Poesia no Grupo de Leitura da Biblioteca Municipal de Carnaxide
No mês em que se comemora o Dia Mundial da Poesia, o Grupo de Leitores de Carnaxide escolheu o livro Cesário Verde: Um génio ignorado de Maria Filomena Mónica.
“Cesário, que era afinal o poeta representativo da sua época, foi condenado a esperar dezenas de anos (…) que essa qualidade, a de ser realista, lhe fosse reconhecida”.
“Cesário Verde é, pelo menos nas suas poesias mais perfeitamente amadurecidas, o anti-romântico por excelência, mas é-o concretamente, do ponto de vista estético tanto como do ponto de vista político e social”.
“Nele, o anti-romantismo é uma revolução na palavra e no estilo, e não apenas uma revolução de palavras” (1),
Cesário introduziu uma “nova voz” à poesia.
Manias!
O mundo é velha cena ensanguentada,
Coberta de remendos, picaresca;
A vida é chula farsa assobiada,
Ou selvagem tragédia romanesca.
Eu sei um bom rapaz, – hoje uma ossada, –
Que amava certa dama pedantesca,
Perversíssima, esquálida e chagada,
Mas cheia de jactância quixotesca.
Aos domingos a deia já rugosa,
Concedia-lhe o braço, com preguiça,
E o dengue, em atitude receosa,
Na sujeição canina mais submissa,
Levava na tremente mão nervosa,
O livro com que a amante ia ouvir missa!
Viva a poesia!
(1) Adolfo Casais Monteiro
“Cesário Verde é, pelo menos nas suas poesias mais perfeitamente amadurecidas, o anti-romântico por excelência, mas é-o concretamente, do ponto de vista estético tanto como do ponto de vista político e social”.
“Nele, o anti-romantismo é uma revolução na palavra e no estilo, e não apenas uma revolução de palavras” (1),
Cesário introduziu uma “nova voz” à poesia.
Manias!
O mundo é velha cena ensanguentada,
Coberta de remendos, picaresca;
A vida é chula farsa assobiada,
Ou selvagem tragédia romanesca.
Eu sei um bom rapaz, – hoje uma ossada, –
Que amava certa dama pedantesca,
Perversíssima, esquálida e chagada,
Mas cheia de jactância quixotesca.
Aos domingos a deia já rugosa,
Concedia-lhe o braço, com preguiça,
E o dengue, em atitude receosa,
Na sujeição canina mais submissa,
Levava na tremente mão nervosa,
O livro com que a amante ia ouvir missa!
Viva a poesia!
(1) Adolfo Casais Monteiro
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