Golfada de Emoção que Sobe por Nós Acima!
Em tom de apontamento do que me ficou de parte do Café com Letras com Pedro Támen na passada quinta-feira, dia 22 de Março do corrente ano…
Nas palavras do Poeta irremediável que conta - escreve para não morrer - e algo, senão bastante desencantado (com o mundo que não permite sonhar) Pedro Támen diz que a Poesia Lírica de Camões, seu objecto de ensino enquanto professor, (e) em especial o Canto Décimo, nos provoca sempre uma golfada de emoção que sobe por nós acima!...
Para Támen Vertigem é perder o pé, é o mundo que não é exactamente aquilo que vemos… a vertigem do oculto em cada coisa, esse mistério inatingível que o poema capta com oficina, dedos e analogias como imprime num título de um de seus testemunhos. Realista e amante da poesia, pois claro; da arte em geral, da música grandes tangentes a este ‘universo vertiginoso’ – considera.
Entende Portugal – sim – um país em que a criação da poesia se destaca em número e qualidade em relação às outras expressões e/ou áreas artísticas, especialmente em número; não deixando, contudo, para o escritor de ser hilariante a existência de uma Sociedade de poetas portugueses, um género de preguiçosos?!
Ex-activo cine-clubista rende-se actualmente à macaquiação do cinema com o cinema televisivo onde a dimensão e a sala escura estão definitivamente em falta!
Com a bonomia e a contemplação próprias de poeta – este, expressionista do seu quotidiano e das imagens, das vivências que lhe vão ficando - procura com a Tradução, uma prática regular e paixão sua, ‘ler’ e descobrir o escritor estrangeiro (antes) na Língua Portuguesa, i.e. e parafraseando Pedro Támen, tento escrever o livro que o autor que traduzo escreveria se escrevesse em Português.
Como afirma Goethe e aqui sente a pena única na tradução, esta é uma realidade temporal e uma obra de arte não! [obviamente na sua língua original e primeira].
Confessa …nasci sem a bossa da efabulação, (…) só há coisa de quinze dias me levaram a rever o miúdo estendido em cima da cama, que aos 18 anos escreveu as suas primeiras palavras e curiosamente em estrutura de conto!
O autor de que falamos, vê o Romance como forma de contar histórias, entreter, prefere os anglo-saxónicos, apesar de não dominar o Inglês. No género referido aprecia os livros de Paul Auster, Hélia Correia entre outros.
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