quarta-feira, 8 de agosto de 2007

AS NOSSAS SUGESTÕES - AGOSTO 2007

Título: Conversas com Pedro Almodóvar
Autor: Frédéric Strauss

De quem se fala:
Frédéric Strauss é jornalista. As “Conversas com Pedro Almodovar” foram publicadas originalmente nas edições dos “Cahiers du Cinema”. O livro partiu dessas entrevistas (feitas ao longo dos anos e publicadas cronologicamente), sendo acompanhadas por textos do crítico de cinema, do cineasta e do irmão de Pedro, habitual produtor dos seus filmes.

O que se diz:
A vida e a obra de Pedro Almodóvar num diálogo directo ao longo dos 20 últimos anos à pergunta: “Que conselhos daria hoje a alguém que queira tornar-se cineasta?”, Pedro Almodóvar responde: “Em primeiro lugar, é preciso que seja simpático, porque tem que pedir favores e conseguir que vinte pessoas aceitem trabalhar gratuitamente para poder filmar uma primeira curta-metragem. Depois, tem que convencer os que vão pagar o negativo. Tem que ser simpático, optimista, e se for sexy será melhor ainda. Para realizar uma segunda curta-metragem tem que ser persistente, cínico e atrevido, e frequentar um ginásio, porque entretanto envelheceu. Tem que ser maquiavélico, porque da segunda vez tem que enganar a pessoa que da primeira vez seduziu.”

Está dito:
“(À pergunta:) «Que conselhos daria hoje a alguém que queira tornar-se cineasta?», (Pedro Almodóvar responde:) «Em primeiro lugar, é preciso que seja simpático, porque tem que pedir favores e conseguir que vinte pessoas aceitem trabalhar gratuitamente para poder filmar uma primeira curta-metragem. Depois, tem que convencer os que vão pagar o negativo. Tem que ser simpático, optimista, e se for sexy será melhor ainda. Para realizar uma segunda curta-metragem tem que ser persistente, cínico e atrevido, e frequentar um ginásio, porque entretanto envelheceu. Tem que ser maquiavélico, porque da segunda vez tem que enganar a pessoa que da primeira vez seduziu.»”

90 graus; 287 p.


Título: O Sonho é...
Autor: José Jorge Letria

De quem se fala:
José Jorge Letria nasceu em Cascais em 1951. Iniciou a sua actividade literária no suplemento «Juvenil» do Diário de Lisboa. Foi desde 1970 redactor em vários jornais, trabalhando também como guionista e autor de programas de televisão, de que se destacam Rua Sésamo, Os Segredos de Mimix e O Rato dos Livros. Foi vereador da Cultura da Câmara Municipal de Cascais de 1994 a 2001. Foi colaborador, editor e subchefe de redacção de JL. Tem colaborado nas publicações Colóquio/Letras, Vértice, República («Artes e Letras», suplemento literário), O Diário, Nova Renascença, Hifen, Sílex, Boca Bilingue (Espanha), etc. Obteve, entre outros, os seguintes prémios: Florbela Espanca (Câmara de Vila Viçosa), José Galeno (da SPA) e Prix Internacional des Arts et des Lettres (pela edição francesa de A Tentação da Felicidade, trad. Patrick Quillier, Paris, 1993). É conhecido como poeta, ficcionista, dramaturgo, ensaísta e autor de literatura infanto-juvenil.

O que se diz:
O que pode ser o sonho que sentimos, o sonho que sonhamos… nas imagens de muitos dos objectos, das realidades, das coisas dos nossos dias, mais e/ou menos comuns…

Está dito:
“O sonho é/ter os olhos abertos/e continuar a sonhar.”
“O sonho é/viver numa aldeia/e ser de todo o mundo.”

Ambar; 52 p.



Título: O Evangelho Segundo a Serpente
Autor: Faíza Hayat

De quem se fala:
Faíza Hayat nasceu em Lisboa, filha de mãe portuguesa, católica, e pai goês, muçulmano. Reside em Barcelona, onde prepara um doutoramento em antropologia. Assina há vários anos uma crónica na revista XIS, Conversas com o Espelho. Tem contos publicados em diversas revistas espanholas e portuguesas. O Evangelho Segundo a Serpente é o seu primeiro romance. A compilação das suas crónicas num volume intitulado Conversas com o Espelho será igualmente publicada pela Dom Quixote.

O que se diz:
Um estranho desaparecimento. Um mundo de aventura e mistério. Uma revelação. Um jovem filólogo brasileiro, Marcelo Habda, especializado em copta, desaparece no Egipto. Deixa atrás de si um caderno de apontamentos com misteriosas anotações: “São citações dispersas, delirantes algumas, inquietantes no conjunto, escritas em copta. Não sei se adiantam alguma pista. Adiantaram uma novidade sobre o meu amigo carioca: uma insistência e uma erudição – uma perturbação – na teologia gnóstica, a partir de textos do cristianismo primitivo que encerram muitas das coisas que posteriormente foram perseguidas como heresia”. A autora tenta seguir-lhe o rasto. O que descobre é mais do que um segredo – é uma outra visão do mundo.

