Fanny Owen
Mais um encontro do Grupo de Leitores de Carnaxide, o primeiro após o interregno de Julho/Agosto. Para leitura levamos na bagagem Fanny Owen, de Agustina Bessa-Luís, obra que surge na sequência de um pedido de argumento cinematográfico e que deu origem à longa-metragem Francisca, de Manoel de Oliveira. De realçar o facto de as personagens terem existência real – José Augusto, Camilo e a família Owen –, e de muitos dos diálogos no livro serem colagens de relatos dos próprios, recolhidos por Agustina.
José Augusto – morgado que se enamora por Fanny e que com ela pretende casar –, descobre que o seu amigo Camilo Castelo Branco mantivera com a mesma uma relação epistolar. Os ciúmes e amor-próprio de José levam-no a deixar cair a promessa de matrimónio e Fanny põe termo à vida. Da trama sobressai a magistral imagem que a autora transmite dos usos e costumes de terras do Douro e do ambiente burguês do Porto de oitocentos.
As impressões foram unânimes acerca do escrito: uma autora seminal e incontornável no panorama literário português, com uma prosa merecedora de Nobel. O domínio da narrativa impressiona, nomeadamente quando é utilizado de forma tão cúmplice com o tempo e espaço a que se reporta. A história, em si, não foi propriamente do agrado do Grupo. A convulsão romântica daqueles tempos – em que sofrer é ser feliz e a infelicidade é um estado de alma que se almeja –, não se afigurou a melhor das leituras de Verão. Curioso o facto de todos concordarem que, sob o ambiente cinzento de uma tarde chuvosa de Inverno, provavelmente o enredo teria uma maior aceitação.
Para complementarmos a leitura deste romance, ficamos com a Sibila debaixo de olho, para posterior discussão. Será na próxima terça-feira, altura em saberemos também de mais opiniões sobre este Fanny Owen.
José Augusto – morgado que se enamora por Fanny e que com ela pretende casar –, descobre que o seu amigo Camilo Castelo Branco mantivera com a mesma uma relação epistolar. Os ciúmes e amor-próprio de José levam-no a deixar cair a promessa de matrimónio e Fanny põe termo à vida. Da trama sobressai a magistral imagem que a autora transmite dos usos e costumes de terras do Douro e do ambiente burguês do Porto de oitocentos.
As impressões foram unânimes acerca do escrito: uma autora seminal e incontornável no panorama literário português, com uma prosa merecedora de Nobel. O domínio da narrativa impressiona, nomeadamente quando é utilizado de forma tão cúmplice com o tempo e espaço a que se reporta. A história, em si, não foi propriamente do agrado do Grupo. A convulsão romântica daqueles tempos – em que sofrer é ser feliz e a infelicidade é um estado de alma que se almeja –, não se afigurou a melhor das leituras de Verão. Curioso o facto de todos concordarem que, sob o ambiente cinzento de uma tarde chuvosa de Inverno, provavelmente o enredo teria uma maior aceitação.
Para complementarmos a leitura deste romance, ficamos com a Sibila debaixo de olho, para posterior discussão. Será na próxima terça-feira, altura em saberemos também de mais opiniões sobre este Fanny Owen.
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