terça-feira, 10 de abril de 2007

Poemário - Sandra Roque

SAL

Rola dos meus olhos o sal silencioso da tua ausência.
E são minhas as horas vazias que deviam abraçar-te por noites de incerteza.
Reduzido o horizonte à pele que me contém,
nada além do marasmo, na existência que não é sem o teu riso…

Cessou meu sangue o movimento, por não ter onde ir.

Afogam-me as sombras e já o vento não sabe onde estou.
Nem sabe o arco-íris persistir se negras são todas as cores…
Negro é o tempo que parou aqui.

Agora que me esvaí, nem um mudo esboço de som.
Sal. Apenas e só… sal.


Sandra Roque, Actriz

Sem comentários: