quinta-feira, 28 de abril de 2011

Eduardo Marçalo Grilo: Se Não Estudas, Estás Tramado



Se Não Estudas, Estás Tramado é a obra que serve de base à Conversa na Aldeia Global desta noite (quinta-feira, 28 de Abril), pelas 21H30, no Auditório da Biblioteca Municipal de Oeiras. Convidamo-lo para mais uma sessão sobre os problemas da educação, uma natural preocupação de Eduardo Marçal Grilo que sobre eles não deixa de reflectir.

CONVERSAS NA ALDEIA GLOBAL ABRIL - "Se não estudas, estás tramado"

Uma voz que se perdeu

Vitorino Magalhães Godinho, marcou a historiografia portuguesa sobretudo no estudo dos descobrimentos e economia. Mas não foi só na história que se destacou, ex-ministro da educação e cultura pós 25 de Abril ex-director da Biblioteca Nacional. Perdeu-se um investigador e pensador brilhante que o coloca entre os maiores historiadores portugueses.
 
 Vale a pena recordar a entrevista dada ao Jornal de Letras por Vitorino Magalhães Godinho no seu 90º aniversário.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Maria João Lopo de Carvalho na Biblioteca de Oeiras




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Maria João Lopo de Carvalho foi a convidada deste mês de H(á) Conversa com Escritores.
A escritora esteve à conversa com duas turmas do 6º ano da EB23 S. Julião da Barra na Biblioteca Municipal de Oeiras.
Com ela trouxe duas surpresas: o seu primeiro caderno com muitas histórias e recortes e a notícia que a colecção 7 irmãos que escreve em parceria com Margarida Fonseca Santos vai ser adaptada para uma série e os castings estão a começar.
E os jovens estudantes começaram de imediato a praticar através da encenação de alguns dos livros da colecção.
O próximo convidado será o escritor José Lança Coelho que estará no dia 3 de Maio na Biblioteca Municipal de Oeiras.

terça-feira, 26 de abril de 2011

O Amigo Dedicado na Biblioteca Municipal de Carnaxide

Teolinda Gersão no Café com Letras

Catorze anos depois, Teolinda Gersão regressa ao romance. “A Cidade Ulisses” marca também trinta anos de carreira, carreira essa que se iniciou com o romance “O Silêncio” tendo recebido de imediato o Prémio de Ficção do Pen Club.


Teolinda Gersão nasceu em Coimbra, estudou piano, formou-se em Filologia Germânica, viveu em Berlim e São Paulo, passou por Lourenço-Marques e vive em Lisboa, cidade que diz ser uma das suas paixões. Se Lourenço-Marques é o lugar onde decorre o romance “A Árvore das Palavras” (1997), Lisboa é mais do que um lugar em “A Cidade Ulisses”, quase personagem. Pela primeira vez, a autora usa uma personagem masculina para narrador, Paulo Vaz um artista plástico.

Dia 27 de Abril, a partir das 21h30, vai estar à conversa, na Biblioteca Municipal de Oeiras, com Carlos Vaz Marques e com todos aqueles que com eles quiserem partilhar um serão à volta das letras.

sábado, 23 de abril de 2011

Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor

Dia Mundial do Livro e Direitos de Autor


A 23 de Abril celebra-se o “Dia Mundial do Livro e Direitos de Autor”. Por iniciativa da International Board on Books for Young People (IBBY) e da United Nations Educational, Scientific, and Cultural Organization (UNESCO), estas comemorações difundem mensagens de incentivo à leitura e promovem por todo o mundo múltiplas manifestações de elogio do livro.


Em Portugal, a Direcção Geral do Livro e das Bibliotecas (DGLB) propõe que as Bibliotecas Municipais e as livrarias assinalem estas datas em articulação com o Ano Europeu do Voluntariado. A Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) celebra a “Semana dos Livreiros” e oferece um conjunto de iniciativas culturais de promoção da leitura. Para assinalar esta data, a Associação de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas (APBAD) está a divulgar uma Mensagem aos Leitores da autoria do escritor Francisco José Viegas.


