sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Agenda do Século XXI...


Amanhã, dia 11 de Fevereiro, Sábado, celebram-se 10 anos, sobre a despenalização do aborto e da vitória do sim, num referendo que convidou os portugueses a participar sobre uma questão sensível para todas as mulheres. O primeiro referendo teve lugar em 1998, sem o desejável resultado. Repetiu-se em 2007 e o sim ganhou com 696 mil votos. Uma conquista importante na história das lutas políticas e feministas e da democracia portuguesa. Teve com protagonistas Manuela Tavares e Maria Antónia Palla. Porque a democracia é feita destes embates e do exercício dos direitos fundamentais... Chama-se liberdade! Mesmo quando as escolhas são difíceis. Manuela Tavares fundou a UMAR (União de Mulheres Alternativa e Resposta) e acompanhou os 30 anos de luta pela despenalização do aborto em Portugal. Escreveu o livro Aborto e Contraceção em Portugal, onde documentou e registou a memória desta batalha...
Tal como refere neste texto, o primeiro apelo público ao aborto livre e gratuito surgiu em Maio de 1974, com o Movimento de Libertação das Mulheres (MLM), na sequência do processo As Três Marias, em que Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa foram julgadas pela publicação do livro Novas Cartas Portuguesas, 1972, onde já referiam o aborto clandestino... Uma realidade aterradora, marginal e que atingia a dignidade física e psíquica de qualquer mulher, sobretudo das mais pobres. Era importante denunciar a hipocrisia social e política!
Maria Antónia Palla foi outro dos rostos pioneiros desta luta e nem o facto de ter sido julgada como autora de uma reportagem sobre o tema, em 1979 a fez abandonar uma causa que tomou como sua... Porque é tudo uma questão de liberdade, do seu exercício, de escolhas e consequências... Participar ativamente no espaço público é também escolher, discursar ou referendar. De forma consciente e cívica! É assim que se faz o caminho, se progride e se alcança conquistas importantes. É o exercício da cidadania...
O Jornal I assinalou esta efeméride com um artigo De Marta Cerqueira e Marta F. Reis.



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