por cada livro reutilizado, estará a apoiar a ENTRAJUDA na sua missão de solidariedade social.
Até 31 de Julho poderá usar o livrão disponível na Sala de Leitura do Centro Cultural de Belém, ou outros livrões situados nos locais divulgados em http://www.clubedoslivros.com/
Linha de apoio: 21 469 18 92

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Bibliotecas de Praia

Se uns aproveitam as férias para colocarem as leituras em dia, outros adquirem esse mesmo hábito nesses dias de descanso: há tempo, não há pressa e nada melhor do que o alheamento que um livro proporciona: só nós e aqueles objectos-maravilha que têm o poder de mexer com as emoções. Cientes desta realidade, muitas bibliotecas municipais estão, por esta altura, a marcar presença em praias de mar e fluviais. Assim, se o seu destino for Esposende, Quarteira, Sesimbra, Póvoa do Varzim, Vila Praia de Âncora, Viana do Castelo, Vila do Conde, Matosinhos, Vagos, Cantanhede, Cabeceiras de Basto, Vila Nova de Gaia ou Torres Vedras (entre outras localidades), esteja atento e, quem sabe, não encontrará uma excelente companhia: uma história – para guardar ou partilhar –, materializada nas páginas de um livro.

Boas leituras e boas férias!
P.S. - Uma pequena actualização: também em Figueiró dos Vinhos encontra a presença da Biblioteca Municipal, na Praia da Aldeia Ana de Aviz (ver comentários deste post). Desfrute!
foto aqui

Internet, Informática e Cidadania: Alternativas do software livre aos monopólios digitais

Alternativas do software livre aos monopólios digitais

Acção de formação em SPIP

10 de Julho 5.ª F 18h30
Com a participação de:

Philippe Rivière - jornalista do Le Monde diplomatique e co-autor do software livre SPIP;
Luís Carlos Feijão - programador informático.

Debate
11 de Julho 6.ª F 21h
Com a participação de:
Philippe Rivière - jornalista do Le Monde diplomatique e co-autor do software livre SPIP;
João Neves - ANSOL;
Inês Pereira - socióloga;
Nuno Teles - economista.

Entrada livre, sujeita a inscrição prévia. Inscrições para monde-diplo@netcabo.pt.
No final será emitido certificado de participação.
Organização:
Le Monde diplomatique - edição portuguesa ANSOL Shift

Os programadores da liberdade
Sociedade em rede e sociedade da informação, eis dois epítetos comummente utilizados para caracterizar, por um lado, os processos internacionais de interdependência global – financeira, comercial, etc. – e, por outro, a comercialização e o fechamento do conhecimento e da informação. Paralelamente a este processo central na sociedade contemporânea, encontramos, todavia, um conjunto de movimentos que propõem a criação de alternativas, entre os quais se destaca o do software livre. O software livre pode ser definido como aquele cujo código-fonte está disponível, sendo possível copiá-lo, modificá-lo e distribuí-lo sem quaisquer autorizações ou pagamentos adicionais. Ou seja, qualquer indivíduo na posse dos conhecimentos necessários pode utilizá-lo e contribuir livremente para o seu desenvolvimento. O software livre desenvolve-se em rede, numa ampla e complexa rede que engloba colectivos e indivíduos isolados que contribuem, a partir das mais diversas partes do mundo, para a construção colectiva de soluções informáticas.
Neste sentido, o desenvolvimento do software livre só é possível porque existe a sociedade em rede, e porque existem infra-estruturas tecnológicas que permitem ligar os diversos pontos do globo entre si, tornando possível o estabelecimento de comunicações sincrónicas entre um e outro ponto do mundo. Por outro lado, o software livre baseia-se numa alternativa ao fechamento da informação. Resulta de projectos individuais e colectivos, conjugando no seu seio uma multiplicidade de projectos e motivações. O primeiro tipo de projecto associado ao movimento do software livre prende-se com as possibilidades de inovação e criação tecnológica facultadas pelo uso das ferramentas de código-aberto. O software livre, cujos diversos «membros» elaboram mais ou menos autonomamente projectos de desenvolvimento, tradução e adaptação tecnológica, revê-se particularmente na ideia do prazer criativo. Simultaneamente, a inovação tecnológica surge dotada de sentidos e significados, incorporando éticas, ideologias e projectos de mudança.
A utilização de software livre reveste-se de um sentido ético e o projecto do software livre é também um movimento social, construído em torno da ideia da liberdade, do acesso e partilha da informação e da independência face a grandes organizações empresariais de tendência monopolista e a estratégias comerciais que controlam arbitrariamente as aplicações informáticas disponíveis no mercado.
Finalmente, o software livre está também a tornar-se parte de uma realidade empresarial, podendo ser também visto como um projecto económico. O software livre surge assim como um movimento que reage a uma nova morfologia social e a novas lógicas de dominação, e que constrói alternativas no seio da sociedade em rede, em torno de uma das suas questões fundamentais: a circulação da informação, demonstrando que esta rede tem um imenso potencial disruptivo, e que outras informáticas são possíveis.
INÊS PEREIRA Socióloga

