sexta-feira, 18 de maio de 2007

AS NOSSAS SUGESTÕES - MAIO 2007

Título: Muros

Autor: Júlio Machado Vaz

De quem se fala: Júlio Machado Vaz (nascido no Porto em 1949), é vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica e regente da disciplina de Antropologia Médica no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar.
Júlio Machado Vaz é um dos mais conhecidos psiquiatras portugueses, com vasta experiência no ensino e terapia sexual. Depois de títulos como «O Sexo dos Anjos», «Este Difíceis Amores», «Olhos nos Olhos: Histórias do Sexo e da Vida», «Muros» conta os dilemas e dúvidas de pessoas como nós. Levando à ficção toda a sua experiência de terapeuta, mergulhamos pela sua escrita no mundo interior de pessoas (personagens) que reconhecemos próximas.

O que se diz: Vidas. Emoções. Dias que se resolvem, noites que se atrapalham de incertezas. Júlio Machado Vaz, conhecido psiquiatra, especialista em sexologia, experimenta desta feita os domínios da ficção. Uma ficção inundada dos muitos rostos e pessoas que conheceu no trabalho e fora dele. Sem compartimentos estanques, extravasa, a cada página, a sensibilidade de quem sabe ouvir.

Está dito: “Por isso entra silencioso na catedral, velha conhecida, preparado para a ver partir à descoberta, talvez mais tarde arrisque um ou outro comentário, mas agora não, contenta-se em segui-la.”

Bertrand; 362 pág.

Título: O Cavaleiro da Águia
Autor: Fernando Campos

De quem se fala: Professor, investigador, ensaísta e ficcionista. Licenciou-se em Filologia Clássica pela Universidade de Coimbra. Professor de Humanidades, publicou várias obras didácticas e monografias de investigação etimológica ou de exegese literária. Leccionou no ensino secundário, tendo terminado a sua carreira docente na Escola Secundária Pedro Nunes, onde a sua erudição e admirável personalidade humanística lhe conferiram prestígio entre alunos e colegas. O seu primeiro romance, A Casa do Pó, publicado em 1986, recupera um género (quase) esquecido em Portugal, o do romance histórico. O êxito então alcançado entusiasma, imediatamente, alguns editores estrangeiros, que lhe garantiram edições em França e na Alemanha. Recebe o Prémio Eça de Queirós, da Câmara Municipal de Lisboa, em 1995. Está representado em diversas antologias, em Portugal e no estrangeiro, das quais se destacam Imaginários Portugueses, 1992, Europe Come: 15 Racconti per 15 Nazioni (Itália), 1996.

O que se diz: Um poema em prosa. Um bálsamo para todas as feridas abertas por ódios ancestrais. A saga de um dos mais ilustres cabouqueiros de uma pátria, Gonçalo Mendes da Maia, o Lidador. Na narrativa realça-se-lhe a figura. O pouco que se sabe dele está aí. O muito que dele se desconhece é hipotético ou livremente inventado, se bem que verosímil, nos limites aceites do período da sua vida. O painel de fundo está correcto: segunda metade do século XI e princípios do Século XII na Hispânia. Árabes e Cristãos uns contra os outros, muçulmanos contra muçulmanos, com crueldade e guerra santa dos dois lados mas também com alianças entre ambos - até ás vésperas de nascer Portugal, 1139, em que o herói Maia morre combatendo aos 94 anos de idade. O conceito de herói é relativizado: para haver um herói é necessário que haja um herói contrário - assim o diz o cronista, no começo do relato. A mensagem geral é a da concórdia, com recado para o mundo actual… e não será preciso dizer mais nada… E, para além disto, nos intermezos dos capítulos, uma intriga policial que se vai adensando até ao desenlace imprevisto.

Está dito: “À chuva cavalgam na noite e ao vento, pelas margens do Guadalquivir, a princesa Zaida e seu fiel Abaiûb. Próximo de Córdova deixam o rio para esquivar a cidade e metem à serra. Subida penosa sob a invernia, o desgrenhar das árvores, à beira de abismos. No alto a portela luziu-lhes, da cortina de água, o fraco luar de um janelo. Apearam-se. Sob a lapa, junto aos fardos de palha, o eunuco abrigou os cavalos.”

Difel; 407 pág.


Título: És o meu segredo
Autor: Tiago Rebelo

De quem se fala: Tiago Rebelo é hoje um nome incontornável das letras portuguesas. Títulos como Romance em Amesterdão, Encontro em Jerusálem e És O Meu Segredo, para citar apenas os mais recentes, tiveram um acolhimento verdadeiramente entusiástico por parte do público e vieram consagrar o escritor como um dos mais inspirados do nosso actual panorama literário.

