As Nossas Sugestões - Março 2012
Autor: João Tordo
De quem se fala: Nasceu em Lisboa em 1975 num ambiente artístico. Filho do cantor Fernando Tordo e de Isabel Branco que sempre esteve ligada ao cinema e mais tarde à moda. Andou no Liceu Pedro Nunes e «era o único que não jogava rugby», em vez disso lia, 'vício' que lhe pegou o padrasto depois do divórcio dos pais. Acabado o 12º ano, resolveu ir para Filosofia por ser «uma boa maneira de se pôr a pensar». Entrou na Universidade Nova de Lisboa e sentiu o peso da exigência do curso. Depois do curso ainda trabalhou em Lisboa algum tempo como jornalista freelancer mas sentiu a «necessidade de sair daqui e ir viver outras coisas». Foi o que fez e em 1999 rumou a Londres para fazer um mestrado em Jornalismo. A próxima paragem tinha que ser Nova Iorque - sempre o fascínio das cidades - e os cursos de escrita criativa do City College.
O que se diz: «João Tordo… é, na actual geração, o único a conseguir a escrita sempre debaixo de um clímax de suspense, ou «num labirinto cheio de espelhos e aparições». Ler Anatomia dos Mártires: Um romance polémico, contemporâneo que cruza a crise actual com um ícone da liberdade – Catarina Eufémia.
Está dito: «Foi na Primavera de há três anos, no princípio da crise que abalou este lado do mundo, que visitei a terra onde mataram Catarina Eufémia. Aconteceu por acaso; foi também por acaso que, nessa mesma viagem, ouvi falar pela primeira vez do homem que saltara do topo de um edifício com um manuscrito amarrado ao peito. Naquela altura, estas duas figuras – tão distantes no tempo e na geografia, porém tão próximas naquilo que incompreensivelmente as acabou por unir – diziam me menos do que nada. Começarei por aí».
Dom Quixote, p.1
Autor: Hélia Correia
De quem se fala: Escritora portuguesa, nascida em fevereiro de 1949, licenciada em Filologia Românica e professora de Português do ensino secundário. Apesar do seu gosto pela poesia, é como ficcionista que é reconhecida como uma das revelações da novelística portuguesa da geração de 1980, embora os seus contos, novelas ou romances estejam sempre impregnados do discurso poético.
O que se diz: «O enredo de 'Lillias Fraser' - de solução feliz - desemboca em arrepio finamente arquitectado. Daria um filme de época; e épico. O guião está neste excelente romance». Ernesto Rodrigues, Expresso, Cartaz
Está dito: «Satisfeito com os riscos de exibir uma mulher de olhar perigoso pelas ruas, Jayme deixou cair certas conquistas que vinham a tornar-se insuportáveis. As amantes faziam do seu caso uma tragédia pessoal…»
Público, p. 177
De quem se fala: José Rubem Fonseca nasceu a 11 de Maio de 1925 em Juiz de Fora, no estado brasileiro de Minas Gerais. Formou-se em Direito na Universidade do Rio de Janeiro e entrou para a escola da polícia, tendo desempenhado funções de comissário. Este período da sua vida seria um dos mais inspiradores para a sua obra literária. Saiu em 1958 e trabalhou algum tempo em empresas antes de se dedicar inteiramente à literatura. Grande apaixonado da sétima arte, Rubem Fonseca fez também vários guiões para cinema, alguns dos quais foram premiados. Em 2003, recebeu o Prémio Camões, o mais prestigiado galardão literário para a língua portuguesa.
O que se diz: «O escritor brasileiro Rubem Fonseca é o vencedor do Prémio Literário Casino da Póvoa, atribuído no âmbito da 13ª edição do encontro literário Correntes D'Escritas, com o livro “Bufo & Spallanzani”».
