quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Literatura e Gastronomia – Eça de Queirós

“ – Que diabo, não me hão-de esquecer as queijadas! – Murmurou Cruges, para si mesmo, afastando-se do parapeito.”
“ – Agora o que tu deves ver, Cruges, é o palácio. Isso é que tem originalidade e cachet! Não é verdade, Alencar?...
Eu vos digo, filhos – começou o autor de Elvira – historicamente falando…
– Eu tenho de comprar as queijadas – murmurou Cruges.
– Justamente! – exclamou Carlos. – Tens ainda as queijadas; é necessário não perder tempo; a caminho!”
“ – Com mil diabos! – exclamou de repente o Cruges, saltando de dentro da manta, com um berro que emudeceu o poeta, fez voltar Carlos na almofada, assustou o trintanário.
O breque parara, todos o olhavam suspensos; e, no vasto silêncio de charneca, sob a paz do luar, Cruges, sucumbido, exclamou:
– Esqueceram-me as queijadas!”
Os Maias
Receita de queijadas

Ingredientes
Massa
400g de farinha de trigo
100g de água

Recheio
1,5kg de queijo fresco sem sal
12 gemas de ovos
120g de farinha de trigo
800g de açúcar branco
60g de coco ralado
3g de canela
Junte a água à farinha e trabalhe bem a massa até que esta fique muito fina e consistente. Acrescente água caso seja necessário. Estenda até ficar com um milímetro de espessura. Depois, corte em rodelas de doze centímetros cada, dobrando-se as bordas e dando quatro cortes nas bordas. Deixe secar.

Esmague o queijo com as gemas e o açúcar. Depois de muito bem misturados, juntam-se a farinha, o coco e a canela. Misture bem. Encha as caixas de massa e leve ao forno a cozer.
Receita extraída do livro de António Maria de Oliveira Bello,
dito Olleboma, Culinária Portuguesa, assírio & Alvin, 1994

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