segunda-feira, 30 de abril de 2007

Quem são os conferencistas presentes no II Encontro Oeiras a Ler

II Encontro Oeiras a Ler

Notas biográficas sobre os conferencistas


Briony Train










Briony Train é investigadora na Universidade de Sheffield e coordena os cursos de pós-gradução no Departamento de Estudos da Informação na área das bibliotecas.
De 1999 a 2002 foi professora na University of Central England, em Birmingham.
Iniciou a sua actividade profissional como gestora de marketing numa livraria e o seu trabalho envolveu, desde cedo, a concepção e o desenvolvimento de programas, iniciativas e eventos com escritores e /ou sobre literatura.
De entre as suas publicações destacam-se:
- Co-autoria do livro “Reading and Reader Development: the pleasure of reading” (2003);
- “Reading research”. In: Feather, J. & Sturgess, P. (eds). International Encyclopedia of Information and Library Science. London/New York: Routledge.
É colaboradora assídua em várias publicações periódicas, de entre as quais se destacam: ‘New Review of Children´s Literature and Librarianship’; ‘Bussiness Information Review’;’ Library Review’, ‘New Library World’; ‘Library Management’, ‘Public Library Journa’ e’ Library Association Record’.
É colaboradora assídua em várias publicações periódicas, de entre as quais se destacam: ‘New Review of Children’s Literature and Librarianship’; ‘Business Information Review’;’ Library Review’, ‘New Library World’; ‘Library Management’, ‘Public Library Journal’ e’ Library Association Record’.


Luca Ferrieri



Luca Ferrieri é director dos Serviços culturais e bibliotecários da Comuna de Cologno Monzese e tem vindo a desenvolver trabalho sobre o tema da teoria e prática da leitura, nomeadamente no que respeita às comunidades de leitores.
Licenciado em Filosofia, com uma tese sobre Filosofia e arte no pensamento de Adorno, fez também a Escola de Cinema da Comuna de Milão.
É colaborador regular em publicações periódicas, como sejam “Biblioteche oggi”, “Sfoglialibro”, “Culture del testo”, “Effe”, “Revisteria”, “Poliscritture” e publicou diversas obras, de entre as quais se destacam:

- Il lettore a(r)mato. Roma: Stampa Alternativa, 1993.;
- La promozione della lettura. Milão: Bibliográfica, 1996.;
- La lettura? Che storia! Che cosa leggere sulla lettura e sui lettori. 2ª ed. Modena: Servizio Biblioteche, 1997.
- Il piacere di leggere. Teoria e pratica della lettura. 2ª ed. Milão: Unicopli, 1998 (em colaboração com Piero Innocenti);

Escreveu o artigo Leitura no manual La Biblioteca Pubblica. G.V. Moscati (Dir). Milão: Unicopli, 2000 e um outro sobre Serviço de leitura na obra Lineamenti di biblioteconomia sob a direcção de G. Solimine e P. Weston, em vias de publicação.
Colaborou no volume La Biblioteca e l’immaginario. Milão: Ed. Bibliográfica, 2004, com o artigo Le biblioteche amorose.
Faz ainda parte da Comissão Editorial da revista “Biblioteche Oggi”, é consultor do site http://www.letturaweb.net/ , redactor em http://www.nopago.org/ e colaborador no blog http://gruppodilettura.wordpress.com/ .

Lúcia Cedeira Serantes



Lucía C. Serantes bibliotecária no Centro de Documentação e responsável pela Sala Juvenil do Centro Internacional do Livro Infantil e Juvenil, em Salamanca.
É licenciada em Documentação pela Universidade de Salamanca e mestre em Biblioteconomia e Documentação pela Universidade de Pittsburgh (EUA).
Foi professora associada no Departamento de Biblioteconomia e Documentação da Universidade de Salamanca e colaborou em diferentes cursos de formação.
Os seus interesses profissionais centram-se nos públicos adolescentes e na sua relação com as bibliotecas, nas TIC e sua relação com a leitura e ainda na alfabetização profissional e no universo da banda desenhada.



Filipe Leal



Filipe Leal é licenciado em história pela Faculdade de Letras de Lisboa e possui o Curso de Especialização em Ciências Documentais (FLL) e o Curso de Especialização em Estudos das Informação e Bibliotecas Digitais (ISCTE). Obteve em 2007 o grau de Mestre em Educação e Leitura na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação.

Desde 1988 que exerce a actividade de bibliotecário em diversas bibliotecas públicas portuguesas (Setúbal, Alcácer do Sal, Vendas Novas e Oeiras). Desde Novembro de 2002, é Chefe de Divisão das Bibliotecas, Documentação e Informação da Câmara Municipal de Oeiras.

Para além da sua actividade como bibliotecário desenvolve também uma actividade regular de docência e formação na área das bibliotecas. Foi docente no Curso de Especialização em Ciências Documentais na Universidade Autónoma de Lisboa. É formador associado de diversas instituições, entre as quais se destacam: Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas (BAD), centros de formação de professores. Entre as matérias em que é formador destacam-se: promoção da leitura, bibliotecas escolares, difusão documental.

Ao longo dos anos tem desenvolvido um conjunto diversificado de projectos pioneiros na área da promoção da leitura e na área da aplicação das TIC na criação de novos serviços.


Martine Poulain

Martine Poulain dirige actualmente a Biblioteca do Instituto Nacional de História da Arte. Anteriormente havia coordenado o Serviço de Estudos e Investigação da Biblioteca Pública de Informação no Centro Georges Pompidou-Beaubourg, foi chefe de redacção da revista Bulletin des Bibliothèques de France e coordenou um centro de formação contínua e um mestrado em Assuntos do Livro na Universidade Paris X, Nanterre.
Doutorada em Sociologia, tem coordenado trabalhos de investigação e publicou várias obras e vários artigos sobre sociologia da leitura, sociologia dos públicos das bibliotecas, história da censura e história das bibliotecas no séc. XX.
De entre as suas publicações mais recentes, destacam-se:
- Histoire des bibliothèques françaises. Les bibliothèques au XXe siècle, colletif sous la direction de Martine Poulain, Paris: Le Cercle de la Librarie, 1992. ;
- Lire en France aujourd’hui, colletif sous la direction de Martine Poulain, Paris: Le Cercle de la Librarie, 1993. ;
- “La censure du livre” in Histoire de l’edition française, 1945-1995, sous la direction de Pascal Fouché, Paris: Électre-Le Cercle de la Librarie, 1998. ;
- Dictionnaire encyclopédique du livre, coordination scientifique de Jean-Dominique Mellot, Alain Naves, Martine Poulain, Philippe Schuwer, Paris: editions Électre-Le Cercle de la Librarie, 2002.

Encontra-se actualmente a preparar uma História das Bibliotecas Francesas sob a Ocupação (1940-1944).

«Aquela senhora tem um piano
Que é agradável mas não é o correr dos rios
Nem o murmúrio que as árvores fazem...

Para que é preciso ter um piano?
O melhor é ter ouvidos
E amar a Natureza.»

