segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Livros Proibidos - Ciclo de Conversas. Dia 10 de Setembro, quinta-feira, 21H30, Dinossauro Exclentíssimo, com António Bagão Félix




Dinossauro Excelentíssimo
José Cardoso Pires
Com António Bagão Félix
Moderador
Maria Flor Pedroso
Auditório da Biblioteca Municipal de Oeiras
Dia 10 de Setembro, quinta-feira, às 21H30

Em Setembro os Livros Proibidos estão de regresso com um dos maiores autores de sempre, do mundo e da língua portuguesa. Dinossauro Excelentíssimo, é uma  fábula satírica de José Cardoso Pires que retrata a vida de Salazar e a ditadura do Estado Novo em Portugal. Foi escrito em Londres em 1970 e publicado pela primeira vez em 1972 pela Editora Arcádia. As ilustrações são de Abel Manta que, naquela altura, aceitou participar nesta aventura sem hesitar Neste caso em particular, e apesar de o livro ter sido publicado ainda no regime fascista, é sempre um exemplo paradigmático das dialéticas da censura, presentes entre o poder político, os escritores e as editoras. O livro de Cardoso Pires, apesar de polémico e de constituir um dos retratos mais assertivos de Portugal suscitando uma vigilância encapotada, acabou por servir de exemplo na então Assembleia Nacional, de que a censura não existia em Portiugal e que a liberdade de expressão era uma realidade… Foi uma publicação consentida com um propósito político: silenciar! É o nosso autor que o confirma numa das muitas entrevistas que deu em vida…
Quando o Dinossauro saiu; regressei de Londres para estar presente ao lado do editor e do ilustrador no que viesse a acontecer mas, para assombro de todos nós, em vez da excomunhão que era de esperar, o livro ultrapassou a Censura e teve um acolhimento indescritível. Digo «ultrapassou» porque aconteceu aquele escândalo monumental na Assembleia Nacional, quando o professor Miller Guerra teve a coragem de afirmar que não havia liberdade em Portugal. Foi uma sessão histórica, um berro de heresia! O deputado ultrafascista Casal Ribeiro correu para Miller Guerra a espumar de raiva e para o desmentir citou como prova o infame Dinossauro Excelentíssimo que acabava de ser posto à venda em toda a parte. E, pronto, a partir daí a Censura ficou de mãos atadas. Já não podia apreender o livro que o deputado salazarista tinha citado estupidamente como demonstração da liberdade do regime, e, menos ainda, promover a prisão do autor. Simplesmente, e isso foi realmente um carnaval repugnante, uma vez que a censura oficial se viu impedida de atuar, apareceram as censuras voluntárias de alguns particulares.
Pela voz de António Bagão Félix. A não perder.
Informações
214406340/41
ana.jardim@cm-oeiras.pt

Guião de Leitura da Sessão


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