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Conversas na Aldeia Global com Dias Lopes e Margarida Segard

As Conversas na Aldeia Global prosseguem amanhã, dia 10 de Julho, com a participação dos especialistas do Instituto de Soldadura e Qualidade (ISQ) Eduardo Dias Lopes, da área de Investigação e Desenvolvimento (I&D), e Margarida Segard, do sector de Formação.

O ISQ, entidade de Ciência e Tecnologia com a qual terminamos o segundo ciclo de Conversas na Aldeia Global, possui laboratórios acreditados pelo IPQ - Instituto Português de Qualidade (membro da rede IQ-net) e o Centro de Formação do ISQ, globalmente acreditado pelo IQF - Instituto para a Qualidade na Formação.

Em representação da área de I&D, contamos com o investigador Eduardo Manuel Dias Lopes, licenciado em Eng.ª Química em 1972 pelo IST - Instituto Superior Técnico. Dedicou-se à área da Metalurgia e Metalurgia da Soldadura tendo trabalhado, desde 1972 até 1984 na então SOREFAME, inicialmente em Qualidade e posteriormente em I&D (a partir de 1976). Desde 1984 passou a fazer parte dos quadros do ISQ, como investigador e, mais tarde, em 1992, responsável da I&D no ISQ como Director, função que ainda hoje exerce.

Para uma abordagem sobre o sector de Formação, temos a presença da investigadora Margarida Segard, Adjunta de Direcção de Formação. É responsável pela actividade de I&D e Internacionalização, no âmbito Human Capital, formação, valorização de pessoas e inovação. Coordenadora de projectos de inovação, gestão de conhecimento e competências, certificação e metodologias activas de formação, incluindo e-learning IEFP - Instituto do Emprego e Formação Profissional, implementação de sistemas de controlo de qualidade na formação no âmbito da gestão de financiamentos comunitários e certificação profissional.
A moderar esta conversa está o jornalista Vasco Trigo, em mais um espaço de encontro e de debate que procura aproximar o público dos investigadores e instituições de ciência e tecnologia com actuação no concelho de Oeiras.
Em Setembro, retomaremos o (terceiro) ciclo de Conversas na Aldeia Global. Até (muito) breve!

Mais informação sobre o ISQ:

ONDE o MUSEU GRÃO VASCO é ESPECTÁCULO !