In Capítulo XI, Poesia de Alberto Caeiro

sábado, 28 de abril de 2007

Rostropovich (1927-2007) - I

Mstislav Rostropovich, talvez o maior violoncelista do século XX, morreu ontem de manhã, aos oitenta anos. Numa longa carreira onde a parte musical foi acompanhada por gestos públicos corajosos, Rostropovich conheceu alguns dos principais artistas e líderes do século XX. Um deles, o ex-presidente da Rússia, Boris Yeltsin, foi há dias enterrado no mesmo cemitério de Moscovo onde Rostropovich deverá repousar.
Rostropovich nasceu a 27 de Abril de 1927 em Baku, no Azerbeijão, uma das repúblicas da então União Soviética. A família, de origem russa, mudou-se para Moscovo quando ele tinha quatro anos. Filho de músicos, a criança cedo se revelou um prodígio. Teve como primeiro professor o pai, igualmente violoncelista. Aos oito anos deu o primeiro concerto público.
No conservatório Rostropovich foi aluno de Prokofiev e Shostakovich. Este último dedicou-lhe várias obras, e os dois seriam amigos até à sua morte, em 1975. Foi um dos casos em que o violoncelista pôde apreciar a repressão e o sofrimento a que a URSS submetia os artistas. Como violoncelista, Rostropovich aliava um temperamento emocional a uma técnica perfeita.
A lista de compositores que escreveram obras para ele inclui, além de Shostakovich (e do próprio Prokofiev, através da revisão de um concerto para violoncelo que resultou na Sinfonia Concertante), Britten, Dutilleux, Bernstein e Khatchaturian. Ficaram célebres as suas interpretações de Bach, Haydn e Dvorak, entre outros. No caso de Bach, a última gravação das suites suscitou alguma polémica, havendo quem a achasse idiossincrática. Além de violoncelista, Rostropovich foi maestro, tendo realizado inúmeras gravações, com diversas orquestras. Foi igualmente professor. Como intérprete, no entanto, a sua influência foi inultrapassável.
O grande violoncelista era também uma referência moral. Achava que os artistas tinham obrigação de defender a liberdade.
Notícia: Expresso

Rostropovich (1927-2007) - II

Suite No. 3 em C Maior, Mstislav Rostropovich - Johann Sebastian Bach (1685-1750)
Bourreé ORTF, Paris, Dezembro 1962

sexta-feira, 27 de abril de 2007

II Encontro Oeiras a Ler

Dando continuidade à aposta iniciada em Junho deste ano, propomo-nos realizar nos dias 24 e 25 de Maio de 2007 a segunda edição do Encontro Oeiras a Ler, no Auditório da Biblioteca Municipal de Oeiras, desta feita subordinado ao tema A Promoção da Leitura nas Bibliotecas Públicas Europeias.

A questão da leitura e da literacia, da sua promoção e mediação e o papel a desempenhar pelas bibliotecas públicas neste contexto impõe-se como uma reflexão necessária e urgente no mundo actual, pleno de potencialidades ao nível das redes comunicacionais e de informação mas também potenciador da info-exclusão, mercê das fortes assimetrias sociais que não permitem, de facto, uma efectiva equidade de oportunidades. Reflectir acerca dos novos papéis a desempenhar pela biblioteca pública para tornar possível e profícuo o cumprimento da sua missão é, por isso, determinante. Para o efeito, importa conhecer a forma como algumas bibliotecas públicas europeias têm respondido ao desafio, tendo em conta esta questão de âmbito global e a realidade objectiva e concreta dos respectivos países. Deste intercâmbio de experiências, procuraremos atentar na realidade portuguesa e prefigurar a forma como alguns modelos de intervenção podem ser aplicados ao contexto das bibliotecas públicas em Portugal.

O Encontro Oeiras a Ler rompe, pois, da esfera local para alargar a discussão destas questões a interlocutores de outros países, privilegiando, evidentemente, aqueles com forte e reconhecida tradição no âmbito da rede de leitura pública e das bibliotecas em geral, com o propósito explícito de marcar um espaço diferente e único no panorama dos Encontros e Congressos nacionais sobre esta temática e destinado aos agentes implicados na mediação da leitura: bibliotecários, professores e educadores.

O Encontro terá a duração de dois dias e prevê-se que conte com a presença de representantes de seis países - incluindo Portugal -, de reconhecido mérito internacional. Cada um dos especialistas proferirá uma conferência, à qual se seguirá um período de debate orientado por um moderador. O Encontro contará ainda com um especialista português, a quem caberá a tarefa de, no final, produzir uma análise crítica e lançar pistas de trabalho passíveis de aplicação no contexto das bibliotecas públicas portuguesas.

Além da conferência, os especialistas convidados terão ainda a incumbência de produzir um texto original no qual seja retratado o panorama geral do seu país relativamente ao tema. Estes textos serão posteriormente publicados, por forma a consubstanciar a memória do Encontro, a enriquecer a bibliografia portuguesa acerca deste tema e, consequentemente, o fundo documental do Centro Oeiras a Ler.

O princípio do caminho

Autor: Frederico Mira George


Considerei um livro generalista sobre o budismo, ioga e meditação. Um apanhado geral sobre estes temas. está bem conseguido mas muito ligeiro.

Madalena Madeira, 38 anos, Professora

entrada nº 0043

quinta-feira, 26 de abril de 2007

1º Workshop sobre Comunicação, Educação e Formação no Second Life


Entre 23 e 25 de Maio, realiza-se na Universidade de Aveiro o 1º Workshop sobre Comunicação, Educação e Formação no Second Life. A organização deste encontro visa "reunir a comunidade científica, educativa e tecnológica nacional interessada no desenvolvimento do conhecimento e na partilha de experiências de utilização deste ambiente 3D como forma de complementar e enriquecer as experiências educativas nos mais diversos contextos de vida, de trabalho e de aprendizagem formal e informal".

Mais informações em cef^SL

Aproveitamos para divulgar um video demonstrativo de como podem ser criados campus virtuais no Second Life com finalidades formativas e educativas, produzido pela NETg.

A educação no Second Life: Thomson NETg


terça-feira, 24 de abril de 2007

Olha nus o mundo/ quem sente

Das estradas e vielas
do norte este
vejo a sombra
iluminada
do rosto
que esvoaça
bocejos
de amor
do mundo
inteiro
espelhados
nu olhar
dele até
ao coração
e sentir
meu
em mim
bemol
mais
sustenido
imenso
e ainda
algumas
eternidades

Laivos de um Rui Reininho nesta nossa Biblioteca …

«Eu gostava de me tornar santo (…) estou a evoluir cada vez mais para ser um patife refinado

«Gosto do silêncio, do grande silêncio, da mística e de retiros, mas com mulheres espanholas não funciona (são adoráveis mas falam, falam), nem auto-estradas.»

«Os blogues são como escrever nas casas-de-banho - tão sinceras se dizem coisas que têm mesmo que se dizer!»

