quinta-feira, 5 de julho de 2007

TRAZ OUTRAS VOZES TAMBÉM...

Dia 4 de Julho de 2007

10H00

Sessão de Abertura


Traz Outras Vozes Também…

Nasceu de uma parceria entre a Câmara Municipal de Oeiras – Biblioteca Municipal de Algés – Centro Oeiras a Ler e o IELT, através da Profª. Ana Paula Guimarães.

Da nossa parte havia o desejo de divulgar o conhecimento e o gosto pela literatura tradicional portuguesa. Do IELT, além do mesmo desejo que o funda e é sua razão de existir, o conhecimento de como levar a cabo este propósito com a qualidade desejável.

Desse conjunto de nomes indicados por Ana Paula Guimarães começou, pouco a pouco, a configurar-se este curso. Vozes que se foram juntando a outras vozes. Daí o nome que lhe demos.

Traz outras vozes também…

As Vozes da tradição. Esse trazer do outro connosco, a história, a memória e os seus retalhos. Tudo isso que nos torna quem somos. Onde nos reconhecemos.
O que aprofunda a nossa identidade e, por isso mesmo, nos convida, nos impele a juntar também a nossa voz, feita de mil outras vozes e, no entanto, única…

Trazer outras vozes é, pois, trazer outro amigo também…

Conhecer um povo é, sem dúvida, conhecer os seus poetas, os seus escritores, os seus artistas…

Mas é também, com certeza, redescobrir ou recuperar a sua cultura popular, cujo veículo de transmissão foi, sobretudo, a oralidade, a passagem do testemunho de pais para filhos, de avós para netos junto à lareira nos frios de Inverno, à roda da gira nos luares de Agosto, à volta da mesa nas comezainas dos dias de festa ou romaria.

Essa cultura popular que transmite gestos e saberes, mitos ou histórias verdadeiras, caldeados pelo tempo e pelos protagonistas: Afinal, quem conta um conto, acrescenta-lhe um ponto…

O que de fascinante encontramos na cultura popular é a sua capacidade de resistir ao tempo, de ser simultaneamente local e universal, de ser essa chama de fogo lento que alimenta toda a produção cultural, de ser, afinal, essa “lenha de bom madeiro” para empregar uma das expressões sempre populares e sugestivas daquele que foi um dos mais geniais recuperadores das “coisas populares” – Gil Vicente.

Esse “precioso tesouro das coisas populares” como o classificou Almeida Garrett, também ele um apaixonado investigador da cultura popular.
Como o foram Adolfo Coelho, Sousa Viterbo, Leite de Vasconcelos, Teófilo Braga, Ernesto Veiga Ferreira, Lopes Graça, Giacometti, Consiglieri Pedroso, Viegas Guerreiro, Ataíde de Oliveira, Alda e Paulo Soromenho.

Como o são Ana Paula Guimarães, Isabel Cardigos...Todos os formadores que compõem este Curso. Todos quantos, afinal, têm o gosto pela cultura popular.

Todos eles perseguem essa “fidelidade ao homem e à sua lúcida esperança de sê-lo inteiramente; fidelidade à terra onde mergulha as raízes mais fundas; fidelidade à palavra que no homem é capaz da verdade última do sangue, que é também verdade da alma.”
(Eugénio de Andrade)























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