Luís Francisco ("A vida passou por aqui") no Grupo de Leitores da Biblioteca Municipal de Oeiras
No passado dia 13 de Novembro, Luís Francisco, autor do livro "A vida passou por aqui" esteve à conversa com os leitores do Grupo de Leitores da Biblioteca Municipal de Oeiras.
Sendo um dos títulos que fazem parte da Pré-selecção portuguesa para a edição do Festival do Primeiro Romance de 2013, tínhamos curiosidade em conhecer o autor por detrás do livro e o homem por detrás da história, ou deste caso das histórias.
Ao longo de quase 2 horas ficamos a conhecer melhor o autor, o percurso literário e as histórias por detrás da publicação do livro.
Três meses depois de ter enviado o livro para a editora, Luís Francisco ainda aguardava uma resposta! Achou que o seu texto devia ser lido sem qualquer pressão ou favorecimento e por isso limitou-se a aguardar, pacientemente, a decisão da editora. Finalmente a resposta chegou e foi positiva! Um estagiário que primeiro leu o texto original do autor recomendou a sua leitura a Maria do Rosário Pedreira, apelidando-o de um conjunto de personagens disfuncionais que se entrecruzam.
Se é
verdade que por vezes o escritor faz de Deus, cria um mundo, inventa pessoas,
relações, faz-lhes maldades, a primeira preocupação de Luís Francisco
foi que as suas pessoas fossem reais que a certa altura as
personagens começaram a ter vida própria. Como o próprio autor disse: "Durante algum tempo somos donos da
história e das personagens, mas a partir de um dado
momento, o ritmo de trabalho muda. Passa a ser o livro que nos chama, já
não és tu que decides. É como se as personagens
estivessem à espera que escrevesses o capítulo seguinte."
Também a primeira impressão que o leitor tem de cada personagem, em algum dos casos e das histórias, não é a que se vai confirmar ao longo do livro. O autor tinha um final mais cor-de-rosa e foi a sua mulher que sugeriu que aquele final não estava de acordo com o resto do livro; era como se de repente
tudo ficasse bem e a história terminasse.
Em A Vida Passou por Aqui uma personagem diz: "Tu só querias
passar pela vida, eu queria que a vida passasse por mim". Luís
Francisco precisou que a vida passasse por ele para fazer este livro.
Aqui ficam algumas frases do autor durante a sessão:
"Se
eu fosse mais seguro não estava à espera de ter 40 e tal anos para
editar um romance. Provavelmente, já teria editado antes, mas seria
seguramente pior porque acho que a vida tem de passar por nós para
depois sair."
“Criar é um espaço de liberdade. No jornalismo não posso criar. Numa reportagem tenho de lidar com o que acontece e com o que me dizem.”
“Criar é um espaço de liberdade. No jornalismo não posso criar. Numa reportagem tenho de lidar com o que acontece e com o que me dizem.”
"A vida está sempre a acontecer. Estamos metidos lá dentro, não temos noção de quem está a puxar a corda por nós. Às vezes levamos um puxão sem saber bem de onde, nem por que é que aconteceu.”
Em nome do Grupo de Leitores da Biblioteca Municipal de Oeiras agradeço ao Luís Francisco o interesse e a disponibilidade!
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