«Os grafittis são muito giros desde que não sejam no portão de minha casa!»

«Lembro-me de situações incríveis com os GNR, de levar com pedras, pedrinhas, mas o que certo público mais gostava era daquela gravilhazita nas costas! Foi uma caminhada musical muito a custo/pulso quantas viagens de camionetas clandestinas, quando a polícia aparecia era tudo pró chão!»

«Rio-me pouco e mesmo com palhaços! (aliás) nunca gostei de palhaços (…).»

«Amanhã zum zum zum…» (onomatopeias suas…)

«Os jovens hoje já não se lembram do que fizeram ontem. Acham que por serem jovens merecem tudo! E não se calam com: “Eu sou Jovem” e ?! …»

«Imagino as escutas telefónicas, que aborrecidas – “onde estás?”, “Então vá!...”»

«(Quem afirmou) “gosto de pirataria, hoje roubei uns livros” já prescreveu de certeza!!»

«Não há registo da minha passagem pela Universidade em Germânica!»

«Não leio jornais, só ‘O Jogo’ (de) que gosto muito; é uma linguagem que chega a todos os portugueses e até a alguns juízes!... é outro mundo.»

«Tenho muito medo de perder a memória e enquanto puder ficcionar (que tanto gosta) – faço-o.»

«Até os meus vizinhos, por vezes, não me ouvem dois e três dias seguidos… chegam mesmo a vir bater à porta (de sua casa).»

«(…) Fiz um pouco de Teatro, Cinema, mas acho o Cinema muito cansativo e artificial – são exageradíssimos os sons, os efeitos sonoros …”bhá”!!!»

«São realidades Kafkianas»; «São coisas provisórias que se tornam definitivas» (a propósito de alguns assuntos)

«Acho o Hip-hop uma realidade muito boa, são coisas que se tem para dizer, é uma coisa da rua, do comércio humano e urbano…»

«(…) Vive-se do expediente!»

«Uma grande preocupação minha – o Planeta!?!»

(Registos retirados da conversa de Rui Reininho com Carlos Vaz Marques no Evento da Bibliofesta no dia 20 de Abril)

"The Literacy Project"

Usar o poder da Internet para ajudar nos esforços de alfabetização. É esta a missão de um portal desenvolvido pela Google que conta com o apoio do Instituto de Formação Contínua da UNESCO. Dirigido a professores, ONGs e público em geral The Literacy Project já está disponível em espanhol, inglês e alemão e a prazo poderá estender o número de idiomas. Este centro de recursos facilita a pesquisa sobre livros, artigos escolares, blogs sobre alfabetização, vídeos, mapas e uma vasto leque de conteúdos de apoio, que no âmbito de várias parcerias internacionais estão em constante actualização.


Fonte: Tek (Sapo)

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor


Através da celebração deste dia a UNESCO pretende fomentar a leitura, a indústria editorial e a protecção da propriedade intelectual através do direito de autor.

A 23 de Abril 1616, faleceram Cervantes, Shakespeare e Garcilaso de la Vega "El Inca". Esta data assinala também o nascimento ou a morte de grandes autores tal como Maurice Druon, K. Laxness, Vladimir Nabokov, Josep Pla ou Manuel Mejía Vallejo. Por este motivo, neste dia, tão simbólico para a literatura universal, foi escolhida pela Conferência Geral da UNESCO para prestar uma homenagem mundial ao livro e aos seus autores, e incentivar a descobrir o prazer da leitura e respeitar a insubstituível contribuição dos criadores ao progresso social e cultural.

A ideia desta celebração teve origem na Catalunha (Espanha), onde é tradicional oferecer uma rosa em troca da compra de um livro. O sucesso desta iniciativa depende fundamentalmente do apoio que pode receber dos meios interessados (autores, editores, livreiros, educadores e bibliotecários, instituições públicas e privadas, organizações não governamentais e medias) mobilizados em cada país através das Comissões Nacionais da UNESCO, das associações, centros e clubes UNESCO, das redes escolares e das bibliotecas associadas, e de todos que se sentem motivados para participar a esta festa mundial.

Fonte: UNESCO

sexta-feira, 20 de abril de 2007

ACONTECEU NA SEXTA-FEIRA 13 !!!!

Foi na passada sexta-feira 13, que decorreu o "Pijama às Letras" na BMO!!!!

A Vassilíssa e a Bruxa Babayaga estiveram na BMO a contar a sua história – pelo grupo de teatro “O Bando” – de referir que a audiência miúda e graúda, ficou enfeitiçada pela beleza e profundidade deste conto, vindo da Russia.

Depois foi tempo para festejar outro Mago: o dinamarquês Hans Christian Andersen! Ele foi um dos percursores dos contos para infância, já fez mais de 200 anos e continua vivo... nas histórias que escreveu!
E assim, noctívagos, continuámos a viajar pelo mundo, pelos contos, na voz da Mafalda Milhões, ao som do violino da Rita Mendes e abrigados sob as estrelas.
Alimentados de imaginação, embalados pela melodia, aconchegados entre mantas e livros, adormecemos e sonhámos… madrugada adentro. Com tudo isto, só regressámos a casa na manhã do dia seguinte... e as nossas famílias? Adoraram!!
Para ver as fotos dos futuros BIBLIÓFILOS e dos seus animados pais, clique aqui.

Poemário - Mariana da Cruz

Vídeo produzido por Mariana da Cruz no âmbito do estágio do Curso Tecnológico Multimédia - especificação Design Multimédia - (Escola Secundária Quinta do Marquês), a decorrer na CMO/Biblioteca Municipal em Oeiras.

Há uma hora, há uma hora certa

«Há uma hora, há uma hora certa
que um milhão de pessoas está a sair para a rua.
Há uma hora, desde as sete e meia horas da manhã
que um milhão de pessoas está a sair para a rua.
Estamos no ano da graça de 1946
em Lisboa, a sair para, o meio da rua.
Saímos? Mas sim, saímos!
Saímos: seres usuais, gente gente! olhos, narinas, bocas,
gente feliz, gente infeliz, um banqueiro, alfaiates, telefonistas,
varinas, caixeiros desempregados,
uns com os outros, uns dentro dos outros
tossicando, sorrindo, abrindo os sobretudos, descendo aos
mictórios para apanhar eléctricos,
gente atrasada em relação ao barco para o Barreiro
que afinal ainda lá estava apitando estridentemente,
gente de luto, normalmente silenciosa
mas obrigada a falar ao vizinho da frente
na plataforma veloz do eléctrico, em marcha,
gente jovial a acompanhar enterros
e uma mãe triste a aceitar dois bolos para a sua menina.
Há uma hora, isto: Lisboa e muito mais.
Humanidade cordial, em suma,
com todas as consequências disso mesmo
e a sair a sair para o meio da rua. (...)»

