quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Livros Proibidos - Ciclo de Conversas. Novas Cartas Portuguesas, de Maria Teresa Horta, Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa. dia 4 de Outubro, quarta





No próximo dia 4 de Outubro, quarta, terá lugar a 5ª sessão do projeto Livros Proibidos, este ano, dedicado ao tema Corpo e Identidades. Será objeto de análise a obra Novas Cartas Portuguesas, de Maria Teresa Horta, Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa. Um texto incontornável dentro do tema definido, desde o início do ano, para este ciclo e que revisita conceitos como igualdade de género, feminino, paridade, tão atuais nos dias que correm. O texto que nos ocupará nesta sessão é uma obra escrita a partir de um conjunto de cartas redigidas por uma freira portuguesa, enclausurada no convento de Beja, no século XVII, a um oficial francês. O impacto que estas cartas tiveram no século XVII continuou a fazer-se sentir ao longo dos séculos que se seguiram à primeira publicação. Sujeitas a constantes traduções e reedições em várias línguas, as cartas de Mariana seriam, trezentos anos depois, em 1969, publicadas em edição bilingue pela Assírio & Alvim, com o título Cartas Portuguesas, e em tradução de Eugénio de Andrade. Foi essa a edição utlizada por Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa, como texto matricial justamente pelo peso simbólico de que se revestia a figura de Mariana e pela imagem feminina que delas emergia: o estereótipo da mulher abandonada, suplicante e submissa, alternando entre a adoração e o ódio, e praticando um discurso de paixão avassaladora por aquele (o cavaleiro) que se apaixonara também, mas partira depois, para não mais regressar. É esta relação de amor e devoção, de subserviência e autovitimização que as três autoras, três séculos depois, aproveitando-lhe os contornos mais gerais, vão desmontar e remontar, estilhaçando fronteiras e limites, quer das temáticas, quer da própria linguagem.
Obra proibida pela censura e julgada em tribunal por imoralidade em 1972. Para as autoras as questões da sexualidade, do erotismo, do direito das mulheres ao prazer, à contraceção e ao aborto, da negação da violência, tinham de romper as barreiras do privado.
Com Maria Teresa Horta, escritora conhecida do grande público e uma das autoras deste livro paradigmático e que se tornou num símbolo de luta feminina. A moderação é de Nicolau Santos.


PRÓXIMAS SESSÕES
Dia 15 de Novembro, quarta, às 21H30
A Casa dos Espíritos, de Isabel Allende

Com a atriz Maria João Luís
Moderadora
Maria Flor Pedroso
Auditório da Biblioteca Municipal de Oeiras

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Avançar com a Igualdade de Género, com Marisa Matias

No mês de outubro, quinta-feira 19, pelas 21h30, a eurodeputada Marisa Matias virá à Biblioteca Municipal de Oeiras debater a importância da igualdade de género em todos os domínios da sociedade, político, económico, laboral, pessoal e familiar. Este é um tempo de novos desafios quanto aos direitos e liberdades para a igualdade de oportunidades de participação, reconhecimento e valorização de mulheres e homens.
Nos dias de hoje, em virtude da persistência de desigualdades nas relações de género, afigura-se como fundamental acabar com a discriminação de género através de uma intervenção integrada nas várias esferas da sociedade, com vista à promoção de uma plena Igualdade de Oportunidades entre Homens e Mulheres.
Cada vez mais se observam transformações profundas no “modelo familiar”, tradicionalmente assente numa construção social de papéis de género em função do sexo, conduzindo a uma conceção do masculino e do feminino diferenciada e hierarquizada em termos de importância.
Marisa Matias é investigadora do Centro de Estudos Sociais e doutorada pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. Publicou vários artigos científicos, capítulos de livros e outras publicações, nacionais e internacionais, sobre relações entre ambiente e saúde pública, ciência e conhecimentos e democracia e cidadania. Colaborou enquanto formadora/professora em vários cursos de formação e programas de pós-graduação. Realizou investigação científica nas áreas da saúde ambiental, sociologia da ciência, sociologia da saúde e sociologia política. Em 2016 foi candidata às eleições presidenciais portuguesas, tendo ficado em 3º lugar e tornando-se a mulher mais votada de sempre em eleições presidenciais em Portugal. 
Atualmente é deputada no Parlamento Europeu, eleita em 2009, onde integra as Comissões de Indústria, investigação e energia (ITRE) e Economia a assuntos financeiros (ECON). É também Vice-Presidente da Delegação para as relações com os países do Maxereque. Entre 2009 e 2012 foi membro da Comissão de Ambiente, Saúde Pública e Segurança Alimentar (ENVI)A moderação é de Vasco Trigo.
Contamos consigo!

