Porque hoje se celebra a poesia!
Vento no rosto
À hora em que as tardes descem,
noite aspergindo nos ares,
as coisas familiares
noutras formas acontecem.
As arestas emudecem.
Abrem-se as flores nos olhares.
Em perspectivas lunares
lixo e pedras resplandecem.
Silêncios, perfis de lagos,
escorrem cortinas de afagos,
malhas tecidos de engodos.
Apetece acreditar,
ter esperanças, confiar,
amar a tudo e a todos.
António Gedeão
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