Há uma hora, há uma hora certa, por Mário Cesariny

A Pastelaria

«Afinal o que importa não é a literatura
nem a crítica de arte nem a câmara escura
Afinal o que importa não é bem o negócio
nem o ter o dinheiro ao lado de ter horas de ócio
Afinal o que importa não é ser novo e galante
- ele há tanta maneira de compor uma estante!
Afinal o que importa é não ter medo: fechar os olhos frente
ao precipício
e cair verticalmente no vício
Não é verdade rapaz? E amanhã há bola
antes de haver cinema madame blanche e parola
Que afinal o que importa não é haver gente com fome
porque assim como assim ainda há muita gente que come
Que afinal o que importa é não ter medo
de chamar o gerente e dizer muito alto ao pé de muita gente:
Gerente! Este leite está azedo!
Que afinal o que importa é pôr ao alto a gola do peludo
à saída da pastelaria, e lá fora – ah, lá fora! – rir de tudo
No riso admirável de quem sabe e gosta
ter lavados e muitos dentes brancos à mostra»

A Pastelaria, por Mário Cesariny

quinta-feira, 19 de abril de 2007


Histórias sobre o 25 de Abril

Sábado, 21 de Abril, às 16horas

Biblioteca Municipal de Carnaxide


Uma viagem pela memória do 25 de Abril, que convida à participação e reflexão de todos. É traçado um percurso teatralizado por quatro actores em que o público vai sendo surpreendido e conduzido pelos vários acontecimentos e personagens que suscitam a reflexão crítica – descontraída – de cada um.

Pela Associação Cultural Bica Teatro
Textos e Concepção de Paulo Patraquim
Interpretação por Luciana Ribeiro, Paulo Patraquim, Pedro Luzindro e Teresa Pombo
Adereços e figurinos de Paulo Calhau

Para crianças a partir dos 8 anos, pais, avós e demais amigos.

Informações e inscrições (prévias):
Sector Infantil Telf: 21.417.01.65

João Gil no Café com Letras

Ontem teve lugar mais uma sessão do Café com Letras, desta feita com João Gil.
A conversa decorreu fluída e surpreendente, deambulando pelo percurso pessoal, musical e poético do autor. João Gil revelou ser um conversador agradável, empenhado na sua vocação e forma de estar no mundo, sem tiques de vedetismo!
Falou da poesia como um discurso e uma vocação ancestral que revela o rigor e a musicalidade da língua. É por isso que, na sua opinião, quem trabalha e dá forma à musicalidade da linguagem e da poesia o tem de fazer com um imenso respeito e pudor pelo texto e pela língua.
Houve, ainda, lugar à estreia mundial de uma nova canção com letra de Ana Haterly.
João Gil foi, de facto, uma presença inesquecível. Por todos os motivos!

Veja mais fotos aqui.

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Sondagem de Março

Durante o mês de Março fizemos uma sondagem aos leitores do blog Oeiras a Ler.
À pergunta O que acha deste blog? responderam 72 pessoas, tendo as respostas ficado distribuídas da seguinte forma:

Muito bom - 33 votos (46 %)
Bom - 23 votos (32 %)
Razoável - 10 votos (14 %)
Mau - 6 votos (8 %)

Da análise deste dados podemos dizer que o esforço na dinamização do blog Oeiras a Ler está a ser apreciado pelos nosso leitores. Ainda assim, vamos continuar a trabalhar com vista à melhoria contínua deste espaço de informação e comunicação entre as Bibliotecas Municipais de Oeiras e os seus leitores.

Poemário - Edite Ferreira

Ilusão de óptica

Neste instante pictóricocrio uma dimensão azul
Neste infindável círculo cromáticopinto a ilusão do espírito
Neste eterno prisma solarpinto a luz da sombra


Azul

Azul,
o cosmos emoldurou-te com a aura do magnetismo que é o magnetizar da magnificência que é o magnetismo da magnitude de ser magno e mago.


Enigma

Presenteio-me no palco da poesia
atrás daquela cortina negra
timída, silenciosa.
Presenteio-me como um grito
Presenteio-me como a seda
Presenteio-me com um olhar
onde cabe o seu do próprio universo.

Edite Maria dos Santos Ferreira. Professora de Educação Visual e Tecnológica, Cruz Quebrada /Dafundo.

Poemário - Lenita Costa

«Vamos acabar com a Solidão

Vamos todos meus amigos
Vamos pró centro de dia
Vamos todos conviver
Com amor e alegria.

Mais vale o centro de dia
Que em casa sem companhia
Participamos nos trabalhos de lazer
E podemos todos conviver.

Trabalhos feitos pelas nossas mãos
O que nos dá grande prazer e alegria
Alegra-nos o coração
E combate a solidão.

Ser todos assim fizermos,
A tristeza vamos combater;
Ao contrário, só a nossa solidão
Por companhia iremos ter.

Sem ti solidão que seria
Da minha vida?
Ombro a ombro sempre andámos.

Eu te prometo minha amiga
Que, quando estiver de partida,
Te levarei comigo
Pró resto da minha vida.


A Canção do Mar

Ontem à meia-noite
estava um lindo luar,
quando cheguei à janela,
senti a brisa do mar,
e tive um forte desejo
de ir à beira-mar.

Sentei-me na arei a molhada,
longe de tudo e de todos.
Parecia um paraíso!
Olhando a Lua e o mar
e vendo o reflexo da Lua
batendo nas ondas do mar,
de repente, ouvi um lindo cantar.
Pensava que eram os anjos
e era uma sereia no mar.

Então cantava para mim,
Sozinha à beira-mar:
- Ó mar largo, ó mar largo,
ó mar largo sem ter fundo,
mais vale andar no mar largo
do que andar nas bocas do Mundo.

- Ó mar largo, ó mar largo,
ó mar largo sem ter fundo,
mais vale andar no mar largo
do que andar nas bocas do Mundo.

Olhando a Lua e o mar
vi uma linda sereia,
que parecia ser de cristal,
e então dizia para mim:

- Anda daí, minha amiga,
anda pró fundo do mar,
com peixinhos e corais,
só lá poderás descansar,
só lá poderás ter paz.


Amor de Avó

Os netos são para nós
Uma profunda saudade
Amo tanto os meus netos
E sinto por eles uma profunda saudade.

Gostaria de estar com eles todos os dias
Visto que não é possível
Então eu penso neles
Todos os dias.

Vós sois a coisa mais linda
Que eu tenho na minha vida
Gostaria que fizessem mais
Parte da minha vida.

Vivo sempre tão sozinha
Que morro de solidão
Alegram o coração
Desta avozinha
Que morre de solidão.

Vós sois os meus príncipes
É o príncipe Aragão
E a princesa Ana Rita
E eu sou a avó Rainha.

Mas aqui no meu palácio
Vivo sempre tão sozinha
Será que vale a pena
Eu ser a avó Rainha?»


Lenita Costa

Cesário Convida Pessoa



Ontem foram quase três horas de poesia. Maria do Céu Guerra leu e explicou Cesário Verde e Fernando Pessoa. Uma lição que ficará marcada em todos os que puderam assistir. A poesia esteve no centro das atenções e na voz de uma das maiores declamadoras da actualidade. Mais fotos do espectáculo aqui.

