sábado, 3 de maio de 2008

Húmus

Autor: Raúl Brandão



Gostei e não gostei ao mesmo tempo.
Gostei: A obra é um portentoso quadro da "miséria" da alma humana, rasgando implacavelmente o ténue véu que envolve a vivência quotidiana, revelando-a nas suas contradições, medos, puerilidades, infâmias, cobardias e desesperos, cadinho de onde emerge a vida humana ou o húmus que a enforma. Isto, numa escrita rica e poética.
Não gostei: dificuldade de leitura da obra, pela sua ausência de uma linha narrativa (parece ter antes um carácter reflexivo), pela profundidade dolorosa do mergulho que empreende na negrura do ser e das eternas questões que o cercam. Reflecte o vazio da existência sem metas, onde a ausência de Deus, acentua o vazio da morte, único destino humano, o qual, todavia, se procura evitar num patético apego à vida. Mas, onde outros escritores optaram pela farsa ou ironia, Brandão escalpeliza os recônditos da alma humana de uma forma implacável, onde não há um vislumbre de redenção.
Armanda Paula rodrigues, 44 anos

Não consegui continuar porque era demasiado lento a desenvolver. Sou uma consumidora do meu tempo, habituei-me a outro ritmo e, literalmente, não tive paciência para ler tantos capítulos sobre as teias de aranha a engrossar nas paredes...Se produzisse telegramas 'chamados' poemas seria mais interessante pela sumarização. A escrita é brilhante e lamento perder tantas frases geniais que me deram a ler fãs mais dedicados.


Sofia Ferraz, 34 anos, Artesã

Li parcialmente, pois o clima geral de negativismo e pessimismo da obra fez-me desinteressar.Reconheço no entanto que o descritivo do autor é muito forte e válido.Para mim valeram especialmente os «Papéis do Gabiru» que expressam, o espírito válido da obra e merecem toda a atenção.
Francisco Gomes, 73 anos, Reformado da EDP
entrada n.º 0099

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