O Erotismo, de George Bataille é um conjunto de textos, sob o registo de ensaio, que procura refletir os diferentes aspetos da vida humana sob o ângulo do erotismo e que estará em análise nesta sessão. Publicado em 1957, as lições do nosso autor são ainda adequadas à nossa época, pois o erotismo continua a ser uma questão complexa. O mérito de Bataille foi o de encarar o erotismo no seu quadro sociológico, antropológico e filosófico.
De que falamos quando falamos de erotismo? Este é também um problema linguístico, uma vez que a palavra gera muitos equívocos e existe sempre a tendência de, numa primeira e imediata a análise, a conotar apenas, à sexualidade. Contudo, o seu âmbito é muito mais alargado, uma vez que falar em erotismo implica, forçosamente e no entender de Bataille, falar em transgressão, na morte e no sagrado. O Erotismo implica também a busca do Outro, utilizando como suporte dessa busca a linguagem verbal e não verbal. Numa época em que as regras morais das sociedades contemporâneas eliminaram muitas interdições em relação ao corpo e ás suas ligações com o mundo em redor (eliminando a fronteira entre espaço público/espaço privado) e tendo em consideração a temática deste 4º Ciclo do projeto Livros Proibidos, era obrigatório revisitar este texto de Bataille que continua a ser uma referência
importante na reflexão de todas as questões de e sobre o corpo, os seus
suportes e as suas linguagens. Com o Professor Carlos João Correia. A moderação
é de Maria Flor Pedroso.
George Bataille será o último autor a ser
abordado neste Ciclo, naquela que é a última sessão desta iniciativa. Foram 4
anos de muitas conversas, aprendizagens, partilhas e de momentos que irão sem
dúvida gravar o projeto Livros Proibidos
na memória cultural do Município de Oeiras. Uma palavra de agradecimento a
todos os oradores que construíram a sua história e aos moderadores Ricardo
Costa, Nicolau Santos e Maria Flor Pedroso que com rigor, profissionalismo e
generosidade encontraram tempo nas suas agendas para participar. São eles
também o grande rosto desta iniciativa.
Uma palavra final de especial agradecimento para
o público e os munícipes. São eles a razão de ser do nosso trabalho, dos textos
produzidos, da preparação e programação das sessões e de toda a parte logística
do projeto sem a qual nada seria possível… Sempre com a convicção de que
fazemos mais e melhor para cumprir e contribuir afinal para a missão pública da
promoção e mediação do conhecimento, o alargamento dos horizontes e o exercício
de uma cidadania ativa. Só assim se constrói um mundo melhor. É o esforço e
marca da equipa da DBDI. Que privilégio foi fazer parte desta viagem…
Obrigada a todos!
Consultar o guião da sessão
Inf
214406330
ana.jardim@cm-oeiras.pt