Obrigado, Teolinda!

Após um mês de Março marcado por Gabo, Neruda irrompeu pelo Grupo de Leitores de Carnaxide com todo o ímpeto d'Os versos do capitão. Pereira dixit: "se eu fosse mulher e me escrevessem uns versos destes..." ;-) E com toda a razão o diz. A poesia de Pablo é pujante, emocional, emocionada, arrebatadora, não há cá espaços para respirar! Desejo, amor, fúria, ciúme, revolta, tudo é sentimento em Neruda. E, se durante a leitura, colocarmos como pano de fundo da alma a ilha de Capri e as belas imagens de "O carteiro de Pablo Neruda", pois concerteza que vamos de férias mais cedo, pelo menos em sonhos! Excelente, para abertura de Primavera e afinação pelo diapasão das BMO's: ao fim e ao cabo, estamos em plena Bibliofesta dedicada à poesia!

Na última sessão, esta pretérita terça-feira, a Biblioteca de Carnaxide encheu-se de alma, para além de todas as outras almas que já lá existem, sob a forma escrita: ter como visita Teolinda Gersão foi, é e será sempre uma honra! A Sílvia, filha da autora, faz parte do Grupo e teve a gentileza de nos brindar com a presença da mãe. Teolinda é, há que dizê-lo, uma mulher fora-de-série: pela disponibilidade, pela simpatia, pela simplicidade com que nos contou os seus contos e os contos atrás dos contos, pois cada historia tem sempre uma historia que a faz nascer. Provou-se que existe, no Grupo de Leitores, uma legião de seguidores das suas obras e com visões e perspectivas diversas, algumas das quais nunca tinham passado pela cabeça da autora (sendo que uma em especial quase dava outro conto, e que belo conto seria). Obrigado Teolinda, e volta sempre!

Quanto a nós, respiramos fundo e atacamos as páginas da "Montanha mágica" de Thomas Mann. Encontramo-nos no próximo mês!

terça-feira, 17 de abril de 2007

Café com Letras - Abril

Durante a realização da BiblioFesta'07 terão lugar 4 sessões do Café com Letras. Para além da presença de Manuel Alegre, serão realizadas mais 3 sessões que pretendem explorar a relação de reciprocidade existente entre a música e a poesia. Nestas sessões haverá a possibilidade de criar um momento musical, para além da conversa com Carlos Vaz Marques. num registo intimista com o público.


Dia 18 de Abril, às 21H30
Biblioteca Municipal de Oeiras
Café com Letras com João Gil

Dia 19 de Abril, às 21H30
Biblioteca Municipal de Oeiras
Café com Letras com Carlos do Carmo

Dia 20 de Abril, às 21H30
Biblioteca Municipal de Oeiras
Café com Letras com Rui Reininho

Dia 21 de Abril, às 21H30
Biblioteca Municipal de Oeiras
Café com Letras com Manuel Alegre

Não se esqueça de nos presentear com a sua visita.
Venha celebrar a poesia e a música no nosso Café com Letras!

Maria do Céu Guerra na Biblioteca Municipal de Oeiras

Na Biblioteca Municipal de Oeiras está a decorrer o espectáculo "Cesário convida Pessoa" com Maria do Céu Guerra. As primeiras reacções, em directo, são muito boas. Uma verdadeira lição. Este já começou mas vêm aí mais espectáculos. De Quarta a Sábado.
Agora tenho de regressar à sala!

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Poemário - Amadeu C. Alves

« Mãe enternecida

Sempre alerta,
Pelo filho que dormia,
No momento que desperta,
Que belo sua mãe sorria.

Apertou-o junto ao peito,
Bem juntinho ao coração,
E disse com muito jeito,
Meu amor minha paixão.

Que quadro tão adorado,
Uma mãe enfeitiçada,
Pelo seu filho amado,
Mas que mãe abençoada.


A Amizade Pura

Amizade não tem cor,
E nem tão pouco se vende,
É um pouco de amor,
Também alguém que se entende.

Muitos temos de aprender,
Até a morte chegar,
Muito nos falta saber,
E a felicidade encontrar.

A amizade é importante,
Com a porta bem aberta,
Tem que ser pura e constante,
Para ser verdade certa.


O Sorriso

Um sorriso franco e leal,
Terno e fraternal,
Com expressão natural,
É pureza sem igual.

Esse sorriso discreto,
Tão meigo e tão natural,
Sorriso sincero e certo,
Não é um sorriso do mal.

Mas o sorriso maldoso,
O sorriso venenoso,
Nele só existe maldade.

Sorriso que infelizmente,
Que engana toda a gente,
Só é intriga e maldade.»

Amadeu C. Alves

Cesário Convida Pessoa

Leitura de poemas por Maria do Céu Guerra
dia 17 de Abril, 21h30 - Biblioteca Municipal de Oeiras

sexta-feira, 13 de abril de 2007

A importância de participar no Grupo de Leitores

Em Abril o Grupo de Leitores da Biblioteca Municipal de Oeiras abordou o teatro. O livro seleccionado para este mês foi a peça de Oscar Wilde "A importância de ser Ernesto" complementado pelo filme homónimo de Oliver Parker.

Depois de alguma conversa em torno dos "vários títulos" disponíveis para este livro (de referir que algumas traduções referem "A importância de ser Amável" outros "A importância de Verdadeiro"), descobrimos uma tradução que na dúvida sobre o verdadeiro significado atribuído à palavra Earnest - no original - optou por manter o termo.

Tal como previsto desde o início, ao longo deste ano vão ser lidos diferentes géneros e autores de forma a apresentar vários enredos e a criar diferentes sensações nos leitores.

Assim e como já é habitual foram muitas as opiniões em torno do conceito de casamento, do amor e das relações sociais. Mas o grande contributo foi dado por um participante do Grupo de Leitores que fez teatro amador e tinha já representado esta peça. Desta forma, com um contributo ao vivo da experiência em palco foi possível compreender melhor a arte da representação e a sua relação com a literatura.

- Página sobre Oscar Wilde [1], [2];
- Página do filme "A importância de ser Ernesto";
- Página da SparkNotes (análise da peça).

Livro Mágico de Cesário Verde

Está disponível na sala de leitura da Biblioteca Municipal de Oeiras o livro mágico de Cesário Verde.

Com design de Patrícia Gouveia e tecnologia da Y-Dreams o livro mágico apresenta uma pequena biografia do poeta e uma selecção de poemas de Cesário Verde lidos com a voz inconfundível de Mário Viegas.

Integrado na BiblioFesta'07 esta é mais uma homenagem ao "poeta do quotidiano" que viveu em Linda-a-Pastora e que o Concelho de Oeiras adoptou como seu. Aguardamos a sua visita!

