Voltaire, as Luzes Francesas e a célebre afirmação "écrasez l'infâme"!, com António Borges Coelho
François Marie Arouet, mais conhecido como Voltaire, nasceu em França e é o autor que se segue no projecto "10 Luzes num Século Ilustrado". Estará em discussão, amanhã, às 21H30, no Auditório da Biblioteca Municipal de Oeiras. Uma das "Lumiéres" sem dúvida única e incontestável, sobretudo, no que diz respeito às suas valências literárias e retóricas como escritor, poeta, ensaísta e dramaturgo. Voltaire era, por isso, e fundamentalmente, um "homem de palavra". Como ele próprio afirma numa das suas cartas de 1767, "escrevo para agir".
É, frequentemente, citado em várias referências bibliográficas e históricas, como Filósofo Iluminista. Todavia, o seu legado nesta matéria, restringe-se, tão somente, ao contributo veiculado na introdução do pensamento de Newton e Locke em França. Na verdade, se Voltaire não se destaca como autor de um pensamento, de um sistema filosófico original e único, afirma-se como entusiasta daquilo a que se poderá chamar uma "filosofia da acção" num século pródigo em mudanças como foi o séc. XVIII. Toda a sua vida constituiu uma espécie de diáspora em prol da divulgação do pensamento filosófico e científico e de cruzada contra toda a superstição e preconceito a favor da tolerância religiosa. Não é por acaso que a sua célebre afirmação "écrasez l'infâme" ficou para a história da cultura como um dos marcos do movimento iluminista.
Voltaire é, na verdade, um homem que vive inteiramente o "espírito do seu tempo"! Utilizando como arma uma detalhada escolha do género literário e através da manipulação do "mercado editorial" da altura, encontrou meios para popularizar e divulgar ideias que, até então, tinham permanecido na obscuridade. Voltaire tem uma escrita versátil e cobre literalmente todos os géneros: desde a poesia épica às odes, passando pelas epístolas, comédias e tragédias.
No entanto, é sobretudo na prosa que se notabiliza, assumindo diferentes formas pelo meio das quais os seus leitores estão mais familiarizados: descrições históricas, sátiras polémicas, panfletos de todos os tipos, diálogos, pequenas ficções ou contos, romances, ensaios e inúmeras cartas que constituem a sua correspondência real e ficcional. O seu modus vivendis, o debate que procura promover para esclarecer os cidadãos é, aliás, um produto do confronto entre antigos e modernos, herança da última metade do séc. XVII, influenciando, incontornavelmente, o seu olhar estético sobre a vida e afirmando-o como um pensador inquieto, um questionador dos dogmas vigentes.
Vai estar à conversa, amanhã, no Auditório da Biblioteca Municipal de Oeiras com António Borges Coelho, Paula Moura Pinheiro e o público leitor!
Apareça!
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