Está dito: «A outra filha Maria do Socorro, rebelde e de comportamento excêntrico, sempre dera muitos desgostos ao pai. Aos sete anos teveuma convulsão de etiologia desconhecida e a mãe insistiu que ela usasse o Cinturão Eléctrico Hércules, do dr. C.A. Standen, de Nova Iorque, que conforme o folheto que acompanhava o aparelho, curava todas as moléstias nervosas, (…)Usar o cinto de nada adiantou até que um médico, o dr. Pinto da Rocha que se intitulava crenoterapeuta, receitou um tratamento com virtuosas águas de Lambary e, depois de um mês naquela estação hidromineral, a menina ficou aparentemente boa. Quando adolescente porém teve uma recaída…».
Campo das Letras p.175
Autor: Wislawa Szymborska
De quem se fala: A poetisa Wislawa Szymborska, nascida em Kornik, oeste da Polónia, morreu na Crocávia, de cancro. A autora, que se destacou por uma poesia mesclada de emoção, ironia, metafísica e quotidiano, e pela habilidade em usar trocadilhos, publicou o seu primeiro poema em 1945 num jornal local. Considerada um mito na Polónia, só obteve reconhecimento internacional depois de receber o prémio Nobel da Literatura 1996, que lhe foi atribuído pela "irónica precisão" ao retratar a realidade humana.
O que se diz: «A última poetisa distinguida com um Nobel – a Academia sueca não hesitou em defini-la como “Mozart da poesia”». Ler
Está dito: Vida na expectativa
«Vida na expectativa.
Espectáculo sem ensaios.
Corpo sem tirar medidas.
Cabeça sem reflexão.
Não sei o papel que desempenho.
Sei apenas que é o meu, intransmissível.
É já em cena que tenho de adivinhar
de que trata a peça (…)»
Título: Eu espero
Autor: Davide Cali
Ilustrador: Serge Bloch
De quem se fala: Davide Cali nasceu na Suíça, em 1972. Estudou Contabilidade, mas as palavras e as imagens levaram a melhor sobre os números. Aos 22 anos, começou a colaborar com a revista italiana Linus, como autor-ilustrador de BD; depois, aos poucos, a sua vontade de contar histórias, levou-o a publicar livros para crianças, tendo quase todo o seu trabalho publicado pela editora francesa Sarbacane. O estilo de Davide Cali caracteriza-se por um humor transbordante, um forte sentido de ritmo e também pela capacidade de criar diferentes camadas de leitura. Os seus livros já ganharam prémios importantes: o álbum “Eu Espero” (editado em Portugal pela Bruáa) ganhou o Prémio Baobab 2005, do Salão de Montreuil; o álbum “Piano, piano” foi distinguido com uma Menção Especial do Júri no Prémio “Words and Music” 2006, da Feira Internacional de Bolonha.
Serge Blochn nasceu na vila de Colmar, na França, em 1956. Estudou desenho na Escola de Artes Decorativas de Strasburgo, onde foi aluno do famoso desenhista e caricaturista Claude Lapointe, que despertou nele a paixão pelos livros infantis. Já fez ilustrações para os jornais The New York Times, Washington Post e Chicago Tribune e foi colaborador da revista Time. Seus principais trabalhos são: Moi, j’ai peur! (Eu tenho medo!, 2000), Les Aventures du Président de la République (As aventuras do Presidente da República, 2002), a série Max et Lili, com Dominique de Saint Mars (2004), Comment ça va? (Como vai?, 2006), e Comment se débarrasser de son petit frère? (Como se livrar do irmãozinho?, 2006). Por seus desenhos, recebeu a Medalha de Ouro da Society of Illustrators (EUA). Mora em Gênova, na Itália, onde cria histórias para o herói Samsam, que já virou personagem de desenho animado na França. Também é editor-chefe da revista Astrapi e membro da Associação Europeia de Desenho de Humor.
O que se diz: «Depois, há os livros de excelência, que ultrapassam os critérios e deixam no leitor uma sensação de superação. É o caso de “ Eu espero…»
Está dito: «Eu espero… crescer».
Bruaá, p.1
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