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Congresso BAD 7

Na sequência do repto lançado pelo Dr. Filipe Leal, 8 técnicos das Bibliotecas Municipais de Oeiras, deslocaram-se aos Açores (Ponta Delgada) para participarem no 9º Congresso Nacional de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas.
Assim, disponibiliza-se aqui o powerpoint que serviu de suporte à comunicação feito ao Congresso e que teve como título O cliente nem sempre tem sempre razão: princípios de costumer service nas Bibliotecas Municipais de Oeiras.

A versão em texto da comunicação pode ser consultada aqui.

AUTOR DO MÊS - Manuel Alegre

MANUEL ALEGRE



Nota Biográfica

Manuel Alegre de Melo Duarte nasceu a 12 de Maio de 1936 em Águeda. Estudou Direito na Universidade de Coimbra, onde foi um activo dirigente estudantil. A sua tomada de posição sobre a ditadura e a guerra colonial levam o regime de Salazar a chamá-lo para o serviço militar em 1961. É preso pela PIDE em Luanda, em 1963, durante 6 meses. Colocado com residência fixa em Coimbra, acaba por passar à clandestinidade e sair para o exílio em 1964, que prolongar-se-á por 10 anos. Entretanto, os seus dois primeiros livros, Praça da Canção (1965) e O Canto e as Armas (1967) são apreendidos pela censura, mas passam de mão em mão em cópias clandestinas, manuscritas ou dactilografadas. Poemas seus, cantados por Zeca Afonso e Adriano Correia de Oliveira, tornam-se emblemáticos da luta pela liberdade. Regressa finalmente a Portugal em 2 de Maio de 1974, dias após o 25 de Abril. Entra no Partido Socialista onde, ao lado de Mário Soares, promove as grandes mobilizações populares que permitem a consolidação da democracia e a aprovação da Constituição de 1976, de cujo preâmbulo é redactor. Deputado por Coimbra em todas as eleições desde 1975 até 2002 e por Lisboa a partir de 2002 participa esporadicamente no I Governo Constitucional de Mário Soares. É sócio correspondente da Classe de Letras da Academia das Ciências eleito em Março de 2005.

Sobre a sua obra poética, reeditada sucessivas vezes, Eduardo Lourenço afirmou que “sugere espontaneamente aos ouvidos (...) a forma, entre todas arquétipa, da viagem, do viajante ou, talvez melhor, peregrinante”. O livro Senhora das Tempestades (14.000 exemplares vendidos num mês) inclui o poema com o mesmo nome, que Vítor Manuel Aguiar e Silva considerou “uma das mais belas odes escritas na língua portuguesa”. Publicou os romances Alma (12 edições) e A Terceira Rosa, duplamente premiado. Segundo Paola Mildonian, Manuel Alegre “canta a dor e o amor da história com acentos universais, com uma linguagem que (...) recupera em cada sílaba os quase três milénios da poesia ocidental”. No Livro do Português Errante, Manuel Alegre, segundo Paula Morão, emociona e desassossega: “depõe nas nossas mãos frágeis as palavras, rosto do mundo, faz de nós portugueses errantes e deixa-nos o dom maior (...) – os seus poemas”. O seu livro, Cão como nós, vai na 15ª edição.*

*Nota biográfica adaptada da página de Manuel Alegre


ver títulos deste autor no catálogo da biblioteca

Lançamento do Livro Formar Leitores: das teorias às práticas

Dia 23 de Abril, altura em que se comemora o Dia Internacional do Livro e do Direito de Autor, é lançado na FNAC do Colombo o livro Formar Leitores: das teorias às práticas, coordenado por Fernando Azevedo.
Visto em http://mediadores-livros-e-leitores.blogspot.com/ - "...uma página de partilha de livros e de leituras, organizada e mantida pelo grupo de Pós-Graduação em Estudos da Criança - Especialização de Análise Textual e Literatura Infantil da Universidade do Minho (Portugal), com a colaboração de todos os que assumem a leitura como um projecto pessoal e afectivo."

terça-feira, 10 de abril de 2007

Congresso BAD 6

Aqui disponibilizo o powerpoint e a comunicação que apresentei no 9º Congresso Nacional de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas, que teve lugar nos Açores - Ponta Delgada -, no passado mês de Março.
A presente comunicação - PALAVRAS CANTADAS -, versa sobre a promoção da leitura para adolescentes e jovens adultos nas Bibliotecas Municipais de Oeiras e pretende fazê-lo de forma alternativa, conjugando intérpretes e bandas pop e rock com as obras literárias que deram origem às respectivas criações musicais. Este projecto será implementado ainda no decorrer deste ano nas Bibliotecas Municipais de Oeiras.
A versão integral da comunicação, em PDF, encontra-se aqui.
NB - O ppt apresenta algumas falhas na edição do cartaz e folheto.

Poemário - Rosa Maria Fernandes

O meu poema favorito

de «A Seguir o Deserto», Al Berto
Procuro-te Obsessivamente, excerto:

procuro-te obsessivamente na melancolia das mãos
porque só o acto de morrer muitas vezes compensa
e foi necessário que fizéssemos uma serra para cortar os pulsos
de uma espada e fizemos
e com uma cana-da-índia de rota fizemos uns foles para atear o fogo
pintei nos ombros umas asas de coral para me evadir
abandonei a casa e as notas rabiscadas rápidamente
as emendas as manchas de tinta azulada nos dedos
os manuscritos ilegíveis
a poeira dum olhar preso ao vício feliz das palavras
a escrita
a indelével respiração do poema
o fluxo do grito o eco lacustre dos dedos tamborilando no sono
a casa vazia
e a janela onde debrucei o que me restava da vida
levei dez dias de viagem
até que a noite me recebeu como um ressurgido do outro lado do corpo
e nada direi sobre o deserto
nem deixarei sequer um inédito


Rosa Fernandes, 36 anos, Funcionária da C.M.O.

Poemário - Sandra Roque

SAL

Rola dos meus olhos o sal silencioso da tua ausência.
E são minhas as horas vazias que deviam abraçar-te por noites de incerteza.
Reduzido o horizonte à pele que me contém,
nada além do marasmo, na existência que não é sem o teu riso…

Cessou meu sangue o movimento, por não ter onde ir.

Afogam-me as sombras e já o vento não sabe onde estou.
Nem sabe o arco-íris persistir se negras são todas as cores…
Negro é o tempo que parou aqui.

Agora que me esvaí, nem um mudo esboço de som.
Sal. Apenas e só… sal.


Sandra Roque, Actriz

V Encontro de Literatura Infanto-Juvenil: "Um carreirinho de letrinhas ao encontro da palavra"

Nos dias 4 e 5 de Maio, realiza-se na Biblioteca Municipal de Pombal o V Encontro de Literatura Infanto-Juvenil: "Um carreirinho de letrinhas ao encontro da palavra". Mais Informações em: http://biblioteca.cm-pombal.pt, pelo telefone 236210521 ou por email: biblioteca@cm-pombal.pt.
Ver programa aqui (pdf 4MB).