As Bibliotecas Municipais de Oeiras associam-se a estas iniciativas e prolongaram na última semana o prazo de empréstimo de livros para um mês. No Dia do Livro continuam a apelar aos seus leitores que através do facebook partilhem qual o livro que marcou a sua vida… Ao longo dos próximos dias esses livros são expostos e divulgados nas Bibliotecas Municipais.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Retratinho de Paula Rego

Foi no dia 16 de Abril que a Biblioteca de Carnaxide recebeu a Associação Cultural Teatromosca com o espectáculo "Retratinho de Paula Rego".
E foi assim que tudo se passou...






Obrigada ao Teatromosca pelo seu magnífico trabalho!

No próximo mês há mais!

terça-feira, 19 de abril de 2011

Se Não Estudas, Estás Tramado



Eduardo Marçal Grilo é o convidado da quarta sessão de Conversas na Aldeia Global. No seu livro Se Não Estudas, Estás Tramado que dá o título a esta sessão, apresenta um diagnóstico dos problemas da educação em Portugal e as propostas pragmáticas para os resolver: «Não há, na educação, como em todos os outros sectores da actividade humana, uma varinha de condão capaz de resolver os problemas com que nos debatemos ou mesmo de transformar o difícil em fácil. Só com muito trabalho, muita dedicação e muito esforço, em particular por parte de quem tem responsabilidades ao nível do funcionamento das escolas, será possível enfrentar e ultrapassar as questões tão graves que a educação encara e vai continuar a encarar, uma vez que a educação não é um projecto delimitado no tempo, mas antes um processo intemporal em que todos participamos como protagonistas, seja como pais, como professores ou como educadores.»

Eduardo Marçal Grilo é licenciado e doutorado em Engenharia Mecânica pelo Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa. É administrador da Fundação Calouste Gulbenkian e enquanto Ministro da Educação (1995-1999), foi responsável pelo lançamento do programa Rede de Bibliotecas Escolares.

A sessão é já no próximo dia 28 de Abril, pelas 21h30, no Auditório da Biblioteca Municipal de Oeiras e conta com a moderação do jornalista Vasco Trigo.




ver obras de Eduardo Marçal Grilo no catálogo das Bibliotecas Municipais de Oeiras

quinta-feira, 14 de abril de 2011

As nossas sugestões







 
Título: O cavalo de Sol
Autor: Teolinda Gersão



De quem se fala: Teolinda Gersão (Teolinda Maria Sanches de Castilho Gersão Gomes Moreno ) nasceu em Coimbra, a 30 de Janeiro de 1940. Frequentou, em Coimbra, a escola primária e o Liceu Nacional Infanta D. Maria. Frequentou até ao 6º ano o Curso Complementar de Piano do Conservatório. Optou pelo curso de Filologia Germânica, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Igualmente em Coimbra participou em algumas actividades académicas, nomeadamente no Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra (TEUC) e na revista académica Via Latina, na qual fez parte do corpo redactorial. Em 1961, efectuou a matrícula na Philosophische Fakultät da Universidade de Tübingen, viabilizada pela atribuição da bolsa de estudo do DAAD (Deutscher Akademischer Austauschdienst). No ano lectivo de 1962-1963, licenciou-se em Filologia Germânica na Universidade de Coimbra com a dissertação "Hamlet como Figura Trágica". Já em Berlim foi, em 1963-1964, leitora da Editora alemã Paul Herbig, para livros espanhóis, portugueses e sul-americanos. Acompanhando o marido, residiu em São Paulo, Brasil em 1976 e 1977. Teolinda Gersão é membro da Associação Portuguesa de Escritores (APE), da Associação Internacional dos Críticos Literários (AICL), do Pen Club, da Associação Portuguesa de Estudos Germanísticos e da Associação Portuguesa de Literatura Comparada.

O que se diz: Este livro caracteriza-se como tendo uma forte carga erótica; o espaço, o tempo e as relações entre as personagens estão bem definidos e delimitados. O romance está dividido em quatro partes: o «Passo», o «Trote», o «Galope» e o «Salto», que representam quatro ritmos; cada parte do romance é mais curta que a anterior exprimindo assim o acelerar do movimento do cavalo e também da narrativa; o andar do cavalo condiciona a evolução da acção e o desenvolvimento da personagem Vitória, que aprende a viver à medida que aprende a cavalgar. A acção desenvolve-se em torno de Vitória, que exprime a força da Natureza, o instinto, o impulso e Jerónimo que procura refrear os impulsos instintivos de Vitória. A mulher simboliza a imaginação, a criatividade, o desejo de explorar o real e a vontade incessante de desafiar e de viver; o homem, por outro lado, representa a convenção, a rigidez, a repressão e a necessidade de limitar o real.

