Os Livros
(…) Foi sobretudo a partir destes objectos cheios de folhas e letras, imagens, símbolos e outras linguagens escritas e desenhadas, mais finos ou mais grossos, maiores ou mais pequenos, mais bonitos ou mais feios, que tomei a consciência de que a realidade é muito mais do que aparenta ser, e com ela eu próprio e os meus semelhantes. Com os livros percebi que a realidade, sem os livros, é ignorância.
Percebi que quanto mais lia - e eu sou sobretudo um leitor - mais se transformava o mundo à minha volta, e o modo como eu o via, o tocava, o cheirava, o sentia e entendia. Mas não foi só o mundo que foi mudando ao sabor de cada livro. Também eu me ia conhecendo melhor. com os livros, e com alguns leitores, aprendi a desenvolver as minhas capacidades e a minimizar os meus defeitos. Essas vozes que subiam de tom ao virar de cada página traziam pensamentos, sentimentos, conhecimentos, actos, uns a todos comuns, outros que eu idealizava, outros ainda, que se instalavam no íntimo e que por vezes faziam revolver as entranhas, porque nunca é passiva a aprendizagem quando nos envolvemos. (...) Começaram por me dizer que os livros continham histórias. E é o que normalmente começam por nos dizer. Estava eu então longe de imaginar que nessas histórias havia irmãos, amigos, amantes, mestres, toda uma plêiade que ainda mal conheço. E o segredo de os conhecer. É esta a minha verdade. Todo o conhecimento é progressivo. Mantenho tudo o que disse.
Revista de ver e ler poesia nº 1 – Encontro Verso
Percebi que quanto mais lia - e eu sou sobretudo um leitor - mais se transformava o mundo à minha volta, e o modo como eu o via, o tocava, o cheirava, o sentia e entendia. Mas não foi só o mundo que foi mudando ao sabor de cada livro. Também eu me ia conhecendo melhor. com os livros, e com alguns leitores, aprendi a desenvolver as minhas capacidades e a minimizar os meus defeitos. Essas vozes que subiam de tom ao virar de cada página traziam pensamentos, sentimentos, conhecimentos, actos, uns a todos comuns, outros que eu idealizava, outros ainda, que se instalavam no íntimo e que por vezes faziam revolver as entranhas, porque nunca é passiva a aprendizagem quando nos envolvemos. (...) Começaram por me dizer que os livros continham histórias. E é o que normalmente começam por nos dizer. Estava eu então longe de imaginar que nessas histórias havia irmãos, amigos, amantes, mestres, toda uma plêiade que ainda mal conheço. E o segredo de os conhecer. É esta a minha verdade. Todo o conhecimento é progressivo. Mantenho tudo o que disse.
Revista de ver e ler poesia nº 1 – Encontro Verso
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