Congresso BAD 5


Na sequência do pedido do Dr. Filipe Leal, aqui se disponibiliza a comunicação apresentada no âmbito do 9º Congresso Nacional de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas que teve lugar nos Açores, em Ponta Delgada, no passado mês de Março, entre 28 e 31.
A presente comunicação cujo título versa sobre "Lugares da Leitura: o público adulto nos projectos das Bibliotecas Municipais de Oeiras" pretendeu dar a conhecer e explanar alguns dos projectos de promoção da leitura para adultos realizados entre 2003 e 2006.

Pode consultar, também, a versão texto

segunda-feira, 9 de abril de 2007

Era uma vez uma noite de Pijama às Letras…







Foi no dia 30 de Março, numa noite de Primavera, que pela primeira vez se realizou o Pijama às Letras na Biblioteca de Algés.

Uma noite de e para encantar. Afinal, foi pensada para comemorar o Dia Internacional do Livro Infantil.

E lá estava o Palácio Ribamar, iluminado pelas luzes da Biblioteca acesas naquela noite. E foi sem pompa mas com muita alegria pela circunstância que as famílias foram subindo a escadaria do palácio e entrando na biblioteca, mais viva do que nunca pelas cores dos balões e dos muitos livros espalhados pelo atelier improvisado na Sala Multimédia. No chão, o rectângulo de papel de cenário ia ganhando formas e cores pelas mãos de muitos meninos que enchiam a sala.

Depois foi a vez do espectáculo de teatro. A Stella e o Simão, personagens saídos dos livros de Marie-Louise Gay, estavam ali, deitados numa linda e alta cama ferro no meio da Sala de Leitura. Antes de chegar o sono, os dois irmãos vivem muitas aventuras e viajam ao sabor das perguntas do Simão e da imaginação da Stella por debaixo das ondas do mar, no meio da floresta e entre flocos de neve sem sair do seu quarto, que é, afinal, do tamanho do mundo que os dois fantasiam. Do lado de cá do palco, os olhares seguem-nos atentos e são de espanto, de riso, de alegria, também de ternura por aquele universo tão familiar, tão de brincar.

Quando termina a peça, rompem as palmas. Muitas e calorosas. Todos são convidados a participar da festa de Parabéns a H.C. Andersen. A Stella e o Simão também. Um coro de vozes canta os Parabéns ao autor de muitas das mais belas histórias para crianças. São já muitos anos a encantar os meninos de todo o mundo… Distribuem-se fatias do bolo. Comenta-se a peça, alguns perguntam-se como será a seguir, quase todos querem falar com a Stella e o Simão.

Para quem fica a dormir, está na hora de subir ao sótão e preparar os pijamas. Uma por uma, as famílias são chamadas e entram na Sala Infantil com os sacos-cama e o título de uma história, a pista que devem seguir para saber onde pernoitar. Quando todos estão bem instalados e alguns já lêem os livros deixados em cima das camas, eis que surge a Lia, uma menina também de pijama e já cheia de sono que adormece e tem um sonho misterioso. Viaja por vários países e em cada um deles recebe uma pista para encontrar um tesouro que quanto mais se gasta mais rico se fica. Com a ajuda de todos os meninos, a Lia consegue descobrir que esse tesouro é o livro, são os livros.

E é com os livros e no meio dos livros, na companhia de um ou outro peluche, de uma boneca, que todos adormecem.

No dia 31, o amanhecer foi diferente. Uma manhã de Primavera porque o sol espreitava pelas janelinhas do sótão mas, e sobretudo, porque todos acordaram com flores nos sorrisos.

“Eu gostei muito de dormir aqui!”, escreveu a Madalena.
“Parabéns a Andersen e à Biblioteca de Algés!”, deixou escrito o André.
“Adorei! Queria repetir para o ano!”, escreveram a Teresa, a Catarina e o Tomás.

“Uma verdadeira noite de fantasia! Que haja mais!”, foi a mensagem da Myriam e do pai

E nós ficámos também com flores no olhar.
Até para o ano!

Congresso BAD 4

Na sequência da participação no 9º Congresso Nacional de Bibliotecários Arquivistas e Documentalistas, que decorreu em Ponta Delgada, Açores, de 28 a 30 de Março de 2007, disponibiliza-se a comunicação Apesar do Google reforçar o papel do catálogo nas BMO.
Numa altura em que a informação e o acesso à mesma são factores cada vez mais determinantes para o sucesso e efectiva participação dos cidadãos na comunidade em que se inserem, o tratamento e disponibilização de conteúdos adquire uma importância vital. Com vista à prossecução deste objectivo torna-se indispensável desenvolver ferramentas que tornem a pesquisa mais rápida e eficaz , servindo cada vez melhor todos aqueles que procuram as BMO.
Esta comunicação versa sobre a adopção de uma nova política de tratamento documental nas BMO, a reorganização do catálogo e a disponibilização de novas funcionalidades, proporcionadas pelas tecnologias da informação e comunicação.


Consulte também a versão texto.

Congresso BAD 3

Na sequência do repto lançado pelo Dr. Filipe Leal, aqui se disponibiliza a comunicação "Histórias de Ida e Volta - Promover a cultura oral, formar contadores para quê?", apresentada no 9º Congresso Nacional de Bibliotecários Arquivistas e Documentalistas. Ponta Delgada- Açores 2007.
Nunca é demais o agradecimento a toda a equipa (técnicos e contadores) envolvida directamente no projecto "Histórias de Ida e Volta". Um grande agradecimento também a todos quantos - colegas ou não - nos ajudam, assistem e participam nas nossas actividades. Muito obrigada!

Pode consultar, também, a versão em texto.

sexta-feira, 6 de abril de 2007

AS NOSSAS SUGESTÕES - ABRIL DE 2007

Título: Biblioteca
Autor: Gonçalo M. Tavares

De quem se fala: Nasce a 1970. É bolseiro do Ministério da Cultura, na área da poesia. Em 2001, publica o seu primeiro livro, Livro da Dança (poesia). Seguem-se O Senhor Valéry (pequenas ficções) pelo qual ganha um Prémio da fundação Calouste Gulbenkian, e Investigações. Novalis (poesia) também premiado. Em 2002 são editados O Homem ou É Tonto ou É Mulher e a colher de Samuel Beckett e Outros Textos (teatro). Postumamente aparecem O Senhor Henri (pequenas ficções) e Um Homem:Klaus Klump (romance); em 2004 – A Máquina de Joseph Walser (romance) e O Senhor Juarroz e O Senhor Brecht (pequenas ficções); a 2005 – Jerusalém (romance) e em 2006 – Breves notas sobre Ciência (ensaio). Está actualmente, traduzido em inúmeras línguas.

O que se diz: Pequenos textos sobre diversificadíssimos re-nomes culturais, literários, filosóficos, como sejam, Dostoyevsky, Gabriel Garcia Márquez, Hemingway, Milan Kundera, Brecht, Camus, Aristóteles, Jorge Amado, Kafka, Umberto Eco, Eliot,Whitman, Reich, Mishima, que ao autor lhe suscitaram escrita e magia em a Biblioteca.