Está dito: A tal ponto se habituara a olhá-la que não deixava de vê-la mesmo quando, como agora, ela estava ausente, disse Jerónimo acendendo um cigarro e inclinando-se para trás na cadeira. Calculava exactamente o local onde ela seguiria agora – antes de chegar aos castanheiros, e longe ainda do começo da mata . Podia olhá-la, ainda que sem vê-la, daquele local distante. Com os olhos da memória e do espírito, que eram também os olhos fulgurantes do amor.

Publicações Dom Quixote, p. 214










Título: Crime e castigo
Autor: Fiodor Dostoievski


De quem se fala: Fiódor Dostoiévski ( Moscovo, 30.10.1821 - S.Petersburgo, 28.01.1881) foi um dos grandes percursores, como Emily Brontë, da mais moderna forma do romance, exemplificada em Marcel Proust, James Joyce, Virgina Woolf entre outros. Filho de um médico militar, aos 15 anos é enviado para a Escola Militar de Engenharia. de S. Petersburgo. Aí lhe desperta a vocação literária, ao entrar em contacto com outros escritores russos e com a obra de Byron, Vítor Hugo e Shakespeare. Terminado o curso de engenharia, dedica-se a fazer traduções para ganhar a vida e estreia-se em 1846 com o seu primeiro romance, Gente Pobre. Após mais umas tentavivas literárias, foi condenado à morte em 1849, por implicação numa suspeita conjura revolucionária. No entanto, a pena foi-lhe comutada para trabalhos forçados na Sibéria. Durante os seus anos de degredo teve uma vida interior de carácter místico, por ter sido forçado a conviver com a dura realidade russa, o que também o levou a familiarizar-se com as profundezas insuspeitas da alma do povo russo. Amnistiado em 1855, reassumiu a actividade literária e em 1866, com Crime e Castigo, marca a ruptura com os liberais e radicais a que tinha sido conotado. As obras de Dostoiévski atingem um relevo máximo pela análise psicológica, sobretudo das condições mórbidas, e pela completa identificação imaginativa do autor com as degradadas personagens a que deu vida, não tendo, por esse prisma, rival na literatura mundial. A exactidão e valor científico dos seus retratos é atestada pelos grandes criminalistas russos. Neste grande novelista, o desejo de sofrer traz como consequência a busca e a aceitação do castigo e a concepção da pena como redentora por meio da dor.

O que já se fez:


Está dito: Por fim, depois de um dia muito agitado e cheio de visões loucas, de sonhos alegres e de lágrimas, Pulquéira Alexandrovna foi acometida de uma alta temperatura. Morria quinze depois. As palavras que se lhe ouviram durante o delírio deram a perceber aos seus próximos ela sabia muito mais a respeito do filho do que podia supor-se.

Arcádia, p.752

















Título: Orlando
Autor: Virginia Woolf

De quem se fala: Virginia Woolf nasceu em Londres em 1882, tendo crescido num meio frequentado por artistas, escritores e académicos. Em 1915 publicou o seu primeiro romance, A Viagem, e em 1917 fundou com o marido a Hogarth Press, que deu à estampa, entre outras, obras de T. S. Eliot e Katherine Mansfield. A par de uma intensa actividade literária que incluiu ficção, crítica, ensaio e biografia, Virginia Woolf sofreu várias depressões ao longo da vida, que culminaram no seu suicídio em Março de 1941.

O que se já se fez:

"

Está dito: “Imerso por muito tempo em profundos pensamentos sobre o valor da obscuridade e as delícias de se ser uma onda sem nome, que regressa ao vasto corpo do mar; pensando que a obscuridade poupa o espírito às ânsias da inveja e do despeito; faz correr nas veias as águas livres da generosidade e do desprendimento; e permite dar e receber sem agradecimentos nem louvores; como – suponha ele – teriam feito todos os grandes poetas…”

Orlando, 241










Título: O Homem sem qualidades
Autor: Robert Musil

De quem se fala: Robert Musil (Klagenfurt, 6 de novembro de 1880 — Genebra, 15 de abril de 1942) foi um escritor austríaco, um dos mais importantes romancistas modernos.Ao lado de Franz Kafka, Marcel Proust e James Joyce forma o grupo dos grandes prosadores do século XX. Da sua obra destaca-se o monumental O Homem sem Qualidades, um anti-romance ou um não-romance que é acima de tudo uma grande reflexão sobre a época de Musil.