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Exposição de Ilustração de João Concha, na Biblioteca Municipal de Algés




quinta-feira, 21 de setembro de 2017

As nossas sugestões...azul

As nossas sugestões: leia um livro cuja capa seja azul
A professora Mann é uma mulher de trinta e tal anos que vive sozinha com os seus dois filhos, ensina Geografia num liceu nocturno e está divorciada de um homem que vive num país turbulento - Israel. Mais dos que sentir ou pensar, prefere observar o mundo na qualidade de testemunha, fragmentando-o em detalhes de maneira incisiva, implacáve, muitas vezes mordaz. Viajante impenitente - como o fora anos antes, de mochila às costas, percorrendo o mundo sozinha, vivendo a espontaneidade, o exotismo, deitando-se com desconhecidos-, escreve a sua passagem pela vida «como se tudo se tratasse  de uma longa viagem que há que registar» repleta de aventuras, juventude, amor e sexo, acidentes e atentados. O passado e o presente, e o mundo exterior e o interior, interagem e dão lugar a uma grande imprevibilidade. A passageira é um romance diferente e cativante. Num registo coloquial, a autora mostra uma realidade em que o quotidiano é permanentemente comovido pelo insólito, pela diferença, levando-nos por caminhos pouco trilhados, no termo dos quais há sempre uma reviravolta que surpreende o leitor, confundindo-o e sugerindo um novo rumo para a imaginação.
O enredo da bolsa e da vida, o mais recente romance de Eduardo Mendoza, protagonizado pelo célebre detetive louco d’O mistério da cripta assombrada e O labirinto das azeitonas, é uma sátira genial sobre a Europa contemporânea. O detetive sem nome regressa à ação em tempos de crise e, ajudado por uma trupe improvável, que inclui uma acordeonista de rua, um africano albino e um vigarista, entre outros, é chamado a impedir um ataque terrorista envolvendo Angela Merkel.
Um livro muito bem escrito sobre três figuras importantes: Kafka, Pessoa e Borges. Que linhas unem um imigrante que lava vidros num dos primeiros arranha-céus de Nova Iorque a um rapaz misantropo que chega a Lisboa num navio e a uma criança que inventa coisas que depois acontecem? Muitas. Entre elas, as linhas que atravessam os livros. Em 1910, a passagem de dois cometas pela Terra semeou uma onda de pânico. Em todo o mundo, pessoas enlouqueceram, suicidaram-se, crucificaram-se, ou simplesmente aguardaram, caladas e vencidas, aquilo que acreditavam ser o fim do mundo. Nos dias em que o céu pegou fogo, estavam vivos os protagonistas deste romance – três homens demasiado sensíveis e inteligentes para poderem viver uma vida normal, com mais dentro de si do que podiam carregar. Apesar de separados por milhares de quilómetros, as suas vidas revelam curiosas afinidades e estão marcadas, de forma decisiva, pelo ambiente em que cresceram e pelos lugares, nem sempre reais, onde se fizeram homens. Mas, enquanto os seus contemporâneos se deixaram atravessar pela visão trágica dos cometas, estes foram tocados pelo génio e condenados, por isso, a transformar o mundo. Cem anos depois, ainda não esquecemos nenhum deles. Escrito numa linguagem bela e poderosa, que é a melhor homenagem que se pode fazer à literatura, "No Meu Peito não Cabem Pássaros" é um romance de estreia invulgar e fulgurante sobre as circunstâncias, quase sempre dramáticas, que influenciam o nascimento de um autor e a construção das suas personagens.