Está dito:
“[...] Acontece-me com frequência encontrar quem se espante ao conhecer-me: «Sentes-te mais portuguesa ou mais indiana?»; «Sentes-te mais cristã ou mais muçulmana?» Eu sinto-me, creio, mais humana. Uma religião é uma janela sobre Deus. Um idioma é uma janela sobre a alma. Cresci, felizmente, numa casa com muitas janelas. Acho que nunca vi Deus, é verdade, mas pelo menos entrava bastante sol. Sou portuguesa por distracção, isto é, nem isso me afligenem tão pouco me arrebata. vivo em barcelona com saudades do meu bairro, a Graça, onde nasci e cresci, e com mais saudades ainda do deserto, que não me pertence nem por nascimento nem por herança cultural, e no qual, todavia, me sinto em casa. [...] ”

Dom Quixote; 168 p.


Título: Cemitérios de pianos
Autor:José Luís Peixoto

De quem se fala:
José Luís Peixoto (1974, Galveias, Portalegre), escritor, licenciado em Línguas e Literaturas Modernas (Inglês e Alemão) pela Universidade Nova de Lisboa. Tem publicado poesia e prosa. Em 2001, o seu romance «Nenhum Olhar» recebeu o Prémio Literário José Saramago. Está representado em diversas antologias de prosa e de poesia nacionais e estrangeiras. É colaborador de diversas publicações nacionais e estrangeiras. Em 2005, escreveu as peças de teatro «Anathema» (estreada no Theatre de la Bastille, Paris) e «À Manhã» (estreado no Teatro São Luiz, Lisboa). Em 2007 estreou a peça "Quando o Inverno Chegar", no Teatro São Luiz, em Lisboa. Em 2006, publicou o romance «Cemitério de Pianos». Os seus romances estão publicados em França, Itália, Bulgária, Turquia, Finlândia, Holanda, Espanha, República Checa, Croácia, Bielo-Rússia e Brasil. Estando actualmente em preparação edições no Reino Unido, Hungria e Japão.

O que se diz:
Ternura, morte e renovação – eis as notas que pautam o mais recente livro de José Luís Peixoto, um romance cheio de música e ritmos peculiares sentidos na pontuação e construção das frases; palavras que respiram, correm e desfalecem ao compasso da vivência das personagens, numa melodia que ora comove e revolta, ora nos faz sorrir e angustia (...) Não é um romance fatalista. É o ciclo redentor da vida escrito sem pudores.

Está dito:
“(…) à procura, procura do vento. Porque a minha vontade tem o tamanho de uma lei da terra. Porque a minha força determina a passagem do tempo. Eu quero. Eu sou capaz de lançar um grito para dentro de mim, que arranca árvores pelas raízes, que explode veias em todos os corpos, que trespassa o mundo. Eu sou capaz de correr através desse grito, à sua velocidade, contra tudo o que se lança para deter-me, contra tudo o que se levanta no meu caminho, contra mim próprio. Eu quero. Eu sou capaz de expulsar o sol da minha pele, de vencê-lo mais uma vez e sempre. Porque a minha vontade me regenero faz-me nascer, renascer. Porque a minha força é imortal. (…)"

Bertrand; 315 p.


Título: O Afinador de Pianos
Autor: Cristina Norton

De quem se fala:
Cristina Norton nasceu a 28 de Fevereiro de 1948, em Buenos Aires, Argentina. Reside há mais de 30 anos em Portugal e optou pela nacionalidade portuguesa. Estudou História da Civilização Francesa na Sorbonne, Belas-Artes na ESBAL e História da Arte na ESARES, estudos que deixou incompletos. A sua obra, que inclui a poesia, o romance e o conto. Este que é o seu livro de estreia, O Afinador de Pianos (1997; 2.a edição revista, 2007). Trabalha, desde 1998, em oficinas de escrita criativa dando, com o seu método, cursos de formação a professores, organizados pelo Instituto Português do Livro e das Bibliotecas, pela Fundação Calouste Gulbenkian e por outras instituições. Publicou, entre outros livros, "O Lázaro do Porto" (Temas e Debates, 2 edições) e "O Segredo da Bastarda" (Temas e Debates).

O que se diz:
De Perón a Evita, passando por Franco e Salazar, Benjamim, um afinador de pianos madrileno, vê-se arrastado por acontecimentos políticos que o condicionam. A profissão leva-o a viajar até à Galiza nas vésperas da Guerra Civil espanhola. Separado da família durante os três anos que dura o conflito, a sua vida complica-se ao ponto de empreender uma fuga que o leva a uma Lisboa de espiões e de refugiados e, mais tarde, a Buenos Aires. Com uma narrativa apaixonante, Cristina Norton envolve-nos numa história de encontros e desencontros, de amor e de guerra, onde quarenta anos de realidade histórica convivem com o imaginário latino-americano. O humor e a ironia estão sempre presentes e os enredos picarescos das várias personagens imprimem ao livro um compasso de tango – sensual e provocador.

Está dito:
-Pensei que não me iadizer nada - disse Rocío, meio ofendido porque não lhe tinha escrito a ela- Deixa teu pai ler. Não o interrompas. Coitadinha, não se esqueceu de ti, mas não vai estar a repetir o mesmo duas vezes para gastar em papel e selos.
Estavam sentados à volta da mesa da casa de jantar, na cabeceira nais próxima da janela, assim a luz do sol ajudava o pai de Rocío a ler com mais facilidade. Os seus óculos tinham caído ao chão e uma das lentes estava rachada.

Dom Quixote; 221 p.

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