O que se diz: Esta é uma obra singular e única no panorama da ficção do século XX. Mais do que um romance, O Homem sem Qualidades é o maior projecto romanesco, deliberada e quase necessariamente inconcluso e inconclusivo, da literatura do século passado. Um rio sem limites nem margens, que não desagua em nenhum mar conhecido, objecto inclassificável, para lá do "literário" e da ficção.No momento da morte inesperada de Musil em 15 de Abril de 1942, no exílio de Genebra, O Homem sem Qualidades é verdadeiramente o "livro por vir", aquele cuja essência - no seu protagonista acentrado, no processo da sua génese, no cerne do seu pensamento - é a de um laboratório de possibilidades que o transformarão na obra aberta por excelência e na "tarefa criadora [mais] desmedida" da história da literatura moderna. O Homem sem Qualidades será, durante mais de duas décadas, a obra em processo de criação e transformação que se autonomiza e se impõe de forma obsessiva e implacável ao próprio criador, aprendiz de feiticeiro que a controla cada vez menos à medida que ela se vai transformando numa rede rizomática de possibilidades de crescimento e de perspectivas de finalização sempre adiada, que parece querer reflectir o próprio feixe aleatório de possibilidades que é aquilo a que chamamos "realidade". Se a ironia é neste livro, como diz Blanchot, "um dom poético e um princípio de método" que modula, não apenas a palavra mas também a própria composição romanesca, na oposição contrapontística permanente e irresolvida entre "a exactidão e a alma", a reflexão e os sentimentos, o indivíduo em busca de si e o mundo dos factos (nas vésperas da Primeira Grande Guerra), essa mesma ironia haveria de determinar todo o acidentado e contraditório processo de génese e de publicação deste objecto literário esquivo que, ao contrario do que frequentemente se tem dito, será mais um não-romance do que um anti-romance.

Está dito: Walter e ele tinham sido jovens naquele período hoje esquecido que seguiu de perto a última mudança de século, quando muita gente imaginava que também o século era jovem. Aquele que acabavam de enterrar não fora particularmente brilhante na sua segunda metade. Mostrara-se hábil no domínio da técnica, do comércio e da investigação, mas fora desses fulcros de energia, fora calmo e mentiroso como as águas mortas.

Livros do Brasil, 493








Título: O Vicê-Consul
Autor: Marguerite Duas

 
De quem se fala: Nasceu em 1914, na Indochina, onde passou a infância e a adolescência, ficando profundamente marcada pela paisagem e pela vida da antiga colónia francesa. Aos dezoito anos foi para Pais, onde estudou Direito e Matemática. Durante a guerra tomou parte na Resistência e publicou os seus primeiros livros, Os Insolentes (1943) e Vida Tranquila (1944). Militou contra a guerra da Argélia e, paralelamente, publicou as suas primeiras peças teatrais. A partir de 1959 começou a escrever também argumentos para cinema, dos quais, Hiroshima Meu Amor, é sem dúvida o mais conhecido.

O que se diz:
“Ela caminha, escreve Peter Morgan”.
Assim começa O Vice-Cônsul: com a inserção, no corpo desta história, de uma outra história – a da mendiga – que, através de uma aparente diferença e autonomia, esconde a função especular que as une.
Na longa marcha que empreende entre Battambang – terra natal – e Calcutá – onde fica – a mendiga perde progressivamente toda a memória e identidade, tornando-se vacuidade pura, uma morta viva: “a morte numa vida em curso”.
E de todo o seu passado perdido, esquecido, resta-lhe uma palavra – Battambang – e a melodia infantil que ela canta.
Do mesmo modo na história que lhe serve de moldura Anne-Marie Stretter e o vice-cônsul de Lahore, executando percursos similares ao da mendiga, sofrem igualmente ao longo deles uma mesma perda de memória e de identidade.
E, tal como a mendiga, do seu passado perdido, o vice-cônsul guardará apenas uma melodia que assobia: Indiana’s Song: e Anne-Marie Stretter a sua música de Veneza – terra natal -, que faz ouvir ao piano nas noites de Calcutá.

