quinta-feira, 18 de outubro de 2007

E se a Internet Acabasse...?


As "Conversas na Aldeia Global" iniciaram no passado sábado o seu primeiro ciclo dedicado à importância da Internet no quotidiano e à forma como esta ferramenta tecnológica tem vindo a modificar o modo como comunicamos. Se não teve oportunidade de estar presente na sessão com o Prof. Carlos Zorrinho sugerimos-lhe a audição do registo integral já disponível no repositório de Podcasts da Biblioteca Municipal de Oeiras.
A sessão teve início com um breve enquadramento em redor da evolução da Internet. Em jeito de introdução, Vasco Matos Trigo refere-se a algumas das actividades desenvolvidas com base na web, dando exemplos dos primeiros serviços on-line e dos vários recursos de informação acessíveis em ambientes digitais. A intercalar esta introdução foram exibidos os testemunhos recolhidos junto dos leitores das Bibliotecas Municipais de Oeiras sobre questões como "A Internet faz parte da sua vida?" "O que entende por Web 2.0?" e do tema central da conversa "E se a Internet acabasse…?". Neste contexto, foram dados a conhecer os resultados da sondagem efectuada no Blog Oeiras a Ler sobre o mesmo assunto.
O convidado Carlos Zorrinho começou por realçar a importância de manter estas tertúlias presenciais, mesmo que dedicadas aos temas mais virtuais que possam existir. Na sua opinião, a possibilidade de conversar olhos nos olhos torna-se, sem dúvida, mais memorável e marcante comparativamente a qualquer outra forma de comunicação em rede. Assumiu-se como um "utilizador não sofisticado" da Internet, e à pergunta "E se amanhã a Internet acabasse...?", associou uma outra questão que contrapõe àquela da seguinte forma: "Será que ainda há Internet...?". Acha que podem persistir dois tipos de resposta, uma que negue a sua existência, invocando sim a mudança para algo diferente e muito mais evoluído tecnologicamente. Ou, por outro lado, outra que, reconhecendo a Internet como veículo transformador da sociedade, a classifica já como uma peça de museu. Foi esse o conceito que a sua geração viu nascer com tanto entusiasmo, o da Internet que iria mudar o mundo e criar uma sociedade mais equitativa, na qual todos teriam acesso à informação, uma maior intervenção e a partir da qual a identidade sairia reforçada. Não obstante todo o deslumbramento tecnológico da altura, a verdade é que, a sociedade não veio a registar mudanças significativas.
A acrescentar a esta abordagem, e com o propósito de agitar e provocar, afirma ainda que "a Internet não é nem a revolução, nem o ópio do povo". Considera que só há um instrumento revolucionário e que esse é, precisamente, "a educação, a nossa cabeça e a capacidade de interpretar significados" e, desse modo, questiona se seremos nós capazes de colocar a Internet ao serviço disso mesmo. Ou seja, ao serviço da educação das pessoas, da sua valorização e aquisição contínua de conhecimentos. Se formos, então a Internet pode ser, a este nível, um instrumento fundamental. Não sendo ela própria revolucionária, mas sim, um meio fundamental à revolução que se impõe e à tão desejada construção da sociedade da informação e do conhecimento.
A etapa final do debate caracterizou-se pela envolvência do público presente num espaço de discussão e imprescindível ao balanço positivo desta enriquecedora tertúlia.
A próxima sessão realizar-se-á no sábado 27 de Outubro, com a participação de Carlos Correia (Universidade Nova de Lisboa/CITI) para mais uma conversa sobre a cultura tecnológica - Top Mais das Tecnologias. Contamos consigo!

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