As Naus, nada de novo no "reyno de Portugal e Lixboa"
Grupo de Leitores da Biblioteca Municipal de Carnaxide – Sessões de Junho.
Livro abordado As naus, de António Lobo Antunes.
A opinião dos elementos do Grupo, sobre a obra, não foi consensual, uns “adoraram” outros “nem tanto”, porém em relação ao autor, a apreciação foi unânime, trata-se de uma referência no mundo literário.
Quando Luís de Camões, Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral, Diogo Cão, entre outros notáveis, se passeiam por Lisboa e arredores, colocados num cenário contemporâneo ora retratando Lisboa do século XVIII ora Lisboa de 1975, o passo é naturalmente sarcástico, como os excertos seguintes o demonstram:
“Quando Vasco da Gama chegou de camioneta a Vila Franca de Xira, com o baralho da sueca na algibeira, a fim de se empregar no comércio das solas”
"Nunca encalhei, no entanto, em homens tão amargos como nessa época de dor em que os paquetes volviam ao reyno repletos de gente desiludida e raivosa, com a bagagem de um pacotinho na mão e uma acidez sem cura no peito, humilhados pelos antigos escravos e pela prepotência emplumada dos antropófagos."
Na segunda sessão visionámos diversas entrevistas em vídeo com António Lobo Antunes, cujos links disponibilizamos por considerarmos a não perder,
Livro abordado As naus, de António Lobo Antunes.
A opinião dos elementos do Grupo, sobre a obra, não foi consensual, uns “adoraram” outros “nem tanto”, porém em relação ao autor, a apreciação foi unânime, trata-se de uma referência no mundo literário.
Quando Luís de Camões, Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral, Diogo Cão, entre outros notáveis, se passeiam por Lisboa e arredores, colocados num cenário contemporâneo ora retratando Lisboa do século XVIII ora Lisboa de 1975, o passo é naturalmente sarcástico, como os excertos seguintes o demonstram:
“Quando Vasco da Gama chegou de camioneta a Vila Franca de Xira, com o baralho da sueca na algibeira, a fim de se empregar no comércio das solas”
"Nunca encalhei, no entanto, em homens tão amargos como nessa época de dor em que os paquetes volviam ao reyno repletos de gente desiludida e raivosa, com a bagagem de um pacotinho na mão e uma acidez sem cura no peito, humilhados pelos antigos escravos e pela prepotência emplumada dos antropófagos."
“O governo desocupou o hospital de tuberculosos que passaram a tossir nos jardins públicos hemoptises cansadas, e vazou nas enfermarias de muros de cenas de guerra e de actos piedosos, impregnados pelo torpor da morte dos desinfectantes, dos colonos que vagavam à deriva, de trouxa sob o braço, nas imediações dos asilos, na mira de restos de sopa do jantar."
Nada de novo no “reyno de Portugal”, bem como na sua capital “Lixboa”, dois séculos depois.
Na segunda sessão visionámos diversas entrevistas em vídeo com António Lobo Antunes, cujos links disponibilizamos por considerarmos a não perder,
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