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Exposição de Ilustração de Pedro Benvindo, na Biblioteca Municipal de Carnaxide

No passado sábado, decorreu na Sala Infantil da Biblioteca Municipal de Carnaxide, a inauguração da exposição de ilustração "10 Histórias para adormecer sem medos nem birras", que contou com a presença do ilustrador Pedro Benvindo e da autora Filipa Sommerfeldt Fernandes.











segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Aconteceu neste Verão - Curso Ler, Ouvir e Contar


Nos passados dias 10 a 15 de julho de 2017 foi promovido na Biblioteca Municipal de Algés - Galeria Municipal do Palácio Ribamar de Algés mais um Curso de Verão intitulado Ler, Ouvir e Contar.
Neste curso pretendeu-se explorar todo o processo da narração oral, desde a seleção de textos, de livros e objetos narrativos à criatividade vocal, gestual e corporal, bem como o processo de comunicar uma história para captar a atenção de um público em vários contextos.
O curso contou com a colaboração de 5 formadores convidados, Inês Blanc (Minutos de Leitura), Conceição Garcia (Escrever Escrever), Telma Pereira, Elsa Serra (Escrever Escrever) e Paulo Patraquim (Bica Teatro) que ministraram 6 módulos: Contar com Tapetes Narrativos; Técnicas de Storytelling; Contadores de Sons; Contar Histórias Com Livros; Contar Histórias Sem Livros; e Contos Contigo.
O curso envolveu 40 participantes (cerca de 20 por módulo) que manifestaram a sua elevada satisfação com os módulos do curso e mostraram especial interesse nos objetos narrativos apresentados (tapetes e instrumentos musicais).
Apresentamos 2 momentos do curso do verão:
Contar com Tapetes Narrativos com Inês Blanc
 Contadores de Sons com Telma Pereira
 
 

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

'10 HISTÓRIAS PARA ADORMECER' - INAUGURAÇÃO DA EXPOSIÇÃO DE ILUSTRAÇÃO DE PEDRO BENVINDO - DIA 16 - 16H - BIBLIOTECA MUNICIPAL DE CARNAXIDE



quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Exposição - Os Objetivos Globais: Para um Desenvolvimento Sustentável

A Câmara Municipal de Oeiras, através das suas Bibliotecas Municipais, recebeu a 1 de setembro, a exposição Os Objetivos Globais: Para um Desenvolvimento Sustentável.
A complementar o 12º ciclo de “Conversas na Aldeia Global” dedicado ao “Futuro Sustentável”, a exposição visa dar a conhecer os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) definidos em 2015 como parte da agenda global para o Desenvolvimento até 2030. Realizada no âmbito do projeto Redes para o Desenvolvimento: Educação Global para uma Cooperação mais eficiente, tem a finalidade de encorajar ações de Educação para o Desenvolvimento a nível dos municípios e das associações municipais, apoiando processos de diálogo construtivos e ativos nas suas comunidades e promovendo a concretização de compromissos de Desenvolvimento internacional.
Conta com o cofinanciamento da União Europeia e do Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, I.P., sendo implementado na Alemanha, Espanha e Holanda. Em Portugal é Implementado em parceria entre o Instituto Marquês de Valle Flôr e os municípios de Loures, Seixal, Alfândega da Fé, Amadora, Cascais, Faro, Grândola, Maia, Marinha Grande, Matosinhos, Miranda do Corvo, Moita, Odivelas, Oeiras, Ourém, Palmela, Setúbal e Vila Nova de Poiares.

Os objetivos de desenvolvimento sustentável correspondem a uma agenda mundial com 17 objetivos e 169 metas, com o propósito de criar um novo modelo global para acabar com a pobreza, promover a prosperidade e o bem-estar de todos, proteger o ambiente e combater as alterações climáticas. Propõem-se, ainda, sensibilizar vários públicos sobre os tópicos específicos relacionados com os processos globais e sustentáveis, bem como a importância das geminações, numa perspetiva “glocal”, salientadas as suas interdependências.


Conheça os próximos locais onde a exposição vai estar patente.

01 A 27 DE SETEMBRO. Horário de funcionamento
Biblioteca Municipal de Oeiras - 1º piso
Público alvo: Jovens e adultos. Entrada livre.                    