Está dito: Não há nada a fazer. A criança não bebe. O leite desliza sobre a criança, mas não entra. O que resta de vida não serve senão para recusar continuar a viver. Mudança. A senhora pousa a garrafa e olha atentamente a criança que dorme. Os meninos brancos continuam a esperar e a calar-se; são agora três a ficar com ela.

Difel, p.209











quarta-feira, 13 de abril de 2011

Sessões de Abril do Grupo de Leitores da Biblioteca Municipal de Carnaxide

Grupo de Leitores da Biblioteca Municipal de Carnaxide – Sessões de Abril

Livro abordado Kafka à Beira-mar, de Haruki Murakami

Com uma escrita repleta de talento relata-nos o destino de duas estranhas personagens que percorrem a ficção (ou a realidade) paralelamente, mas também acompanhadas de outros personagens que se revelam enigmáticas, e provocadoras de uma tempestade de ideias e suposições, pontuada ao longo do romance por uma escrita até mesmo poética, “Por vezes o destino é como uma pequena tempestade de areia que não pára de mudar de direcção. Tu mudas de rumo, mas a tempestade de areia vai atrás de ti. Voltas a mudar de direcção, mas a tempestade persegue-te, seguindo no teu encalço. Isto acontece uma vez e outra e outra, como uma espécie de dança maldita com a morte ao amanhecer. Porquê? Porque esta tempestade não é uma coisa que tenha surgido do nada, sem nada que ver contigo. Esta tempestade és tu. Algo que está dentro de ti. Por isso, só te resta deixares-te levar, mergulhar na tempestade, fechando os olhos e tapando os ouvidos para não deixar entrar a areia e, passo a passo, atravessá-la de uma ponta a outra. Aqui não há lugar para o sol nem para a lua; a orientação e a noção de tempo são coisas que não fazem sentido. Existe apenas areia branca e fina, como ossos pulverizados, a rodopiar em direcção ao céu. É uma tempestade de areia assim que deves imaginar. (...) E não há maneira de escapar à violência da tempestade, a essa tempestade metafísica, simbólica. Não te iludas: por mais metafísica e simbólica que seja, rasgar-te-á a carne como mil navalhas de barba. O sangue de muita gente correrá, e o teu juntamente com ele. Um sangue vermelho, quente. Ficarás com as mãos cheias de sangue, do teu sangue e do sangue dos outros. E quando a tempestade tiver passado, mal te lembrarás de ter conseguido atravessá-la, de ter conseguido sobreviver. Nem sequer terás a certeza de a tormenta ter realmente chegado ao fim. Mas uma coisa é certa. Quando saíres da tempestade já não serás a mesma pessoa. Só assim as tempestades fazem sentido.”


Em Maio o Grupo regressa com O remorso de baltazar serapião, de valter hugo mãe, que José Saramago apelidou de “tsunami, não no sentido destrutivo, mas da força.”

Autor do mês - Teolinda Gersão

Teolinda Gersão nasceu em Coimbra,estudou Germanística e Anglística nas Universidades de Coimbra,Tuebingen e Berlim,foi Leitora de Português na Universidade Técnica de Berlim, docente na Faculdade de Letras de Lisboa e posteriormente professora catedrática da Universidade Nova de Lisboa,onde ensinou Literatura Alemã e Literatura Comparada até 1995.A partir dessa data passou a dedicar-se exclusivamente à literatura.


Além da permanência de três anos na Alemanha viveu dois anos em São Paulo,Brasil, (reflexos dessa estada surgem em alguns textos de Os Guarda-Chuvas Cintilantes,1984), e conheceu Moçambique, cuja capital, então Lourenço Marques,é o lugar onde decorre o romance de 1997 A Árvore das Palavras.

Escritora residente na Universidade de Berkeley em Fevereiro e Março de 2004
 
 
BREVE COMENTÁRIO SOBRE A OBRA


Os seus livros retratam aspectos da sociedade contemporânea,mesmo quando a acção é transposta para uma época diferente. A problemática das relações humanas,a dificuldade de comunicar, o amor e a morte,opressão e liberdade,identidade,resistência, criatividade,são alguns dos temas focados.Outro aspecto central é a atenção dada ao tempo : quer se trate do tratamento do tempo na própria estrutura narrativa,quer seja o tempo histórico em que a acção decorre : a ditadura de Salazar em Paisagem com Mulher e Mar ao Fundo, os anos vinte em O Cavalo de Sol,o século XIX em A Casa da Cabeça de Cavalo, os anos cinquenta e sessenta em Lourenço Marques em A Árvore das Palavras. Os factos históricos são todavia encarados numa perspectiva que transcende a sua época e os situa em ligação com a actualidade.

