segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Weltliteratur. Madrid, Paris, Berlim, São Petersburgo, o Mundo!

A expressão de Goëthe, associada ao verso de Cesário Verde, para mostrar a literatura portuguesa do Mundo, numa exposição singular.
O desafio é inédito, a exposição também. Recusando facilitismos e as visões paroquiais do pequeno rectângulo, uma reduzida equipa de especialistas na matéria reflectiu sobre o assunto e concluiu que é possível expor a literatura. Mostrar textos literários e documentos inéditos, em conjunto com quadros, esculturas, fotografias, procurando estabelecer nexos e relações (às vezes tensões), é um dos aspectos de Weltliteratur – Madrid, Paris, Berlim, São Petersburgo, o Mundo!, a exposição que abrirá a 30 de Setembro, às 22h, na galeria de exposições temporárias da Fundação Gulbenkian.
António M. Feijó, professor universitário, aceitou o convite feito pelo Serviço de Educação e Bolsas da Fundação para comissariar a exposição, ao mesmo tempo que os arquitectos Francisco e Manuel Aires Mateus desenharam o espaço e as 11 salas autónomas que compõem a mostra. Encontrados os protagonistas centrais, a geração de Fernando Pessoa, é com eles que vamos revisitar a nossa literatura que ultrapassou as fronteiras e mostrou que só há um espaço para ela – o Mundo!
Almada Negreiros disse um dia a propósito da portugalidade e de Luís de Camões: “a terra onde Camões morreu de fome e onde todos enchem a barriga de Camões”. Quando o país de poetas gosta de se apresentar assim, “à beira-mar plantado”, com apetência para as escritas, mas pequeno para a leitura; quando muitos falam dos livros que nunca leram e o top dos mais vendidos mostra prosas de intimidades reveladas, chegámos ao momento ideal para expor a literatura?
A exposição será acompanhada por um programa paralelo de conferências com especialistas nacionais de reconhecido prestígio e um convidado estrangeiro, a revelar durante a visita guiada para a comunicação social no dia 26 de Setembro, pelas 15h30. A visita será efectuada pelo comissário António M. Feijó e os arquitectos que conceberam o espaço.

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