terça-feira, 4 de dezembro de 2007

RESTAURADORES DA VIDA

Olhar a Poesia habitando o Real - esse Espelho onde todo o Homem pode encontrar o seu Rosto

»»Gostava de ser tão ocioso que escreveria do que surgiria, às vezes, quando me apeteceria, todas as vezes que (isso) acontecesse…
»»Relembro sempre, (uma frase que me ficou guardada/ gravada) "A claridade súbita, ainda a gordura das palavras"… Eugénio de Andrade.
»»Sortilégios, relâmpagos -realidades e palavras que muito aprecio.
»»Tomo os objectos próprios para os pensamentos crescerem – como aconteceu (por exemplo) com a exposição em colaboração com Pedro Kroft, como também com Dança coreografada por João Fiadeiro.
»»A poesia pede gratuidade de ser; como a biblioteca, ou uma, talvez, a nossa - pode ser a ideia do que somos nós.
»»Ser poeta é um acto humano, é como apertar os sapatos, levar os filhos á escola; amassar o pão. É um homem comum. É um Zé ninguém. Uma voz humana que a possibilidade guarda.
Olhar a poesia habitando o real, atravessando o real – habitando aquilo que somos e naquilo que também somos (ou nos ‘faz’)
»»Gosto e levo sempre comigo, pela caminhada fora, um enigma, um mistério, um segredo, um amuleto. Porque há um invisível
»»"O poema sabe mais que o poeta", como dizia Sophia de Mello Breyner – o poema triunfa às interpretações!
»»Escrevemos poemas… pelas coisas não estarem, da ausência - escrevemos; é um exercício de memória.
»»Falta uma pedagogia do silêncio: substituímos com activismo, com coisas e com o prazer das ideias, utopias e sonhos e mais (...); cada vez é preciso consumir mais… e livros: É a expressão de uma Liberdade!...

[a atear continuidade]

JOSÉ TOLENTINO MENDONÇA IN Café com Letras / 2007

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