O que se diz: Tomás Arruda, o actor português mais famoso da actualidade, está de regresso a Lisboa depois de ter conquistado Londres e Hollywood. Em Sintra, local onde vai rodar o seu novo filme com o realizador Ian Holden, de ascendência lusa, Rute Madeira prepara uma festa de boas-vindas que vai como que assinalar um novo capítulo nas suas vidas. Rute e a sua irmã mais nova, Filipa, são amigas de longa data de Tomás, do tempo em que este ia passar férias em Pedras d’el Rei, e em especial de um inesquecível Verão em que se criaram fortes laços e um doloroso segredo foi revelado sob a abóbada do entardecer celeste. Produto da alta sociedade portuguesa, Tomás, Rute e Filipa parecem ter tudo para emanar felicidade: Tomás tornou-se actor profissional e o seu trabalho foi reconhecido com uma nomeação para um Óscar; Rute gere os negócios da família com uma personalidade de ferro que faz com que estes caminhem de sucesso em sucesso; Filipa concretizou o seu sonho de se tornar educadora de infância e tem uma vida manifestamente tranquila. Romance intenso como Tiago Rebelo já nos habituou, És o Meu Segredo seduz o leitor deleitando-o com um enredo fiel ao próprio carácter da vida: com os seus momentos de escuridão que podem, por vezes, desaguar em tragédia, mas também com a promessa da luz da felicidade.

Está dito: “Era, de facto, mas Tomás não estava preparado para tanta frontalidade e, num ápice, engoliu em seco a arrogância dos seus vinte e três anos.”

Editorial Presença; 189 pág.


Título: O tempo dos espelhos
Autor: Júlio Machado Vaz

De quem se fala: Nascido no Porto em 16 de Outubro de 1949, Júlio Machado Vaz é vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica e regente da disciplina de Antropologia Médica no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar.

O que se diz: O Tempo dos Espelhos é a autobiografia de Júlio Machado Vaz onde explica que também se atormenta, também tem dúvidas, também tem medo… da doença e da morte! Confrontado há dois anos com um problema grave de saúde, entretanto ultrapassado, Júlio Machado Vaz, médico psiquiatra, cara conhecida da televisão e da rádio, acaba por se revelar hipocondríaco e… sentimental.

Está dito: “Se os susto parir um rato, ganho tempo até ao próximo. Escrever e acabar o sonho de Cantelães, eis as prioridades.”

Texto Editores; 158 pág.
Título: À procura de Sana
Autor: Richard Zimler

De quem se fala: Richard Zimler, nasceu em 1956 em Nova Iorque. Vive em Portugal desde 1990 e naturalizou-se português em 2002. É licenciado em religião comparada pela Duke University e mestre em jornalismo pela Stanford University. Desde há dezasseis anos, lecciona jornalismo na Universidade do Porto, cidade onde reside. Escreveu cerca de 20 pequenas histórias e seis romances editados em diversas línguas, tendo ganho vários prémios. Dedica, igualmente, o seu tempo à tradução para inglês de alguns poetas portugueses contemporâneos, entre os quais Al Berto e Pedro Tamen.

O que se diz: A amizade pode crescer no mais árido dos solos - mas talvez não de forma durável. Em Fevereiro de 2000, Richard Zimler foi à Austrália para participar no Encontro de Escritores de Perth. No dia da sua chegada, conheceu uma talentosa bailarina brasileira que lhe contou o muito que o seu romance O Último Cabalista de Lisboa tinha significado para ela. O trágico passo que ela daria no dia seguinte mudou para sempre a vida de Zimler, lançando-o numa intensa investigação de três anos sobre o passado dela. O escritor descobre então uma infância vivida à sombra do Monte Carmelo na década de 1950, uma época de tolerância entre comunidades vizinhas de árabes e de judeus nos velhos bairros de Haifa. À medida que esta paz se vai fragilizando, duas raparigas - uma palestiniana, outra israelita - tecem entre si laços que as ligam para sempre. A demanda de Zimler desvenda a história desta amizade extraordinária, apesar de o conduzir através de uma teia de ilusão, crueldade e enganos e, finalmente, ao 11 de Setembro de 2001, quando a tragédia que testemunhou em Perth surge à luz do mais extremado contexto político. À Procura de Sana apaga as fronteiras convencionais entre realidade e ficção, ao analisar a natureza da verdadeira amizade, e o germinar de um crime impensável.

Está dito: “Datei a dedicatória e escrevi: Para Helena, Obrigado por me falar no efeito que o meu livro teve na sua vida! Entre parênteses, acrescentei: Fazer greve pela paz continua a ser uma causa justa”

Gótica; 287 pág.

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