Para mais informação consulte aqui.

Teolinda Gersão vais estar à conversa com Carlos Vaz Marques em mais um Café com Letras, desta vez terá lugar na Biblioteca Municipal de Oeiras pelas 21:30, no dia 27 de Abril.

Continuação do Pijama às letras na Biblioteca de Algés

E mais uma vez a magia aconteceu na Biblioteca de Algés...

As famílias a prepararem-se para a última surpresa











Um momento muito especial com o Diogo Martins o nosso convidado surpresa...




Foi uma noite cheia de estrelas, fadas, livros e sorrisos no olhar.



Shhh! Bons Sonhos...

terça-feira, 12 de abril de 2011

Retratinho de Paula Rego - Biblioteca M. de Carnaxide - 16 de Abril, às 16h00

Era uma vez uma menina que gostava muito de pintar, fazer colagens, desenhos... Um dia, foi estudar pintura para Londres e os seus quadros, murais e ilustrações são conhecidos em quase todo o mundo, porque ela desenha com a alegria de uma criança. Gosta de pintar no chão e com as mãos, como quem inventa histórias sobre pessoas e animais... Só não pinta de noite porque também tem medo. Dinamizado pela Associação Cultural Teatromosca. Para crianças dos 6 aos 12 anos, pais, avós, tios e outros amigos... Incrições Prévias [Actividade Gratuita]: 21-097.74.33 ou infantil.bmc@cm-oeiras.pt

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Eduardo Pitta no Café com Letras

A Biblioteca Municipal de Carnaxide recebeu, no passado dia 30 de Março, em mais uma sessão do Café com Letras, Eduardo Pitta.
Numa sessão animada e bem-disposta, tivemos o previlégio de ouvir e falar com o homem, o poeta, o ficcionista, o crítico literário. Todos no discurso directo de Eduardo Pitta, incisivo, clarividente e assertivo.
Falou-nos da sua adolescência e juventude em Moçambique, da poesia que já não escreve desde 1996, do meio literário português, passou em revista alguns nomes da literatura portuguesa e revelou-nos ainda estar a escrever um romance.

Aqui, deixamos nós o testemunho que endereçou aos leitores das Bibliotecas Municipais de Oeiras. Deixamos também o nosso imenso agradecimento pelo agradável serão.

Top das Bibliotecas Municipais de Oeiras

Fique a conhecer quais os livros de ficção mais procurados na Rede de Bibliotecas Municipais de Oeiras em JANEIRO, FEVEREIRO E MARÇO de 2011.

Este TOP tem uma actualização trimestral.


1 José Rodrigues Santos - O Anjo Branco


Sinopse: A vida de José Branco mudou no dia em que entrou naquela aldeia perdida no coração de África e se deparou com o terrível segredo. O médico tinha ido viver na década de 1960 para Moçambique, onde, confrontado com inúmeros problemas sanitários, teve uma ideia revolucionária: criar o Serviço Médico Aéreo. No seu pequeno avião, José cruza diariamente um vasto território para levar ajuda aos recantos mais longínquos da província. O seu trabalho depressa atrai as atenções e o médico que chega do céu vestido de branco transforma-se numa lenda no mato. Chamam-lhe o Anjo Branco.



2 Elizabeth Gilbert - Comer, Orar, Amar

Sinopse: Quando fez 30 anos, Elizabeth Gilbert tinha tudo o que uma mulher americana formada e ambiciosa podia querer: um marido, uma casa, uma carreira de sucesso. Mas em vez de estar feliz e realizada, sentia-se confusa e assustada. Depois de um divórcio infernal e de uma história de amor fulminante acabada em desgraça, Gilbert tomou uma decisão: abdicar de tudo, despedir-se do emprego e passar um ano a viajar sozinha. "Comer na Itália, Orar na Índia e Amar na Indonésia" é uma micro-autobiografia desse ano.