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Desafio Literário Setembro

Este mês desafiamo-lo a ler um livro que se possa ler num só dia ou um livro com mais de 500 páginas:
Uma corveta inglesa parte para terras de Espanha. O objetivo em tempo de guerra peninsular, é concluir uma missão secreta nas Astúrias. A bordo vai o jovem oficial Edgar Burne que faz amizade com o marinheiro Cuba Tom. Cabe aos dois a missão de penetrar por terras de Espanha, numa região montanhosa, e contactar um líder rebelde local. Mas o acaso separa-os e Burne vai ter a uma estranha estalagem. Lá dentro encontram-se duas velhas de rostos medonhos e uma bela jovem morena. Convidam.no a pernoitar. Mas Burne não consegue pregar olho, e ainda mais, parece-lhe ouvir a voz de Cuba Tom, além-túmulo, que lhe diz: "Abra bem os olhos".
Charles John Huffam Dickens, nascido em Portsmouth em 1812, é o mais popular romancista inglês da era vitoriana e um dos mais populares de sempre. Começando a trabalhar aos doze anos, as difíceis e muitas vezes cruéis condições de trabalho que encontrou deixariam uma marca indelével. Apenas interrompida pela sua morte em 1870, a sua produção literária teria sempre como tema central a miséria das classes trabalhadoras e a necessidade de reformas sociais.
Considerada uma das obras mais conhecidas de Henry James, o autor criou uma das suas mais encantadoras heroínas - honesta, moderna, liberal, coquete - e posiciona-a numa sociedade que a contempla com horror.
«Daisy Miller» representa a terna América que é destroçada pelo severo julgamento da aristocracia europeia. Winterbourne, o protagonista masculino é, por outro lado, uma outra face da América, dessa América que ainda não se libertou, que destrói os seus melhores filhos em nome de um puritanismo feroz. Mas qualquer coisa fica desse confronto, qualquer coisa que esbate os antagonismos e que ao mesmo tempo se universaliza porque todas as jovens, todas as mulheres, e até homens, são, afinal, Daisy.

O amor turbulento de Oliveira e da «Maga», os amigos do Clube da Serpente, as caminhadas por Paris em busca do Céu e do Inferno, têm o seu outro lado na aventura simétrica de Oliveira, Talita e Traveler, numa Buenos Aires refém da memória. A publicação de «O jogo do mundo» (Rayuela) em 1963 foi uma verdadeira revolução no romance mundial: pela primeira vez, um escritor levava até às últimas consequências a vontade de transgredir a ordem tradicional de uma história e a linguagem usada para a contar. O resultado é este livro único, cheio de humor, de risco e de uma originalidade sem precedentes. Considerado o romance que melhor retrata as inquietudes e melhor resume o Século XX na visão latino-americana do mundo, desde a sua publicação, gerações de escritores são, de uma maneira ou de outra, devedoras de «O jogo do mundo».
Inglaterra, década de 1520. Henrique VIII está no trono, mas não tem herdeiros. O cardeal Wolsey é o conselheiro do rei encarregue de obter o divórcio que o papa recusa conceder. Neste ambiente de desconfiança e necessidade aparece Thomas Cromwell, primeiro como secretário de Wolsey, e depois como seu sucessor. Cromwell é um homem muito original: filho de um ferreiro bruto, é um génio da política, um subornador, um galanteador, um arrivista, um homem com uma habilidade incrível para manipular pessoas e aproveitar ocasiões. Implacável na procura dos seus próprios interesses, Cromwell é tão ambicioso nos seus objectivos políticos como nos seus objectivos pessoais. O seu plano de reformas é implementado perante um parlamento que apenas zela pelos seus interesses e um rei que flutua entre paixões românticas e fúrias brutais. De uma das melhores escritoras contemporâneas, Wolf Hall explora a intersecção de psicologia individual com objectivos políticos. Com uma grande variedade de personagens e uma rica sucessão de incidentes, recua na história para nos mostrar a Inglaterra dos Tudor como uma sociedade em formação, que se molda a si própria com grande paixão, sofrimento e coragem.

2666
O que liga quatro germanistas europeus (unidos pela paixão física e pela paixão intelectual pela obra de Benno von Archimboldi) ao repórter afro-americano Oscar Fate, que viaja até ao México para fazer a cobertura de um combate de boxe? O que liga este último a Amalfitano, um professor de filosofia, melancólico e meio louco, que se instala com a filha, Rosa, na cidade fronteiriça de Santa Teresa? O que liga o forasteiro chileno à série de homicídios de contornos macabros que vitimam centenas de mulheres no deserto de Sonora? E o que liga Benno von Archimboldi, o secreto e misterioso escritor alemão do pós-guerra, a essas mulheres barbaramente violadas e assassinadas? 2666. Para se ler sem rede, como num sonho em que percorremos um caminho que nos poderá levar a todos os lugares possíveis.