Está dito: «As cabras e o modo como se aproximam de um fio de erva podem preencher todo o cérebro de uma pessoa inteligente, mesmo que tal facto se passe às sete da tarde. A Natureza não abana com os nossos sustos, a não ser a parte da natureza que o nosso corpo representa.»

Campo das Letras ; 199 pág.



Título: Valsa Negra
Autor: Ana María Moix

De quem se fala: Ana Maria Moix nasceu em 1947 em Barcelona, onde se formou em Filosofia e Letras. A sua obra abrange a poesia, a ficção, a reportagem, o jornalismo e a literatura infanto-juvenil da sua obra destacamos o livro de poesia No time for Flowers, prémio Vizcaya de Poesia, 1970; o livro de contos Esse Chico Pelirrojo a Quien Veo Cada Dia; e os romances Júlia; Las Virtudes Peligrosas, Prémio Ciudad de Barcelona, 1986 e Valsa Negra, Prémio Ciudad de Barcelona 1995. O seu mais recente livro De mi vida nada sé, confirma-a como um dos valores mais sólidos da literatura espanhola contemporânea. Colaboradora ainda em diversas revistas e jornais como La Vanguardia e El País.

O que se diz: De um modo ao mesmo tempo terno e distante, Valsa Negra conta a história de Elisabeth da Baviera. Uma figura eternizada pelo cinema, misteriosa, contraditória, errante, cruel, desesperada, de uma heroína de fim de século, vítima e protagonista da irrefreável corrosão e decadência históricas do Império Austro-Húngaro e de uma corte roída pela intriga, a corrupção e o nepotismo.

Está dito: «Ali estava ela. Por fim, ali estavam as duas. Alguém a ajudou a levantar-se. A condessa de Sztáray interessou-se, alarmada, pelo seu estado. Uns homens correram atrás de um jovem a que chamam ladrão. Outros perguntaram à vítima se lhe tinham roubado alguma coisa. De que ladrão falavam? Não tinha havido nenhum ladrão. Nunca vira a Dama branca tão perto como agora; porém, como sempre imaginara, era inconfundível. Sentira a sua proximidade, em anteriores ocasiões, em muitas ocasiões anteriores, e recordava-a como uma promessa de morte que nunca era a sua…»

Dom Quixote; 166 pág.


Título: Estórias da vida encantada
Autor: Fátima Éffe


De quem se fala: Fátima Éffe é uma autora relativamente recente que colaborando com a Pé de Página Editores publicou anteriormente a este livro outros três títulos – O Universo TODO dentro de mim?! (2005); Os livros que gostam de contar histórias (em co-autoria com Zé luís) (2005); A carta de… amor? E outros segredos (2006).

O que se diz: Uma das características da escrita de Fátima éffe neste seu «estórias da vida encantada» é, sem dúvida, a dimensão poética da linguagem com que as narrativas se desenrolam. São como a própria autora define – estórias de acontecimentos acontecidos, estórias para mais acontecer, estórias para menos acontecer, estórias…

Está dito: «“Se eu sonhar com muita força, o sonho torna-se realidade?”
Noite sobre noite, vozes de embalar acrescentavam-lhe sonhos em quantas histórias. E sempre respondiam:
Sim, se sonhares com muita força, talvez...»
Mas entre os embalos destas noites de acordares tristes, abriu-se uma outra sussurrante voz vinda do mais profundo (en)canto de si(…)»

Pé de página; 31 pág.



Título: Não vou por aí
Autor: José Régio

De quem se fala: Pseudónimo literário de José Maria dos Reis Pereira, nasceu em Vila do Conde em 1901. Licenciado em Letras em Coimbra, ensinou durante mais de 30 anos no Liceu de Portalegre. Foi um dos fundadores da revista "Presença", e o seu principal animador. Romancista, dramaturgo, ensaísta e crítico, foi, no entanto, como poeta, que primeiramente se impôs e a mais larga audiência depois atingiu. Com o livro de estreia — "Poemas de Deus e do Diabo" (1925) — apresentou quase todo o elenco dos temas que viria a desenvolver nas obras posteriores: os conflitos entre Deus e o Homem, o espírito e a carne, o indivíduo e a sociedade, a consciência da frustração de todo o amor humano, o orgulhoso recurso à solidão, a problemática da sinceridade e do logro perante os outros e perante a si mesmos.

O que se diz: É uma síntese, tão completa quanto possível, da obra de José Régio devidamente situada, livro a livro, de acordo com o original. Poemas de um alcance eterno, universal e duma beleza inqualificável como o universo imenso e pleno poetizado em o «Cântico Negro» representa. Poemas quase letais pelo alcance definitivo na poesia portuguesa e muito da poesia europeia, pelo que não esquece temas como – o Amor, o Ódio, a Melancolia, a Natureza, a Vida, a Morte.

O que se diz: Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se a levantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!

Quasi; 173 pág.



Título: Fim
Autor: Amélia Vieira


De quem se fala: Após uma estreia fulgurante na poesia contemporânea portuguesa e oito livros publicados, a poesia de Amélia Vieira chegou a este Fim: viagem lida de trás para a frente, revisitação poética de vinte anos e de um percurso literário exercido “devotamente, no mais pleno e assombroso processo humano” (nas palavras da autora).

O que se diz: Conta-nos do ouro, do acaso, das perguntas humanas e dos séculos, dos reis e das descobertas, dos caminhos trilhados e a trilhar, das dúvidas, dos amigos, dos mestres, das fecundidades, dos dias, dos poetas, das experiências, da natureza, das conclusões, dos Deuses, da família, do Natal, do sonho e da árvore da vida – deste mundo.

Está dito: «A lei do acaso é a mais precisa de todas as leis. Não há acaso, e é isso que o nosso chamado acaso nos quer dizer.
Nas invisíveis e subtis organizações, nada está de fora, e há ainda aquele olho que tudo vê.»

Cavalo de ferro; 170 pág.

Animação de rua na Vila de Oeiras

Ao longo do mês de Abril, nos fins-de-semana, o Centro Histórico da Vila de Oeiras vai ser dinamizado com diversas iniciativas organizadas pela Junta de Freguesia de Oeiras.

A animação de rua conta com um leque diversificado de espectáculos, como exibições de ranchos folclóricos, exposições e feira de Artesanato. O programa envolve também a participação da Biblioteca Operária Oeirense através de exposições e concertos musicais abertos ao público em geral.


A programação é a seguinte:
Centro Histórico

Dia 7: Exibição do rancho folclórico Luz dos Candeeiros, de Porto de Mós.
Dia 14: Feira de Artesanato.
Dia 21: Exibição do rancho folclórico As Macanitas de Tercena.
Dia 24: Concerto, Tributo ao 25 de Abril.
Dia 28: Concerto com o Coro de Santo Amaro de Oeiras e os Corvos.

Biblioteca Operária Oeirense

Até dia 28: Exposição de posters e poemas sobre o 25 de Abril e Pintura de Humberto Capote.


Fonte: Guia da Cidade