H O J E


Concerto
GUITARRA CLÁSSICA
Interprete: Marco Alexandre
(Claustros do MGV)
**20h00
&
Conferência

MENINAS de PAPEL;
A representação da figura feminina na Banda Desenhada
Carlos Nolasco · Sociólogo
(Auditório do MGV)
**20h30

§*§*§*§
MUSEU GRÃO VASCO
Paço dos Três Escalões
3500 Viseu
Tel. 232 423049
mgv.se@ipmuseus.pt
mgv.divulgacao@ipmuseus.pt

terça-feira, 8 de julho de 2008

Homenagem a Jorge de Sena no Teatro Nacional de S. Carlos

Aproveitando o facto do Grupo de Leitores da Biblioteca Municipal de Oeiras estar a ler este mês a obra de Jorge de Sena, "O físico prodigioso", divulgamos uma homenagem a Jorge de Sena, organizada pela Fundação José Saramago, no dia 10 de Julho, pelas 21.30 Horas, no Teatro Nacional de São Carlos.

Programa:


- Leitura de poemas por Jorge Vaz de Carvalho;
- Recital de piano por António Rosado;
- Leitura de depoimento de Mécia de Sena;
- Intervenções de Eduardo Lourenço, Vítor Aguiar e Silva, Jorge Fazenda Lourenço, António Mega Ferreira e José Saramago;
- Encerrará a sessão o Ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro.



Entrada livre, condicionada pela lotação da sala.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

BMO: Horário de Verão

Estimados leitores,

Durante os meses de Julho e Agosto os horários das Bibliotecas Municipais de Oeiras são os seguintes:

Biblioteca Municipal de Oeiras
- 2ª a 6ª: 10h00-18h00
- Sábado: 10h00-13h00 / 14h00-18h00

Biblioteca Municipal de Algés e de Carnaxide
-2ª a 6ª: 10h00-13h00 / 14h00-18h00
- Sábado: 10h00-13h00 /14h00-18h00
Informa-se ainda que as Bibliotecas Municipais de Oeiras abrirão nos seguintes sábados:
Oeiras: 5 e 19 de Julho, 2 e 30 de Agosto
Algés: 12 e 26 de Julho, 9 e 23 de Agosto
Carnaxide: 5 e 19 de Julho, 2 e 30 de Agosto

Visite a Biblioteca mais próxima de si!

sábado, 5 de julho de 2008

Olhar é Semear

À semelhança do transacto ano terá lugar, no próximo dia 05 de Julho, o espectáculo de abertura do Curso de Verão do Centro Oeiras a Ler. Dedicado este ano à imagem, texto e ilustração, este Olhar é Semear será celebrado nesse sábado à noite (a partir das 21h) no anfiteatro ao ar livre do Palácio Ribamar.

Se em 2007 o evento se baseou na literatura tradicional portuguesa, este ano a relação imagem/texto/ilustração será celebrada pelo Trio João Ornelas (Jazz) e pelo duo Choro Bossa Balada (Alexandra Bernardo na voz e Manuel Guimarães ao piano), tendo estes dois projectos actuado já, e a título de exemplo, na Fábrica do Braço de Prata. A ligação à imagem será feita por graffiters que, mediante a performance musical – e sob inspiração da mesma –, criarão três painéis à medida que o espectáculo se for desenrolando. À volta do anfiteatro encontrarão, também, a já habitual feira de artesanato.

Contamos com a vossa presença, dia 05 de Julho, pelas 21h, no Palácio Ribamar, em Algés!

sexta-feira, 4 de julho de 2008

SABER CULTURAL !


Com raizes Afro-Brasileiras... Um Lugarão na Net em Open-Space para »»» uma Panóplia vastíssima de viagens & aventuras a travar... Ou flutuar - aproveitando as ondas deste verão-quente-morno-com ventinho: por Museus, Pintores, Pinacotecas, Slides, Zonas Especiais, Músicas, Arte Bazares, Arte viva Brasileira & Obras Célebres. E dizem os entendidos ser um espaço muito completo e interessante, enfim - de referenciar aos mergulhos!

Mario Capelluto o feitor de http://www.sabercultural.com/ é carioca, de Copacabana, um sexagenário com a feição afável e fagueira que o Rio dá a seus filhos. &...

Não perca águas-mundos como estas!!

