domingo, 21 de março de 2010

Porque hoje se celebra a poesia!

Vento no rosto

À hora em que as tardes descem,
noite aspergindo nos ares,
as coisas familiares
noutras formas acontecem.

As arestas emudecem.
Abrem-se as flores nos olhares.
Em perspectivas lunares
lixo e pedras resplandecem.

Silêncios, perfis de lagos,
escorrem cortinas de afagos,
malhas tecidos de engodos.

Apetece acreditar,
ter esperanças, confiar,
amar a tudo e a todos.

António Gedeão

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