3 Isabel Stilwell - D. Amélia Rainha exilada que deixou o coração em Portugal


Sinopse: Uma rainha não foge, não vira costas ao seu destino, ao seu país. D. Amélia de Orleães e Bragança era uma mulher marcada pela tragédia quando embarcou, em Outubro de 1910, na Ericeira rumo ao exílio. Essa palavra maldita que tinha marcado a sua família e a sua infância. O povo acolheu-a com vivas, anos antes, quando chegou a Lisboa. Admirou a sua beleza, comentou como era alta e ficou encantado com o casamento de amor a que assistiu na Igreja de São Domingos. A princesa sentia-se uma mulher feliz. Mas cedo começou a sentir o peso da tragédia. O povo que a aclamou agora criticava os seus gestos, mesmo quando eram em prol dos mais desfavorecidos. O marido, aos poucos, afastava-se do seu coração, descobriu-lhe traições e fraquezas e nem o amor dos seus dois filhos conseguiu mitigar a dor. Nos dias mais tristes passava os dedos pelo colar de pérolas que D. Carlos lhe oferecera, 671 pérolas, cada uma símbolo dos momentos felizes que teimava em não esquecer.


4 Robert Jordan - A grande caçada


Sinopse: Rand continua a negar que seja o dragão renascido, mas o corno de valere é roubado e com ele a adaga que está ligada a Mat. Com a certeza que sem a adaga a cura de Mat é impossÍvel e este morre, Rand junta-se à perseguição para encontrar o corno e salvar o amigo. A Grande Caçada é o 2º livro da triologia "A Roda do Tempo" e faz jus ao mundo fantástico que Tolkien começou. Robert Jordan conseguiu criar fantásticas personagens não fugindo ao estilo de Tolkien, mas reinventando-o e este livro em que cada capítulo é um hino à escrita fantástica não tem paragens monotonas nem falta de acção, pois o autor consegue manter o leitor sempre à espera do que irá acontecer a seguir.


5 Paul Young - A Cabana


Sinopse: E se Deus marcasse um encontro consigo? As férias de Mackenzie Allen Philip com a família na floresta do estado de Oregon tornaram-se num pesadelo. Missy, a filha mais nova, foi raptada e, de acordo com as provas encontradas numa cabana abandonada, brutalmente assassinada. Quatro anos mais tarde, Mack, mergulhado numa depressão da qual nunca recuperou, recebe um bilhete, aparentemente escrito por Deus, convidando-o a voltar à malograda cabana. Ainda que confuso, Mack decide regressar à montanha e reviver todo aquele pesadelo. O que ele vai encontrar naquela cabana mudará o seu mundo para sempre.


quarta-feira, 6 de abril de 2011

Romance do 25 de Abril na Biblioteca Municipal de Algés


No próximo dia 9 de Abril, às 16h00, vai decorrer na Biblioteca Municipal de Algés a leitura encenada do livro “Romance do 25 de Abril”, de João Pedro Mésseder, realizada pelo actor João Patrício, com projecção das imagens ilustradas e elementos cénicos, como um gira discos, por onde passam canções alusivas ao 25 de Abril.


Para famílias com crianças entre os 6 e 10 anos.

Informações e inscrições: Biblioteca Municipal de Algés Tel: 210977480/1 E-mail: infantil.bma@cm-oeiras.pt

terça-feira, 5 de abril de 2011

Grupos de Leitores das Bibliotecas Municipais de Oeiras

Nos dias 5 e 12 de Abril os Grupos de Leitores voltam às Bibliotecas Municipais de Oeiras para retomarem os seus encontros e conversarem sobre livros, autores, personagens, histórias, sensações, leituras e a vida. Este mês estamos a ler:


Biblioteca Municipal de Algés


Pedro Almeida Vieira - Nove Mil Passos













Biblioteca Municipal de Carnaxide


Haruki Murakami - Kafka à beira-mar










Biblioteca Municipal de Oeiras


Francisco José Viegas - Longe de Manaus

sábado, 2 de abril de 2011

Pijama às Letras na Biblioteca de Carnaxide

Voltámos para vos mostrar como foi afinal

o Teatro, a Festa de Parabéns e o Serão de Contos do nosso Pijama às Letras:



Teatro "As Cozinheiras de Livros" pelo Valdevinos - Teatro de Marionetas



A Festa de Comemoração do Aniversário de Hans Christian Andersen



O Serão de Contos



Para o ano cá vos esperamos para mais um Pijama às Letras!