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Grupos de Leitores nas Bibliotecas Municipais de Oeiras

Em Julho os Grupos de Leitores das Bibliotecas Municipais de Oeiras voltam a reunir-se para antes da praia, do sol e das férias de verão, falarem sobre os livros e partilharem as suas leituras.

Este mês estamos a ler:

Biblioteca Municipal de Algés








Autor: José Luís Peixoto
Título: Nenhum olhar


Biblioteca Municipal de Carnaxide








Autor: Machado de Assis
T
ítulo: Memórias póstumas de Brás Cubas


Biblioteca Municipal de Oeiras







Autor: Jorge de Sena
Título: Físico prodigioso

Temos de falar...

O romance epistolar não é, propriamente, algo de muito vulgar nos nossos dias. Uma história que se desenrola com base em trocas de correspondência pode afigurar-se como algo terrivelmente estático e descritivo. No caso da obra que o Grupo de Leitores de Algés leu e discutiu durante o mês de Junho, o caso piora de figura: e se forem apenas missivas sempre escritas pela mesma pessoa, sem resposta? Terrível, não é? Não, surpreendentemente não é. E a prova é a de que este Temos de falar sobre o Kevin não se consegue parar de ler. Goste-se ou não. Mas não se consegue parar de ler.

Quem está à procura de literatura ligeira (“não light, mas sem tópicos controversos”, leia-se) desengane-se, pois este título é brutal em tudo o que apresenta, relata ou afronta: a maternidade como antítese da felicidade, a difícil conciliação carreira/vida familiar, as razões que levam um adolescente a cometer um massacre mas, antes de mais, a infernizar a vida de todos à sua volta desde tenra idade, a cegueira de um pai que não vê – ou não quer ver – e a personalidade tão vincada de uma criança que acaba de nascer mas que já parece demonstrar o que quer (e, acima de tudo, o que não quer – a mãe).

A história sobre a qual se desenvolve toda a obra centra-se em Kevin e no facto de este, três dias antes de fazer 16 anos, ter morto vários colegas da escola, um professor e um funcionário da cantina. Eva, a mãe de Kevin, tenta a expiação através de cartas que escreve ao pai do rapaz. Busca razões, motivos, qualquer coisa que atribua lógica ao acto ilógico do filho e que a figura maternal já há muito previa.

Este romance gerou uma óptima discussão no Grupo: será possível nascer com uma personalidade pré-definida e que não se deixa aculturar? Após o primeiro encontro fez-se uma pesquisa e encontrou-se informação que pode colocar em causa a tábua rasa em que se julgava nascer e que, posteriormente e paulatinamente, iria sendo moldada (ver nature versus nurture). Também o papel do pai de Kevin foi abordado, alternando entre o alheado e o apaziguador. A irmã do protagonista, Célia, revela-se um reflexo invertido de Kevin, não tão perturbadora mas igualmente estranha. A troca de palavras adensou-se, também, em relação à autora: será que só uma mulher sem filhos poderia escrever tal obra?

Destaque para o final, verdadeiramente inesperado e que só abona em favor do título que venceu, em 2005, o Orange Prize.

Na segunda sessão explorou-se um pouco mais a temática e, na busca de explicações, visionou-se o Bowling for Columbine (Michael Moore). O Elephant (Gus Van Sant) ficou nas mãos do Grupo, para ir rodando entre os seus elementos.

Último destaque para a Lurdes Monteiro, que trouxe um chocolate de São Tomé e Príncipe de lamber os beiços (relembrando que isto dos Grupos de Leitura não é só leitura). Próxima paragem: Nenhum Olhar, de José Luís Peixoto, no dia 08 de Julho.

Até lá!
imagem do massacre de Columbine aqui

terça-feira, 1 de julho de 2008

Tecnopolis... e Ciberescritas

A interrupção do suplemento "Digital", edição do Jornal Público exclusivamente dedicada às tecnologias e ambientes digitais, deixou no ar a promessa de criação de um blogue sobre o mundo digital.
A dar consistência a esta proposta, o jornalista João Pedro Pereira lançou recentemente o Tecnopolis, um blogue sobre media e tecnologia bem ao estilo do Engrenagens. João Pedro Pereira regressa à blogosfera numa altura em que se prevêm também algumas mudanças no projecto Sinapses, editora portuguesa de e-books gratuitos onde o jornalista é um dos fundadores.


