"Senhora de uma escrita intensa e sublime" que "levou a literatura portuguesa a campos nunca antes percorridos".
Maria Gabriela Llansol, escritora portuguesa de ascendência espanhola, nascida em Campo de Ourique, Lisboa, a 24 de Novembro de 1931 e falecida dia 3 de Março aos 76 anos (2008). Licenciou-se em Direito e em Ciências Pedagógicas e em 1965 exilou-se na Bélgica durante 20 anos. Foi na Bélgica que escreveu aquela que é considerada uma das suas mais importantes obras: "O livro das Comunidades", de 1977. Quando regressou a Portugal, nos anos 1980, foi viver para Sintra, onde, por opção, se isolou.
Maria Gabriela Llansol é um caso ímpar na ficção contemporânea, de jorrante, inesperada e original criatividade. A sua forte personalidade e o seu estilo muito próprio afirmaram-se desde 1957, com as narrativas de Os Pregos na Erva, consolidando-se com O Livro das Comunidades, 1978, e com todas as suas obras posteriores, de que salientamos: A Restante Vida, 1978, Um Beijo Dado mais Tarde, 1990, e Lisboaleipzig, 1994 e 1995.
Aliando a subjectividade enunciativa a um forte pendor mítico de implicação lírica, que funda numa visão da vida e do mundo de tipo religioso herético, sensualista e naturalista, a sua ficção caracteriza-se por uma hibridez de registos e de convocação, temporal e espacial de entidades, que no entanto, assume uma coesão que lhe é dada por uma marca discursiva persistente e inconfundível. Entre as distinções recebidas contam-se, por duas vezes, o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritora - em 1990 Um beijo dado mais tarde e em 2006 Amigo e Amiga.
"Senhora de uma escrita intensa e sublime onde estão reflectidas algumas belíssimas imagens da Europa, de Portugal à Bélgica, de Pessoa a Espinosa, de Bach a Holderlin e S. João da Cruz, Maria Gabriela Llansol afirmou-se com uma escrita radicalmente inovadora que levou a literatura portuguesa a campos nunca antes percorridos", sublinha ainda Durão Barroso.
A autora excepcional deixa cerca de trinta obras marcadas por uma escrita inovadora e à margem da literatura, tal como a própria autora escolheu viver, em Portugal e na Bélgica; deixa contos, romances e dezenas de cadernos de diários, tendo ainda traduzido autores como Rilke, Rimbaud, Baudelaire e Paul Éluard. A escritora é "um dos grandes nomes" e "provavelmente a grande prosadora" da literatura portuguesa do século XX, na opinião do poeta, romancista e crítico literário Eduardo Pitta. Ainda a este propósito, Pitta insistiu em que Gabriela Llansol "não era uma romancista no sentido tradicional", "a sua morte é, sem dúvida, uma enormíssima perda", disse ainda.
O espólio literário de Maria Gabriela Llansol, foi doado à Associação de Estudos Llansolianos, criada em 2006 para estudar a obra da escritora. "Estamos a começar a tratar as dezenas de cadernos manuscritos, dos diários que Maria Gabriela escreveu desde os tempos em que viveu na Bélgica", disse à Lusa - João Barrento, que integra a direcção do Espaço Llansol - Associação de Estudos Llansolianos. A associação, de que também fazem parte Hélia Correia, Manuel Gusmão e Maria Etelvina Santos, está a digitalizar e a transcrever esses cadernos, um processo que pode ser acompanhado através do blogue do Espaço Llansol. Os cadernos, que contêm quinze a vinte mil páginas e papéis manuscritos, apresentam textos, desenhos e colagens da autora. "Até hoje, a autora nunca deixou de acompanhar a escrita dos seus mais de trinta livros com a destes cadernos, que, apresentando paralelos e convergências com as obras editadas, vão muito para além delas e constituirão um instrumento fundamental para a investigação e o esclarecimento da Obra desta autora singular da nossa literatura contemporânea", escreveu João Barrento no blogue em dezembro último.Maria Gabriela Llansol é um caso ímpar na ficção contemporânea, de jorrante, inesperada e original criatividade. A sua forte personalidade e o seu estilo muito próprio afirmaram-se desde 1957, com as narrativas de Os Pregos na Erva, consolidando-se com O Livro das Comunidades, 1978, e com todas as suas obras posteriores, de que salientamos: A Restante Vida, 1978, Um Beijo Dado mais Tarde, 1990, e Lisboaleipzig, 1994 e 1995.
Aliando a subjectividade enunciativa a um forte pendor mítico de implicação lírica, que funda numa visão da vida e do mundo de tipo religioso herético, sensualista e naturalista, a sua ficção caracteriza-se por uma hibridez de registos e de convocação, temporal e espacial de entidades, que no entanto, assume uma coesão que lhe é dada por uma marca discursiva persistente e inconfundível. Entre as distinções recebidas contam-se, por duas vezes, o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritora - em 1990 Um beijo dado mais tarde e em 2006 Amigo e Amiga.
"Senhora de uma escrita intensa e sublime onde estão reflectidas algumas belíssimas imagens da Europa, de Portugal à Bélgica, de Pessoa a Espinosa, de Bach a Holderlin e S. João da Cruz, Maria Gabriela Llansol afirmou-se com uma escrita radicalmente inovadora que levou a literatura portuguesa a campos nunca antes percorridos", sublinha ainda Durão Barroso.
A autora excepcional deixa cerca de trinta obras marcadas por uma escrita inovadora e à margem da literatura, tal como a própria autora escolheu viver, em Portugal e na Bélgica; deixa contos, romances e dezenas de cadernos de diários, tendo ainda traduzido autores como Rilke, Rimbaud, Baudelaire e Paul Éluard. A escritora é "um dos grandes nomes" e "provavelmente a grande prosadora" da literatura portuguesa do século XX, na opinião do poeta, romancista e crítico literário Eduardo Pitta. Ainda a este propósito, Pitta insistiu em que Gabriela Llansol "não era uma romancista no sentido tradicional", "a sua morte é, sem dúvida, uma enormíssima perda", disse ainda.
Compilação de textos de:
Espaço M.G LLansol,
Lusa, Notícias Público, Sic,
Correio da Manhã - on-line;
Espaço M.G LLansol,
Lusa, Notícias Público, Sic,
Correio da Manhã - on-line;
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