quarta-feira, 18 de abril de 2007

Poemário - Lenita Costa

«Vamos acabar com a Solidão

Vamos todos meus amigos
Vamos pró centro de dia
Vamos todos conviver
Com amor e alegria.

Mais vale o centro de dia
Que em casa sem companhia
Participamos nos trabalhos de lazer
E podemos todos conviver.

Trabalhos feitos pelas nossas mãos
O que nos dá grande prazer e alegria
Alegra-nos o coração
E combate a solidão.

Ser todos assim fizermos,
A tristeza vamos combater;
Ao contrário, só a nossa solidão
Por companhia iremos ter.

Sem ti solidão que seria
Da minha vida?
Ombro a ombro sempre andámos.

Eu te prometo minha amiga
Que, quando estiver de partida,
Te levarei comigo
Pró resto da minha vida.


A Canção do Mar

Ontem à meia-noite
estava um lindo luar,
quando cheguei à janela,
senti a brisa do mar,
e tive um forte desejo
de ir à beira-mar.

Sentei-me na arei a molhada,
longe de tudo e de todos.
Parecia um paraíso!
Olhando a Lua e o mar
e vendo o reflexo da Lua
batendo nas ondas do mar,
de repente, ouvi um lindo cantar.
Pensava que eram os anjos
e era uma sereia no mar.

Então cantava para mim,
Sozinha à beira-mar:
- Ó mar largo, ó mar largo,
ó mar largo sem ter fundo,
mais vale andar no mar largo
do que andar nas bocas do Mundo.

- Ó mar largo, ó mar largo,
ó mar largo sem ter fundo,
mais vale andar no mar largo
do que andar nas bocas do Mundo.

Olhando a Lua e o mar
vi uma linda sereia,
que parecia ser de cristal,
e então dizia para mim:

- Anda daí, minha amiga,
anda pró fundo do mar,
com peixinhos e corais,
só lá poderás descansar,
só lá poderás ter paz.


Amor de Avó

Os netos são para nós
Uma profunda saudade
Amo tanto os meus netos
E sinto por eles uma profunda saudade.

Gostaria de estar com eles todos os dias
Visto que não é possível
Então eu penso neles
Todos os dias.

Vós sois a coisa mais linda
Que eu tenho na minha vida
Gostaria que fizessem mais
Parte da minha vida.

Vivo sempre tão sozinha
Que morro de solidão
Alegram o coração
Desta avozinha
Que morre de solidão.

Vós sois os meus príncipes
É o príncipe Aragão
E a princesa Ana Rita
E eu sou a avó Rainha.

Mas aqui no meu palácio
Vivo sempre tão sozinha
Será que vale a pena
Eu ser a avó Rainha?»


Lenita Costa

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