E a propósito de Blogues do Público e das e-leituras, não podemos deixar de destacar ainda outra plataforma em redor da escrita em rede, o Ciberescritas de Isabel Coutinho, sobre o futuro dos livros, a presença de escritores na Internet e a relação entre as novas tecnologias e a literatura. Sugestões a ler assiduamente!

Ontolologia Poética !! [Em Continuação]

O Problema de Ser Norte, em Filipa Leal

Torna-se, todavia, impossível doar ao verso a palavra original, a que está antes de tudo e de todos na casa do ser (Heidegger). Por isso, no poema O Homem que existiu instala-se, na fímbria de cada verso, uma melancolia branca provocada pela impossibilidade do retorno à surpresa genesíaca do primeiro homem em face do segredo do cosmos, à revelação do nascimento da palavra, sopro criador, verbo sagrado (“hoje /nenhuma palavra pode ser escrita,/ nenhuma sílaba permanece na aridez das pedras”, diz-nos Al Berto no poema vestígios, para acrescentar mais à frente que “apesar de tudo / continuamos a repetir os gestos e a beber / a serenidade da seiva (…) / e / o mistério da luz fustiga-nos os olhos / numa euforia torrencial”, enquanto para Mallarmé devemos Proférer la parole pour la replonger dans son inanité):

Havia uma íntima surpresa na palavra do início.
Por exemplo: a primeira palavra
mar. Quem a teria escrito? E a primeira palavra palavra.
Quem teria escrito palavra pela primeira vez?
Eu buscava nas palavras já escritas a surpresa
do início do poema, e isso era triste
como brincar com coisas mortas. (O homem que existiu, p. 18)

Apesar ou para lá do diálogo, sempre presente, do poeta com outros poetas, a noite de Filipa Leal não é a noite do questionamento existencial de Antero, nem a expressionista de Cesário Verde, tão-pouco a dos sonhos reais do estilhaçar do Eu de Fernando Pessoa ou a da catedral em celulóide e da arquitectura de asas de Al Berto, mas a noite do “escuro absoluto” (p. 13) que defronta a insónia da cidade e responde dicotomicamente à “muita luz que as coisas tinham”, noite-corpo que no princípio de tudo se abraçava e beijava “na testa” e em que a actual “falta de jeito” para o que ilumina parece impedir ou afastar a presença da estrela em o Diário à noite suposta:

(Primeiro dia) Eu não tinha estrutura, não tinha claridade.
Eu não tinha holofotes que chegassem, braços que chegassem.
Eu não tinha luz.
Uma estrela, já se sabe, precisa de luz.
Alimenta-se da sua circunferência, do seu tom periférico.
Uma estrela precisa de iluminar. Foi isso. Foi a minha noite.
Foi a minha falta de jeito. (Diário à noite suposta, p. 36)

Se a noite do verso provoca a fuga, abrindo um espaço de ausência, de perda e de incapacidade da estrela iluminar a noite-corpo da palavra, nasce porém aí o desejo da escrita como salvação bíblica, como possível negação do medo (o medo, cuja presença confronta-se com o ser norte), como palavra do primeiro dia de uma ausência (Le seul moyen de n’être pas malheureux, c’est de t’enfermer dans l’Art et de compter pour rien tout le reste, escreveu Flaubert):

O que eu queria mesmo era escrever para me salvar.
Para não ter medo.
Para te perder melhor. (id., p. 37)
IN "FILIPA LEAL – “O PROBLEMA DE SER NORTE”,
UMA ONTOLOGIA POÉTICA.
"Texto do colaborador «das Artes das Letras»
Jorge Costa Lopes;